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Esta é a vida eterna: que te conheçam, o único Elohim verdadeiro, e a Yeshua o Messias, a quem enviaste. JOÃO 17:3
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A PROIBIÇÃO DO NOME

A PROIBIÇÃO DO NOME

A Proibição do Nome Divino


Um dos males do judaísmo moderno é a estrita proibição contra a pronunciação do nome do Criador. O código legal rabínico moderno, a Mishnáh Beruráh explica assim:
É proibido ler o glorioso e temível nome como está escrito, como disseram os
sábios: “Aquele que pronunciar o nome conforme está escrito, não tem porção
no mundo vindouro.” Por tanto deve ser lido como se fosse escrito: Adonai.
(Mishnah Berurah 5:2)
Dita proibição de maneira nenhuma é uma inovação moderna. Aparece já no inicio do terceiro século EC (Era Comum) 1 no Tratado Sanhedrin da Mishnáh:
“Os seguintes não tem porção no mundo vindouro: … Abba Saúl disse: Além
disso, alguém que pronuncie o nome divino conforme está escrito.” (Mishnáh
Sanhedrin 10:1)
Se disséssemos que dita proibição absoluta referente ao nome se remonta a era bíblica, estaríamos equivocados. O mesmo Talmude nos informa como foi que começou a proibição:
“Os gregos [selêucidas] decretaram que o nome de Deus não podia ser
pronunciado em voz alta; mas quando o número de jasmoneus aumentou e estes derrotaram aos gregos, eles decretaram que era necessário ser usado o nome de Deus até nos contratos. Quando os rabinos ouviram isso, disseram: ‘Amanhã esta pessoa pagará sua dívida e o contrato será jogado na lata do lixo. ‘ Por isto proibiram o uso do nome nos contratos.” (Talmude Babilônio, Rosh Hashannah 18b)
A proibição de usar o nome de Yahweh começou como um dos decretos anti-toráicos promulgados pelo tirano grego selêucida Antiochus IV Epifanio em 168 antes da Era Comum. Foi parte da política de Antiochus IV para “helenizar” aos judeus, isto é, converte-los em gregos. O mesmo decreto incluiu a proibição da circuncisão e do sábado, além do requisito que cada judeu participasse nos sacrifícios de porcos a Zeus e Apolo.2 Os jasmoneus, sob a liderança de Judas Macabeu, com o tempo derrotaram aos gregos e tornaram a dedicar o Templo no primeiro festival de Hanukah em 165 a.E.C.
Segundo o Talmude, os jasmoneus anularam os decretos anti-toráicos dos gregos. Os jasmoneus não somente restauraram o uso do nome de Yahweh, como também promulgaram uma lei própria, requerendo o uso do nome de Yahweh nos contratos, para que cada judeu pudesse recuperar o costume de usar o nome divino. Mas os rabinos se opuseram a este decreto jasmoneu e proibiram o uso do nome nos contratos.
Esta não foi a primeira vez que os rabinos se opuseram aos jasmoneus. Depois de Judas o Macabeu ter falecido, os jasmoneus continuaram governando a Judéia até o ano 37
1 As datas do estudo são identificadas assim: a.E.C. (para ‘antes da era comum’) equivalente ao costume
cristão de ‘Antes de Cristo’ (a.C.), e E.C. (para Era Comum) em lugar de “Depois do Messias.”
2 1 Macabeus 1:44–50.
A.E.C., servindo tanto de reis como de sumos sacerdotes. Os primeiros governantes
jasmoneus foram todos saduceus, pelo qual os rabinos se opuseram a eles3. Os saduceus foram famosos por negar a ressurreição, mas essa só era a opinião de uma das facções de saduceus que predominaram durante a era posterior do segundo Templo. A maior diferença entre os primeiros saduceus e os fariseus foi em torno da questão da Torah Oral. Josefo informa: “O que desejo explicar agora é isto, que os fariseus têm entregado ao povo um
grande número de observâncias por sucessão de seus pais, as quais não estão
escritas nas leis de Moisés; e é por este motivo que os saduceus as rejeitam, e
dizem que devemos ter por obrigação as observâncias que se encontram na
palavra escrita, porém que não devemos observar as que se derivam da tradição de nossos antepassados.” (Josefo Flavio, Antigüidades dos Judeus 13.10.6
[Tradução de Whiston]).

Os saduceus jasmoneus, sendo leais as Escrituras manuscritas, usavam o nome de Yahweh, e como já vimos, até requereram o uso do nome em cada contrato, com o fim
de apagar todo vestígio da proibição dos gregos contra o nome. Mas os fariseus se opuseram aos saduceus a cada passo, e proibiram o uso do nome nos contratos.
Os fariseus não foram os únicos que proibiram o uso do nome. O historiador Josefo Flavio, que viveu na época da destruição do Templo no ano 70 EC. , informa que existiam três grupos principais no judaísmo do Segundo Templo: os fariseus, os saduceus e os essênios. Os essênios eram o grupo que redigiu os Rolos do Mar Morto que foram achados na área de Qumrán. Os essênios tinham uma comunidade rígida, a qual constantemente tem sido comparada com uma ordem monástica. Para se unir aos essênios, era requerido passar por uma série de etapas de iniciação, que duravam vários anos. A violação da lei essênia poderia levar a expulsão temporária ou permanente da comunidade dependendo da gravidade do delito. O documento central da comunidade
essênia era um livro intitulado “Regulamento da Comunidade”, e o seu nome implica que são definidas as diferentes etapas de iniciação e os regulamentos dos membros de diferentes categorias. O “Regulamento da Comunidade” inclui uma proibição contra o uso do nome de Yahweh:
Qualquer um que falar em voz alta o Santíssimo Nome de Deus, [quer seja ao…] ou ao amaldiçoar ou como palavra afiada em algum momento de prova ou por qualquer outra razão, ou enquanto lê um livro ou quando ora, deverá ser expulso, para não voltar nunca mais ao corpo da comunidade. (1QS 6:27-7:2)
Como muitos dos rolos do Mar Morto parte está danificada, algo da passagem não é possível ler. Mas é claro que esta é uma proibição vetando o uso do nome, seja na conversação normal ou inclusive na oração. O castigo por usar o nome de Yahweh era o mais severo que os essênios podiam impor: a expulsão permanente da comunidade essênia. A proibição de usar o nome de Yahweh é o motivo pelo qual o nome aparece escrito de uma maneira diferente de todas as demais palavras em alguns de seus rolos.
Esta característica deixou aos letrados confundidos por longo tempo. Os rolos estavam escritos com letra hebraica quadrada, parecida a que é usada hoje em dia. O nome de Yahweh aparece, todavia, escrito com letra paleo hebraica em alguns dos rolos. 3 Josefo, Antigüidades 13:10:6; Talmude Babilônio, Kiddushin 66a.
Ou seja, ao invés de usar o mesmo tipo de letra que usaram para escrever o resto do documento, o nome de repente aparece com letra paleo hebraica assim: hnhy4. O nome não foi escrito assim para glorificá-lo, mas com o fim de evitar que o leitor casual pudesse pronunciá-lo. O judeu contemporâneo da época do Segundo Templo não podia ler a escritura paleo hebraica, a qual tinha caído em desuso durante o terceiro século A.E.C. Então, para evitar que os fieis lessem acidentalmente o nome de Yahweh em voz alta, os essênios escreveram o nome com uma letra que poucas pessoas podiam ler.
Alguns dos rolos dos essênios chegam ao extremo de substituir o nome com quatro pontos pretos assim: ••••. Isto foi com o propósito de evitar que o nome fosse pronunciado, inclusive por aqueles que sabiam ler a escritura paleo hebraica.
Para resumir a era do Segundo Templo, vimos que os saduceus requeriam o uso do nome inclusive nos contratos, e os fariseus usavam o nome, mas proibiram seu uso nos contratos, e os essênios proibiram totalmente o uso do nome. Em qual momento foi expandida a proibição rabínica de usá-lo nos contratos até o extremo de declarar que qualquer que usasse o nome não teria porção no mundo vindouro não é claro. Mas no Talmude está gravado o ensinamento rabínico que parece surgir da seguinte frase de transição:
“O que significa o versículo: ‘E sobre os que temem meu nome, o sol da justiça brilhará’ (Malaquias 3:20)? Isto se refere às pessoas que pronunciam o nome divino sem razão justificada ( “.( לבטלה )Talmude, Nedarim 8b)5
Este ensinamento talmúdico apresenta uma etapa de transição na qual existia uma proibição parcial contra o uso do nome. O nome podia ser usado quando fosse necessário, mas não “sem motivo justificado.” Mais adiante a proibição parcial foi substituída pela proibição absoluta de Abba Saúl (c.150 E.C.).

Tomar o Nome em Vão

A proibição parcial do Talmude, que só proíbe o uso do nome “sem motivo justificado” sem dúvida está baseada no terceiro mandamento, que reza assim:
“Não tomarás o nome de Yahweh teu Deus em vão, porque Yahweh não perdoará ao que tome seu nome em vão.” (Ex 20:7; Dt 5:11)
O Talmude parece entender que a palavra “vão” significa “sem motivo justificado”. Esta é a explicação adiantada pelo exegeta rabanita do século treze, Nachmanides, o qual escreve:
O significado singelo [do versículo] é que também é proibido falar o honrado nome sem motivo justificado ( חנם )… na verdade isto também é proibido e os sábios chamavam isto ‘Aquele que fala o nome de Deus sem ter um bom motivo para fazê-lo ( לבטלה )’. (Ramban sobre Êxodo 20:7)
A palavra hebraica traduzida “vão” é shav’ שָׁוְא . Nachmanides e o Talmude têm razão ao dizer que a palavra shav’ pode significar “vão” no sentido de “sem propósito,” como no versículo:
4 Os Rolos do Mar Morto que usam letras paleo-hebraicas para o nome divino incluem: 4QPsa, 11QPsa, 1QpHab,
1QpZeph, e 1Q11. “ )בבלי נדרים ח,ב( ”:כא(? אלו בני אדם שהן יראין להוציא שם שמים לבטלה. )מלאכי ג”וזרחה לכם יראי שמי“מאי דכתיב 5 5
Em vão (shav’) feri aos teus filhos, não receberam instrução. (Jeremias 2:30)
Todavia, falar shav’ significa falar falsidade, como no versículo:
Cuja boca fala vaidade (shav’), e sua destra é destra de falsidade. (Salmo 144:8).
Podemos ver do paralelismo do versículo que a vaidade e a falsidade são utilizadas sinonimamente. No hebraico bíblico, falar em vão significa falar falsidade. Este também é o uso do vocábulo vaidade (shav’) em numerosas passagens bíblicas. Por exemplo: Não tivestes visão vã, e não dissestes adivinhação falsa, dizendo: ‘Assim diz Yahweh,’ mesmo que eu não falei? (Ezequiel 13:7)
De novo o paralelismo esclarece que a “palavra vã” = “palavra falsa.” A equação, dos vocábulos, vaidade e falsidade, se torna mais clara no Mandamento número 9, que diz: Não testemunhes contra teu companheiro como falsa (shaker) testemunha. (Êxodo 20:16)
Os 10 Mandamentos foram parafraseados por Moisés em Deuteronômio, e essa paráfrase é lida assim: Não testemunhe contra teu companheiro como testemunha vã (shav’). (Deuteronômio 5:20)
Ser “testemunha vã” significa ser “testemunha falsa” porque falar vaidade significa falar falsidade.

Tomar o Nome

Temos visto que as palavras vãs são palavras falsas. No hebraico bíblico, “tomar” palavras, significa falá-las. Por exemplo, as profecias de Bil’am começam: E ele tomou sua parábola, e disse… (Números 23:8(7); 24:3, 15, etc.)
Tomar parábola é falar elas. A palavra hebraica que foi traduzida “tomar” em (Números 23:8 ) é a mesma palavra utilizada no 3° mandamento, onde diz que não tomemos o nome… em vão. Assim que, “tomar o nome… em vão” significa “falar o nome falsamente.” A mesma frase “tomar… em vão” também aparece em Êxodo 23:1 que diz: Não tomarás rumor vão (shav’), não darás tua mão á um malfeitor para ser testemunha violenta.
Este mandamento usa tanto o verbo אׂנש “tomar” e a palavra “vã” no sentido de “falsa.”
Este verbo é quase idêntico ao 3° mandamento, a única diferença é que um proíbe falar o nome (shem שֵׁם ) falsamente, enquanto que o outro proíbe falar um rumor falso (shema‘ שֵׁמַע ). Vale à pena notar que muitas traduções castelhanas traduzem a palavra shav’ assim: “falso” em Êxodo 23:1 e Deuteronômio 5:20, mas a mesma palavra é traduzida “em vão” em Êxodo 20:7 e Deuteronômio 5:11 ainda que as quatro passagens falam de palavras vãs ou falsas.
6 p.ex.: RV1960 e RVA1909. A NVI substitui “em vão” com “de maneira superficial” ainda que continuem
traduzindo outros versículos com “falso.”

Jurar pelo Nome

O que é que significa falar falsamente o nome de Yahweh? Na época bíblica, as pessoas se comprometiam jurando no nome de um deus ou um rei. Em Deuteronômio nos é mandado duas vezes jurar pelo nome de Yahweh.
A Yahweh teu Deus temerás e somente a ele servirás e pelo seu nome jurarás.
(Deuteronômio 6:13)
A  Yahweh teu Deus temerás, a ele somente servirás, a ele seguirás e por seu
nome jurarás. (Deuteronômio 10:20)
De maneira similar, o Profeta Jeremias implora aos gentios que aprendam de Israel como jurar no nome de Yahweh:
Então será que se aprenderem os caminhos de meu povo, para jurar pelo meu
nome dizendo ‘Vive Yahweh’ assim como ensinaram ao meu povo jurar por
Ba‘al, serão edificados em meio do meu povo. (Jeremias 12:16)
Para entender este versículo, devemos nos referir à formulação de votos antigos. Nas épocas bíblicas, o voto consistia em declarar: “Pela vida de X”7 (onde está X é o nome de um deus ou um rei) seguido do conteúdo do qual é prometido ou testemunhado.
Lemos um juramento destes pronunciado por José no nome de Faraó (Gênesis 42:15) quando fez o seguinte voto aos seus irmãos: …Nisto sereis provados: Pela vida de Faraó, não saireis daqui, a menos que venha
para cá vosso irmão mais novo.8
Em termos modernos este voto significa:
Juro-lhes que desta não escaparão ao menos que venha aqui seu irmão caçula. Quando lemos em Jeremias que a prática de Israel é “jurar em meu nome ‘Vive Yahweh’, isto significa que os Israelitas juram dizendo as palavras: ‘Vive Yahweh’ seguidas do conteúdo de seus votos.
Encontramos muitos exemplos destes votos na Bíblia Hebraica. Por exemplo, quando Saul ouviu o pedido de seu filho de que deixasse David em paz, jurou no nome de Yahweh
E Saul escutou o que Jonatan dizia e Saul jurou: Vive Yahweh, que não morrerá! (1 Samuel 19:6).
De igual modo, em Provérbios 30:8–9 o sábio pede a Deus:
Afasta de mim a vaidade [shav’] e as mentiras, não me dês pobreza nem
riquezas… não aconteça que me empobreça e roube e me agarre ao nome de
meu Deus [em vão]. [RV1960 traduz: ‘e blasfeme o nome de meu Deus. ’]
O homem sábio pede a Yahweh que o afaste da ‘vaidade [=falsidade] e das mentiras, ’ como? Fazendo que não seja nem muito rico nem muito pobre. Se viesse a ser muito pobre, raciocina o homem sábio, que ele se verá obrigado a roubar para sobreviver, e no final obrigado a jurar falsamente (‘agarrar-me ao nome de meu Deus’). Claro que dito 7 Ou “Vive X” 8 Gênesis 42:15 (João Ferreira de Almeida Atualizada) juramento falso acontecerá diante dos juízes, depois de que ele seja pego roubando (compare Êxodo 22:11) Aqui vemos que o ser afastado da vaidade [quer dizer da falsidade] e das mentiras, significa afastar-se do roubo e os juramentos falsos!9 Falar o nome de Yahweh falsamente significa jurar falsamente pelo seu nome ou dizer algo falso em seu nome.
Deve-se notar que apesar da proibição rabanita de pronunciar o nome, a maioria dos exegetas rabanitas entendem corretamente que o 3° mandamento é a proibição de jurar falsamente pelo nome. A tradução rabanita preparada pela Sociedade Editorial Judaica (JPS) apresenta este versículo assim:
Não jurarás falsamente em nome de Yahweh teu Deus; porque Yahweh não isentará ao que jurar falsamente pelo seu nome. (Êxodo 20:7 [JPS])
Esta explicação rabanita moderna é fundamentada nas interpretações dos exegetas rabanitas medievais.10
Claro que, o 3° mandamento se refere a qualquer dito falso em nome de Yahweh, e não somente aos juramentos falsos.

Os Karaítas e o Nome

Temos visto que os rabinos têm mencionado ao 3° mandamento para tratar de respaldar sua proibição de usar o nome de Yahweh. Contudo, os rabinos não foram os únicos que proibiram o uso do nome. Na Idade Média os caraítas estavam divididos em três facções:
1) Os que exigiam o uso do nome;
2) Os que proibiam o uso do nome;
3) Os que permitiam o uso do nome, mas não o exigiam.

O sábio karaíta do século 10, Jacob al-Kirkisani escreve:
Alguns dos karaítas de Khorasán fazem caso omisso de ketiv e qere e lêem só o que está escrito. Alguns o fazem no caso do Nome que está escrito Yod He [Vav He], e mantém que aquele que o lê como Aleph Daleth [Nun Yod] é incrédulo.
Kirkisani nos diz que alguns dos caraítas de sua época insistiam em ler o nome como está escrito e inclusive acusam de hereges aos que o lêem “Adonai.” Evidentemente esta opinião não se limitava ao centro caraíta principal em Khorasan. O sábio karaíta do século 9, Daniel al-Kumisi, dedicava muito espaço em seus escritos ao assunto da pronuncia do nome, e é claro em sua famosa Epístola a Dispersão que muitos de seus 9 Invocar o nome de Yahweh não era a única maneira de fazer juramento em tempos bíblicos. Lemos no Salmo 24:3,4 Quem subirá ao Monte de Yahweh e quem estará em seu santo lugar? Aquele que tem mãos limpas e coração puro, que não tem tomado ‘minha alma’ em vão e não tem jurado enganosamente.
Este verso não tem sentido ao menos de que recordemos que na era bíblica a pessoa que fazia voto frequentemente jurava pela “alma” de alguma pessoa. Quando Jonatán jurou a David, disse: “Pela vida de Yahweh e pela tua alma…”
De igual maneira, quando Avner jura a David, lhe diz:
“Pela tua vida, que não o seja!” Então “tomar minha alma em vão” significa jurar falsamente pela alma de alguém (quer seja pela alma de Yahweh ou pela alma da pessoa que faz juramento)! No Salmo 24:4 tomar uma alma em vão equivale a jurar falsamente!
10 Veja Rashi e Ibn Ezra sobre Êxodo 20:7. Até Nachmanides admite esta interpretação junto à explicação que significa “sem motivo justificado.”
discípulos na Diáspora usaram o nome de Yahweh.11 O mesmo Kumisi se opôs ao uso do nome, inclusive quando não baseava isso no 3° Mandamento. Ao invés disso, Kumisi se referia a Levítico 24:16 onde diz:
Mas se especificamente declara ( נֹקֵב ) o nome de Yahweh, certamente morrerá,
a congregação inteira o apedrejará…
Kumisi afirma que a palavra nokev נֹקֵב significa “especificamente chamar ou declarar um nome” como no versículo “E Moisés e Aarão tomaram estes homens que foram chamados por nome” (Números 1:17).
Se apenas vemos em Levítico 24:16, em um vazio, teríamos que encontrar o motivo de Kumisi de que é proibido pronunciar o nome de Yahweh. Contudo, para entender corretamente este versículo devemos olhar o contexto. Este mandato foi dado à raiz do incidente com o “Filho da Mulher Israelita” que maldisse o nome de Yahweh, como lemos:
(10) Um filho de uma mulher israelita que era filho de um homem egípcio saiu
em meio dos filhos de Israel; e o filho da mulher israelita brigava com um
homem israelita. (11) O filho da mulher israelita declarou especificamente o
nome e maldisse. E o levaram a Moisés… (12) O puseram sob guarda para
receber instrução da boca de Yahweh. (13) E Yahweh falou a Moisés dizendo:
(14) Trazei-me ao que maldisse fora do acampamento, e todos os que ouviram
porão suas mãos sobre sua cabeça e a congregação inteira o apedrejará. (15) E aos filhos de Israel fala-lhes dizendo: “Qualquer um que maldisser ao seu Deus, o mesmo pagará seu pecado. (16) Mas se declarar especificamente o nome de Yahweh, certamente ele morrerá, e a congr egação inteira o
apedrejará…” (Levítico 24:10-16)
Vemos que quando o “Filho da Mulher Israelita” maldisse o nome de Yahweh, Moisés não sabia qual seria a sentença apropriada. Então consultou a Yahweh diretamente para uma explicação do assunto. A instrução de Yahweh foi que o “Filho da Mulher Israelita” fosse executado por seu delito. Yahweh logo definiu sob quais circunstancias deve ser executada uma pessoa por maldizer a Deus. Se uma pessoa maldiz a “seu Deus”, isto é, disser as palavras: “maldito seja Elohim” então ele “pagará seu pecado,” o qual significa que seu castigo virá por castigo divino. Mas, se maldisse a Deus especificamente, invocando o nome de Yahweh, será executado publicamente, assim como o “Filho da Mulher Israelita” que pronunciou o nome de Yahweh e o maldisse. Por isto, quando diz em Levítico 24:15 “Mas se declara especificamente o nome de Yahweh” isto aparece no contexto dos diferentes modos de maldizer a Deus. É claro que
não se trata de uma proibição de dizer o nome de Yahweh, porém só de maldizer seu nome.
Depois do longo discurso no que trata de comprovar que o nome não deve ser usado, Kumisi conclui assim:
O que tinha em minha mente com relação ao nome do Senhor, isso escrevi para vós. Mas pesquisai o assunto segundo vossa própria sabedoria, não aconteça que façais conforme a minha sabedoria, apoiando-vos em minha opinião. Porque11 Daniel al-Kumisi, Epístola à Dispersão (Nemoy ed.), pp.60-63.
aquele que se apóia em um dos mestres do exílio, sem pesquisar a fundo conforme a sua própria sabedoria, é como aquele que pratica a idolatria. Porque qualquer um que siga mandamento de homens aprendidos de cor, e não a Torah do Senhor, é como aquele que pratica a idolatria. ”12

O Uso do Nome no Culto

É claro que não há proibição de dizer o nome de Yahweh. Ao contrario, em alguns contextos se requer a invocação do nome. Por exemplo, é requerido ler a Torah em voz alta em leitura pública a cada sete anos diante da congregação inteira de Israel (Deuteronômio 31:11). A própria Torah contém o nome de Yahweh umas 1820 vezes.
Como poderíamos cumprir o mandamento de ler a Torah publicamente em voz alta, se é proibido pronunciar o nome?
Outro contexto no qual é requerido usar o nome de Yahweh é na “Confissão das
Primícias.” A Confissão das Primícias é uma declaração feita no Templo ao apresentar a oferenda das primícias. Dita confissão segue uma fórmula prescrita em Deuteronômio 26:3–10. A confissão das Primícias contém o nome de Yahweh seis vezes, e cada agricultor israelita é obrigado a recitar esta fórmula uma vez ao ano.
Já vimos que temos a obrigação de fazer juramentos em nome de Yahweh. Assim como, em Levitico nos é proibido jurar falsamente em nome de Yahweh:
“Não jurarás falsamente em meu nome” (Levítico 19:20).
O fato de existir proibição de jurar falsamente em seu nome, da á entender que é permitido jurar veridicamente em seu nome.

O Uso Antigo do Nome

Se fosse proibido usar o nome alguém esperaria que os homens justos do antigo Israel, cujos atos estão gravados no Tanah, tivessem se coibido de usá-lo. Mas, vemos que os antigos israelitas usaram o nome por repetidas vezes. Como já mencionei, os antigos israelitas foram elogiados por usar o nome ao fazer votos (juramentos) (Jeremias 12:16).
Mas o nome é usado inclusive em contextos que poderíamos descrever “casuais ou passageiros.” Assim foi que Booz e os Judaítas de seus dias usaram o nome de Yahweh em sua saudação, como lemos em Rute 2:4.
Agora Booz veio de Belém, e disse aos ceifeiros, “Yahweh esteja convosco!” E
eles lhe responderam: “Que Yahweh te abençoe!”13
Hoje em dia nossa fórmula de saudação é: “Como você está? Na qual corretamente é respondida: “Bem, obrigado,” (ainda que nem tudo esteja bem). Mas a saudação judaíta antiga era “Yahweh esteja convosco” que era respondida corretamente “Yahweh te 12 Daniel al-Kumisi, Epístola à Dispersão (Nemoy ed.), pp.62-63. 13 Antes da proibição de Abba Saul, os Rabinos admitiram a saudação costumeira com o uso do nome divino. Isto é mencionado até na Mishnah como requisito: O homem tem o dever de saudar ao seu companheiro usando o nome, como está escrito, Agora Booz veio de Belém e disse aos que colhiam “Yahweh esteja convosco!” E eles lhe responderam “Yahweh te abençoe!” (Mishnah, Berachot 9:5)
abençoe!” Esta é uma saudação de fórmula parecida à saudação moderna “Como você está?” Contudo, diferente da saudação moderna, a saudação Israelita antiga consistia de uma benção no nome de Yahweh. Também encontramos uma saudação parecida no Salmo 118:26, “Bendito o que vem, em nome de Yahweh.” Os levitas se detinham a entrada do Templo e bendiziam aos que chegavam em peregrinação “em nome de Yahweh.”14

O Requisito de Usar o Nome

É claro que não existe proibição de usar o nome Yahweh. A única proibição é a de não maldizer o nome nem falar falsamente no nome. Mas, é requerido usarmos o nome?
Quando Deus apareceu a Moisés na sarça ardente e disse a Moisés que fosse até os israelitas para dizer-lhes que seriam libertos da escravidão, Moisés pediu ao Todo poderoso que lhe dissesse o que dizer aos israelitas quando perguntassem quem o enviava. Deus lhe respondeu:
Assim dirás aos filhos de Israel: Yahweh o Deus de vossos padres, o Deus de Abraham, Deus de Isaac e Deus de Jacob, me enviou a vós. Este é meu nome para sempre; esta é minha menção (zikri זִכְרִי ) para cada geração. (Êxodo 3:15)
O final do versículo geralmente é traduzido “este é meu memorial para todas as
gerações,” traduzindo a palavra zikri זִכְרִי como “meu memorial”. Essa tradução é fundamentada no fato de que a raiz ZKR זכר na conjugação qal significa “recordar.”
Entretanto, a mesma raiz na conjugação hifil significa “mencionar” e este é o significado claro em Êxodo 3:15. Falando estritamente, estes dois significados se relacionam em hebraico, já que a raiz ZKR significa “fazer referencia a algo” quer seja na cabeça de alguém (“recordar”) ou com a boca (“mencionar”). Tratando-se de um nome, é claro que o significado é o de fazer referencia com a boca. Então o nome de Yahweh não é o “memorial” de Yahweh, porém sua “menção,” isto é, que é o nome que devemos usar ao mencioná-lo, para invocar seu nome.15 Ao mesmo tempo, nos é proibido invocar o nome de outros deuses, como está escrito, e os nomes de outros deuses não mencionarás ( תַזְכִּירוּ , hifil de ZKR) nem serão ouvidos em teus lábios (Êxodo 23:13)
De maneira similar, Josué nos ensina, e os nomes de seus deuses não mencionarás ( תַזְכִּירוּ , hifil de ZKR) nem jurarás por eles nem os servirás nem te inclinarás ante eles. (Josué 23:7)
Temos o dever de mencionar o nome de Yahweh por toda a eternidade e em cada geração, mas é proibido para nós mencionar os nomes de deuses falsos.
14 Ver também Salmo129:8.
15 13 O hebraico bíblico usa a mesma palavra zikri para dizer tanto “memorial” como “menção” porque cada idioma tem sua própria e única “divisão léxica.” Em português, “memorial” e “menção” são dois conceitos inteiramente diferentes, mas no hebraico bíblico são considerados como duas metades de um mesmo conceito (isto é, fazer referencia mental ou oralmente). Outro exemplo de como a “divisão léxica” do hebraico bíblico difere da do português está na palavra “madeira.” Em português dizemos que a madeira vem da árvore. Em hebraico, tanto o material e a fonte do material se chamam עֵץ ‘ets o qual deve ser traduzido ao português como “madeira” (Levítico 11:32) ou “árvore” (Gênesis 2:9) segundo o contexto.

O Nome na Redenção

O nome de Yahweh cumpre um papel especial em todo o plano da Redenção final. Já vimos que foi prometido para as nações chegar a ser parte do povo escolhido, se elas aprenderem a jurar pelo nome Yahweh. Zacarias nos diz que o sinal do domínio de Yahweh será que toda a humanidade o chamará pelo nome Yahweh: E acontecerá que Yahweh será rei sobre toda a terra e naquele dia Yahweh será um e seu nome será um. (Zacarias 14:9)
O que isto significa é que na época do exílio o nome divino foi obscurecido e ao invés de Yahweh, ele é chamado por muitos nomes. Mas no tempo do fim toda a humanidade o chamará pelo único nome verdadeiro, Yahweh, e saberá que Ele é um.
É claro que não só nos é permitido usar o nome de Yahweh, mas também temos a obrigação de usá-lo para que venha a redenção. Joel nos ensina que no tempo do fim, os que invocarem o nome serão libertos dos juízos que cairão sobre essa geração, como está escrito:
E acontecerá que todo aquele que invocar o nome de Yahweh será salvo.
(Joel 3:5 [2:32])

por Nehemia Gordon

Traduzido do Espanhol por Alex Sander Scioli
Fonte: www.judaismobiblico.blogspot.com

Postado por NIELSEN SAUL BEN KARAIM

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