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Esta é a vida eterna: que te conheçam, o único Elohim verdadeiro, e a Yeshua o Messias, a quem enviaste. JOÃO 17:3
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Almáh e Betulah

Almáh e Betulah
Em Isaías 7.14 a palavra que é traduzida como virgem é almáh. Alguns afirmam que essa palavra significa apenas mulher jovem ou recém-casada e que se Isaías tivesse profetizando sobre o nascimento virginal do Messias teria usado a palavra Betulah. Essas afirmações não tem fundamento e podemos descarta-las rapidamente ao realizarmos um estudo mais profundo dos termos em questão. Basta consultarmos um bom léxico de hebraico para chegarmos a uma conclusão totalmente diferente. Por exemplo, no léxico Hebraico-Português de Strong, ele comenta: “Não há ocorrência pela qual possa ser provado que esta palavra (almáh) designa uma mulher que não é virgem”[2]. O que Strong viu em seus estudos do hebraico bíblico que o levou a fazer tal afirmação?
A Palavra Almáh ocorre sete vezes no Tanach. Em todas as vezes é usada para se referir a uma virgem, uma donzela que ainda não teve relações sexuais, como se pode ver nos versículos a seguir: Bereshit [Gênesis] 24.43; Shemot [Êxodo] 2.8; Tehilin [Salmos] 68.25; Misclei [Provérbios] 30.19; Shir-HaShirim [Cantares] 1.3; 6.8; Yeshayahu [Isaías] 7.14. Isso fica mais claro ainda em Cantares de Salomão 6.8, onde o sábio divide as mulheres em três grupos: rainhas, concubinas e virgens. (Almáh no original). Isso prova que Almáh é usada nas Escrituras Sagradas com o sentido de virgem, donzela. Já Betulah é usada para se referir tanto à virgens como à mulheres jovens, mas não necessariamente virgens. Isso pode ser claramente observado em Yoel [Joel] 1.8, que diz: “Lamente a Betulah pelo marido de sua juventude”. Obviamente Betulah é usada aqui para se referir a uma mulher casada e que, portanto, não é mais virgem.
O testemunho da Septuaginta é outra evidência que comprova que Almáh era entendido pelos estudiosos judeus como “virgem”. Pois, ao traduzirem Isaías 7.14 para o grego cerca de 200 anos antes de Yeshua nascer, utilizaram como equivalente a palavra grega παρθενος (parthenos) que é indiscutivelmente a palavra grega para “virgem”. Caso os estudiosos judeus quisessem traduzir Almáh como “jovem mulher”, teriam usado a palavra grega νεανιδος (neánis). Mas não o fizeram! Certamente os estudiosos judeus que traduziram a Septuaginta não quiseram incorrer no grave pecado de adulterar Os Escritos Sagrados. Sendo assim, traduziram da forma que estava no original.

Uma Conspiração Romana?
Outra tentativa de negar o nascimento virginal de Yeshua tem sido a teoria da “conspiração romana”. Segundo essa teoria, a Igreja Romana teria propositalmente adulterado os manuscritos de Matitiyahu e Lucas para elevar o ‘Status’ de Miryam a uma posição semelhante às deusas da mitologia. Mas não há fatos que embasem essas afirmações. Elas se baseiam unicamente na especulação e, portanto, não devem ser levadas a sério. Os fatos históricos nos mostram exatamente o oposto.
O renomado Historiador e professor de Harvard, Geoffrey Blainey, comenta que foi somente no 5º século E.C. que Miryam começou a ser reverenciada de forma especial, vindo a receber o título de “Mãe de Deus”. E foi somente no século 12 que a veneração a ela se tornou popular, chegando até mesmo a receber orações de devotos com uma reza específica chamada de “Ave Maria”.[3] Como as cópias manuscritas de Mateus e Lucas, hoje disponíveis, são bem mais antigas que isso, é fácil perceber que a menção do nascimento virginal do Messias não tem nada que ver com uma suposta veneração a Miryam.

A Genealogia de Yeshua
Outra questão que alguns levantam na tentativa de desacreditar o nascimento virginal do Messias é sua genealogia. Citam, por exemplo, que os evangelhos apresentam a genealogia de Yossef, o que daria a entender que Yeshua teria que ser seu filho biológico para poder reivindicar ser descendente da Casa real de Davi. Mas esse argumento, semelhantemente aos anteriores, é falho. No Israel antigo, um filho mesmo que adotado, herdava todos os direitos de um filho natural e a genealogia de seu pai adotivo poderia ser usada para reivindicar quaisquer direitos inerentes. Pode ser que Lucas tinha esse princípio em mente quando apresentou a genealogia de Yossef em seu evangelho.
Embora Lucas tenha traçado a genealogia de Yeshua a partir de Yossef, não foi esse o caso de Matitiyahu. Como é do conhecimento de muitos, Matitiyahu foi originalmente escrito em aramaico. (considerado um dialeto do hebraico) Um estudo do capítulo inicial comprova que Matitiyahu traçou a genealogia de Yeshua a partir de Miryam, sua mãe, e não a partir de Yossef. Não é difícil chegarmos a essa conclusão. Apesar de algumas traduções mencionarem o marido de Miryam na genealogia, isso se trata de erro de tradução, como veremos.
Em Matitiyahu 1.17 menciona-se que 42 gerações antecederam o nascimento de Yeshua. (três grupos de 14) Se contarmos cada geração como está nas traduções atuais, que mencionam “Yossef, marido de Miryam”, veremos que os números não batem. Se contarmos o último grupo de gerações veremos que, ao invés de 14, tem apenas 13 gerações. Onde está o erro nessas traduções? O erro está nos manuscritos em grego do livro de Matitiyahu, os quais traduzem a palavra aramaica ga’bra como marido quando, nesse caso, deveria ser “pai”.
A palavra ga’bra tem basicamente três significados: homem, marido e pai. Como sabemos que o sentido em Matitiyahu 1.16 é “pai” e não “marido” como está na maioria das traduções? O correto princípio de hermenêutica nos ensina que para entendermos um determinado versículo, sempre devemos considerar o contexto onde a palavra está inserida. Aplicando esse princípio ao assunto em questão fica fácil descobrirmos o sentido correto de ga’bra em Matitiyahu 1.23. Se lermos algo do tipo “lá vem o ga’bra com o tinteiro” de imediato percebemos que ga’bra foi usada com o sentido de homem. Se lermos “e Raquel amava a Yakov, seu ga’bra”, percebemos que ga’bra, nesse caso, significa marido. De forma semelhante, quando lemos em Matitiyahu 1.16 sobre “ga’bra de Miryam” o contexto implica no sentido de “Pai de Miryam”, afinal, o contexto fala de genitores, genealogia, e o significado não poderia ser outro. Além do que, traduzir ga’bra como “Pai” não só está em plena harmonia com o contexto como também resolve o problema da geração que falta nas traduções feitas a partir do grego.
Traduzir ga’bra como pai no texto de Matitiyahu 1.16 não é algo novo e nem desprovido de base. É, na verdade, a melhor forma e a mais exata de traduzir esse texto. Tanto que há traduções das Escrituras Sagradas que corrigem esse versículo de Matitiyahu e o traduzem como da forma explicada aqui. Por exemplo, O Sefer HaTeshuvá Ketuvim Netsarim traduz o versículo em questão da seguinte forma: “e a Ya’akov nasceu Yossef, pai de Miriyam, da qual nasceu Yeshua, que é chamado o Mashiach”. (Matitiyahu [Mateus] 1.16)

Por que o Messias Tinha Que Nascer de Uma Virgem
Outra questão de extrema importância que os opositores do nascimento virginal de Yeshua desconsideram, é que o Messias tinha que nascer sem pecado para poder redimir a humanidade. Se ele tivesse nascido por meio de relações sexuais entre Miryam e Yossef, teria herdado todas as características biológicas de seus pais, inclusive o PECADO adâmico, presente nos genes de todos os seres humanos. Rav Sha’ul (Apóstolo Paulo) define essa questão da seguinte forma:
“Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porquanto todos pecaram”. (Rom. 5.12)
Veja que Sha’ul é bem claro ao afirmar que todos os seres humanos são pecadores, e isso inclui Miryam e Yossef. Como seres humanos pecadores, Miryam e Yossef não poderiam gerar um filho IMACULADO, sem PECADO, características indispensáveis ao cordeiro de Deus que tiraria os pecados do mundo, redimindo assim a humanidade. Em consonância com esse mesmo conceito, o livro dos Salmos diz:
“Nenhum deles de modo algum pode redimir a seu irmão, nem por ele dar um resgate a Deus, (pois a redenção da sua vida é caríssima, de sorte que os seus recursos não dariam;) para que continuasse a viver para sempre, e não visse a cova”. (Tehilin [Salmos] 49.7-9)
Esta Escritura é muito enfática no sentido de provar que um ser humano não poderia, de forma alguma, dar sua vida como resgate de seu irmão. Que dirá de toda a humanidade. Todo ser humano, ao nascer, herda o pecado adâmico. Esse pecado não acomete a pessoa somente quando a mesma atinge a idade suficiente de poder escolher entre o bem e o mal. Os Escritos Sagrados nos dizem que todo ser humano já nasce pecador. (Tehilin [Salmos] 51.5) Portanto, se Miryam tivesse concebido Yeshua por meio de uma relação sexual com Yossef, ele teria nascido pecador tanto quanto nós e não teria a mínima condição de morrer como sacrifício redentor em prol da humanidade. Sua morte teria sido em vão, similar aquela dos dois homens que morreram a seu lado no gólgota, e seria uma grande tolice aclamá-lo como salvador e redentor da humanidade. De modo que era necessário que o Messias fosse concebido por meio de uma intervenção sobrenatural de Yahwh para que o mesmo pudesse nascer sem pecado. E a Sagrada Escritura nos mostra que foi isso o que, de fato, aconteceu. (Matitiyahu [Mateus] 1.18-25; Lucas 1.26-38)
Isso não deveria nos surpreender de forma alguma, pois, em diversas ocasiões no passado Yahwh agiu de forma miraculosa em casos de concepção. Por exemplo, quando Sara recebeu a notícia que daria à luz ela riu, pois, era idosa e estéril. Mas no tempo prometido Yahwh cumpriu sua promessa, e ela, de forma milagrosa, engravidou de Avrahan. No caso de Sara, Yahwh removeu a causa de sua esterilidade, fez com que seu organismo tivesse novamente a capacidade de produzir óvulos saudáveis e aptos para serem fecundados.
De forma semelhante, quando Rebeca, esposa de Isaque, se revelou estéril Yahwh agiu de forma sobrenatural para cumprir sua promessa de que a linhagem de Avrahan não seria interrompida, e assim restaurou-lhe a madre e ela deu à luz aos gêmeos Esaú e Yakov. E algo interessante nesse relato é que Rav Sha’ul mostrou que esses acontecimentos destinavam-se a provar que a escolha do descendente dependia inteiramente de Yahwh, não da vontade carnal. (Rom. 9.6-13) Essas intervenções divinas nos mostram que nada, em tempo algum, poderia frustrar os planos do Soberano Yahwh com respeito ao Messias. Assim, quando chegou o tempo do Messias nascer como ser humano, porém, sem pecado, o Soberano Senhor Yahwh teve que agir mais uma vez.
Tanto o Profeta Isaías quanto o Profeta Malaquias predisseram que antes que o Messias viesse ao mundo, Yahwh enviaria um precursor para preparar-lhe o caminho. Esse precursor foi Yochanan, o batizador. (Yeshayahu [Isaías] 40.3; Mal. 4.5,6; Matitiyahu [Mateus] 11.14) Mas sua mãe, Elisheva, era idosa e estéril e não tinha a mínima condição de engravidar de forma natural. Então, para garantir o cumprimento de sua promessa, Yahwh agiu de forma sobrenatural e fez com que ela engravidasse. (Lucas 1.5-25)
Mas o nascimento mais esperado naquela ocasião era o do Messias. Como seria cumprido o grande sinal predito para a Casa de Davi? Assim como o nascimento de Yochanan se deu por meio de um milagre, o Messias seria concebido de forma sobrenatural. Estando Miryam noiva de Yossef, e não tendo a mesma ainda tido qualquer tipo de relação sexual, Yahwh a escolheu para dar à luz a criança mais esperada em Israel. De forma milagrosa o Eterno removeu quaisquer vestígios de imperfeição que houvesse no óvulo de Miryam e transmitiu a este os cromossomos necessários para sua fecundação, propiciando o nascimento de um menino inteiramente livre do pecado adâmico. Dessa forma o Messias pode nascer como humano, porém, IMACULADO, apto a realizar a redenção de toda a humanidade mediante seu sacrifício na cruz. (Mat. 1.18-25) É como diz 1 Kefa [Pedro] 1.18-19:
“Pois sabeis que não foi com coisas corruptíveis, com prata ou ouro, que fostes livrados da vossa forma infrutífera de conduta, recebida por tradição de vossos antepassados. Mas foi com sangue precioso, como o de um cordeiro sem mácula nem mancha, sim, o do Mashiach”

A Existência Pré-Humana do Messias
Ainda outro fator preponderante que é desconsiderado pelos opositores do nascimento virginal de Yeshua, é o fato de que o Messias já possuía uma existência anterior a seu nascimento na terra. E isso é mais uma prova de que seu nascimento tinha que ser sobrenatural. O profeta Miquéias, ao falar que o Messias nasceria em Belém, profetizou:
“Mas tu, Belém Efrata, posto que pequena para estar entre os milhares de Judá, de ti é que me sairá aquele que há de reinar em Israel, e cujas saídas são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade” (Miq. 5.2)
Confirmando as declarações do profeta Miquéias, o próprio Yeshua, em diversas ocasiões diferentes, declarou explicitamente que tinha uma existência anterior. (Yochanan [João] 6.38; 8.58) De modo que para nascer como humano, Yahwh preparou-lhe um corpo humano. (Ivrin [Hebreus] 10.5) Foi necessário uma intervenção miraculosa da parte de Yahwh no sentido de despojá-lo de sua glória e poder celestiais e transferir seu princípio vital para o ventre de uma humana, a fim de que o Messias pudesse nascer como humano perfeito e sem pecado. Rav Sha’ul explicou esse milagre com as seguintes palavras:
“o qual, embora existisse em forma de Deus, não achou que o ser igual a Deus fosse algo a que devia continuar apegado. Não, mas ele se esvaziou e assumiu a forma de escravo, vindo a ser na semelhança dos homens. Mais do que isso, quando se achou na feição de homem, humilhou-se e tornou-se obediente até à morte, sim, morte de Cruz” (Filipenses 2.6-8)
Portanto, a pré-existência do Messias é mais uma prova de que seu nascimento tinha que ser sobrenatural. Para que pudesse nascer como homem e passar por todos os sofrimentos e tentações que os seres humanos passam, vencer as tentações e morrer como sacrifício propiciatório na Cruz para redenção de toda a humanidade, Ele teve que despojar-se de sua glória e poder, nos Céus, e descer a terra em forma humana. O meio que o Eterno usou para tornar isso realidade foi preparar-lhe um corpo sem pecado no ventre de Miryam e transferir sua vida para o mesmo. Conforme Yeshua crescia, foi se dando conta de sua concepção miraculosa e de quem era seu verdadeiro Pai. É por isso que, aos doze anos, ele pode afirmar: “Não sabeis que tenho que estar na Casa de meu Pai?” (Lucas 2.49) A essa altura Yeshua já havia compreendido que seu nascimento havia sido miraculoso e que seu verdadeiro pai era Yahwh, não Yossef.

Conclusão
O nascimento virginal de Yeshua é um fato inquestionável. Os argumentos que têm sido propostos por opositores desse conceito, tem se mostrado sem fundamento sólido. Baseiam-se normalmente em conjecturas e, não raro, em desconhecimento do hebraico bíblico. Conforme predito no Tanach, o Messias nasceria de uma virgem e isso seria um grande sinal para toda a Casa de Davi. (Yeshayahu [Isaías] 7.14) Yeshua cumpriu essa profecia em todos os seus pormenores, conforme Matitiyahu [Mateus] 1.23 atesta.
Era de grande importância que o Messias de Israel nascesse sem pecado. Por isso o Eterno realizou o grande sinal predito no Tanach, a concepção virginal, viabilizando dessa forma que o Messias nascesse sem herdar o pecado adâmico, para poder se tornar o nosso redentor. Dessa forma, Yeshua herdou o DNA de Davi, mediante sua mãe, e mostrou ser o prometido descendente que faria uma nova aliança com a Casa de Israel e reinaria PARA SEMPRE.

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[1] Comentário Judaico do Novo Testamento, David Stern, página 32.
[2] Dicionário Hebraico-Português de Strong, verbete עלמה (Almáh), 2010.
[3] Uma Breve História do Cristianismo, Geoffrey Blainey, pág. 117.

Leia mais: http://www.marinaldoportela.com/news/o-nascimento-virginal-do-messias-fato-ou-lenda-/

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