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Esta é a vida eterna: que te conheçam, o único Elohim verdadeiro, e a Yeshua o Messias, a quem enviaste. JOÃO 17:3
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Isaías 7:14 e a concepção virginal do Messias

Isaías 7:14 e a concepção virginal do Messias
A necessidade de nos debruçarmos sobre este tema, deve-se em parte ao facto de vários Anti-missionários (bem como alguns cristãos liberais), contestarem a concepção virginal e o nascimento do Mashiach Yeshua que Mateus (1:23) relata ser o cumprimento de uma profecia do Profeta Isaías.

Tal texto de Mateus, é motivo de comentários depreciativos e sarcásticos, alegando-se que “não só é improvável, como Isaías não o disse de todo”.
“A palavra que é traduzida virgem (tendenciosamente dizem eles) não significa virgem, mas sim uma jovem mulher (que poderia muito bem ser casada). É fácil perceber a razão pela qual eles dizem isso, com pessoas de renome como o Rabino Rosenberg que diz:

“a tradução da palavra hebraica “almah” como “virgem” não só é pobre, como completamente errada. A palavra é usada para se referir uma jovem mulher, não se relacionando se é ou não virgem.

A profecia em questão diz o seguinte:

Isaías 7:14 “Portanto, o mesmo YHWH vos dará um sinal: eis que uma virgem conceberá, e dará à luz um filho, e será o seu nome Emanuel”.

A maioria dos judeus tradicionais que estudam esta profecia, concordam com o Rabino Rosenberg, e dizem que a palavra hebraica significa, uma jovem mulher, que pode ou não ser casada. Infelizmente para eles, a Bíblia hebraica e o pensamento hebraico discordam com essa ideia de almah.

Não existe lugar algum no Tanach (conhecido nos meios cristãos como Antigo Testamento), onde almah seja usado (ou o seu plural), como referência a uma jovem mulher que seja casada ou que tenha conhecido homem. Mas isso é convenientemente ignorado pelo Rabino Rosenberg e os outros.

No pensamento hebraico, uma jovem (almah) é uma jovem mulher que ainda não foi desposada, e consequentemente, uma jovem virgem, pois as relações sexuais fora do casamento, são uma transgressão da Torá.

Ainda que esse seja um conceito totalmente estranho à sociedade do mundo contemporâneo, na verdade essa é a realidade das Sagradas Escrituras, e do pensamento hebraico.

Além disso, todos sabemos que o mundo vive no maligno, e o fazer o bem, e as coisas da forma certa, é hoje cada vez mais raro.

Em vez de se ensinar os jovens que o sexo é o expoente máximo e último estágio de uma relação, promove-se a liberdade sexual, e incute-se nos jovens de hoje descoberta da sua sexualidade com o seu parceiro, como um dos primeiros passos a serem dados para saber se a relação é ou não viável, e para parecer politicamente correcto, complementam esse incentivo com a frase “faz sexo seguro”.

Nas relações sociais entre homem e mulher, não deveriam existir anacronismos, mas na verdade, foi isso exactamente que aconteceu à sociedade global, estando os valores judaico-cristãos cada vez mais distantes dos corações humanos.

O plano divino seria: 1- apresentação, 2- apaixonar-se, 3- conhecimento (consolidação/aproximação), 4- casamento selado com a relação sexual.
O que vemos hoje pelo mundo é a promoção de um anacronismo nos estágios das relações sociais: sendo que o estágio 1 é sempre a “apresentação” logo seguida pelo “sexo”, sendo este, não raras vezes, o último estágio, situação essa que é cada vez mais frequente na sociedade contemporânea, nomeadamente nos espaços de diversão nocturna.

Noutros casos, a situação é diferente, mas raras são as vezes, em que o sexo vem depois do casamento, sendo essa uma realidade cada vez menos comum, e cada vez mais distante do plano divino.

Uma vez que vemos o termo almah umas vezes traduzido como “donzela” ou “jovem mulher”, significa sempre uma mulher não desposada, e seguindo a linha de pensamento do exposto, uma virgem.

Quando Abraão envia o seu servo para procurar uma mulher para Isaque, o servo diz:

Génesis 24:43 eis que estou junto à fonte de água; seja, pois, que a donzela [almah] que sair para tirar água e à qual eu disser: Ora, dá-me um pouco de água do teu cântaro

Rebeca já tinha casado? Já tinha conhecido um homem? Cremos que o Rabino Rosenberg nunca equacionaria traduzir a palavra “almah” neste caso como uma jovem que fosse casada ou que já tivesse conhecido um homem.

Rebeca era uma jovem mulher, que era virgem e por isso a palavra almah descreve na perfeição a sua condição. Risto Santala, especialista em judaísmo e literatura rabínica escreve:

“a palavra almah usada por Isaías significa também “jovem mulher”. A noiva de Isaque, Rebeca, era uma almah (Génesis 24:43), mas ela é também uma ‘betulah’, ‘uma virgem’; homem algum se tinha deitado com ela’ (vs. 16).

Almah nunca é usada em relação a uma jovem mulher que seja casada ou que tenha tido relações sexuais com homens (prostitutas, etc.).

Que o Messias nasceria de uma virgem, não é uma ideia cristã, mas sim uma ideia bem conhecida no judaísmo, pois o Zohar, uma das obras mais importantes da Cabala Judaica, que é a “bíblia” mística do judaísmo rabínico, diz que o Messias nasceria de uma “madre fechada”.

Não consideramos a Cabala uma obra de referência, e tampouco algo que deva ser usado para tentar provar as nossas crenças. Mas não podemos ignorar o facto, de que todas as profecias que eram aceites antigamente pelo judaísmo como sendo concernentes ao Messias, como Isaías 56, deixaram de o ser, a partir do momento em que se prova que Yeshua cumpriu essa profecia.

E assim, o “servo sofredor” que até então era uma profecia messiânica, que encaixa perfeitamente na pessoa de Yeshua ben Yosef (na sua primeira vinda), deixou de ser messiânica, para ser uma referência a Israel, como povo.

Note-se aqui a hipocrisia dos anti-missionários, que na sua tentativa frustrada de provar que Yeshua não cumpriu os requisitos para ser considerado o Messias, ainda tentam provar que profecias que sempre foram aceites pelo judaísmo como sendo concernentes ao Messias, rapidamente, por conveniência, deixaram de o ser.

O mesmo se passa com a Cabala, que demonstra que o Messias viria de uma madre fechada, mas que não dá jeito lembrar que isso consta numa obra pautada no entendimento judaico.

Uma madre fechada, ou útero fechado desempenha um papel importante na história do povo de Israel, como vemos em Sara, Rebeca, Raquel e Ana. Uma madre fechada, nesses casos específicos, referia-se à esterilidade, ou a incapacidade para conceber, um tanto ou quando diferente do significado de “virgem”, mas não podemos negar, que apesar de não haver uma ligação directa entre ambas as situações, as mesmas não são totalmente indissociáveis;

Alfred Edersheim, um judeu do século XIX que se converteu a Yeshua, diz-nos que os milagres de Israel são uma sombra daquilo que iria acontecer com o Messias, e o que Ele faria por Israel:

“Talvez o elemento de maior valor no comentário Rabínico sobre a era Messiânica, é aquele, que frequentemente é explicado que todos os milagres e libertações de Israel no passado, voltarão a ser vividos, mas de uma forma muito mais ampla, nos dias do Messias. Portanto todo o passado é simbólico e tipifica o futuro: ‘todos os Profetas profetizaram os dias do Messias’ (Sanh. 99a) e ‘o mundo foi criado apenas para o Messias (Sanh. 98b).

Se a história de Israel deveria reflectir-se e amplificar-se no Messias, por que razão não deveríamos esperar que ele viesse de uma “madre fechada”?

Outro caso em que a palavra “almah” (singular), é usada, dá-se na época em que o bebé Moisés, quando tinha cerca de 3 meses de idade (Êxodo 2:2), flutua pelo Nilo abaixo na cesta.

Quando Miryam, a irmã mais nova de Moisés, sugere à filha do Faraó, trazer uma mulher que amamentasse o bebé, as Escrituras chamam a Miryam de “almah”, neste caso traduzido como “moça” (Êxodo 2:8).

Certamente ninguém acreditará que Miryam já tinha conhecido um homem. Ela era uma virgem.

Outro texto onde é usada a palavra almah está em Provérbios 30:18-19:

“Há três coisas que me maravilham, e a quarta não a conheço: o caminho da águia no céu, o caminho da cobra na penha, o caminho do navio no meio do mar e o caminho do homem com uma jovem [almah]”.

Aqui também seria difícil afirmar com autoridade que a mulher seja algo que não uma virgem. Estes textos que citámos, incluindo Isaías 7:14, são textos onde encontramos a palavra almah na sua forma singular, no Tanach (Bíblia Hebraica).

O plural de almah (alamot), é usado em três textos das Sagradas Escrituras. O entendimento também aponta para virgens, embora não seja tão sugestivo com os casos no singular:

Cantares 1:3 “Para cheirar são bons os teus unguentos; como unguento derramado é o teu nome; por isso, as virgens [alamot: donzelas], te amam”.

Cantares 6:8 Sessenta são as rainhas, e oitenta, as concubinas, e as virgens [alamot: donzelas], sem número.

Salmo 68:25 Os cantores iam adiante, os tocadores de instrumentos, atrás; entre eles, as virgens [alamot: donzelas] tocando adufes.

Pode ser usado o argumento de que alamot não pode provar explicitamente que seja uma referência a virgens, mas certo é que também não se pode provar que já tenham “conhecido” homens. Não conhecemos nenhum caso das Sagradas Escrituras, onde a palavra almah se aplique a uma mulher que já tivesse conhecido varão.

Estas são todas as referências textuais onde a palavra almah, ou o seu plural, alamot, é usada em relação a mulheres. A partir da palavra hebraica, e dos textos hebraicos, almah é sempre usada para se referir a uma jovem mulher, que no entendimento hebraico, sempre foi uma virgem (ainda que tenha deixado de ser depois de se provar que essa profecia encaixava em Yeshua).

Esse é o sentido de Isaías 7:14, e assim deve ser entendido (a menos que exista uma razão convincente para outra leitura, mas para nós, que cremos que Yeshua é o Messias, e que temos provado todas as coisas através das Escrituras, essa é a leitura mais correcta, até porque é corroborada pelo texto de Mateus).

Mesmo em Cantares, que é uma imagem do que serão as Bodas entre o Eterno e Israel, a referência é a “virgens”, porque “virgens” serão aqueles que não se deixaram contaminar pela Babilónia, e farão parte da noiva – Israel (2 Coríntios 11:2; Apocalipse 14:4).

A Septuaginta

A Septuaginta, a Bíblia Hebraica (Tanach), traduzida para o grego por sábios Judeus, duzentos anos antes de Yeshua (200 AEC), é uma ferramenta útil que nos ajuda a entender como é que os antigos judeus da época entendiam as Escrituras Hebraicas.

Se a Septuaginta é ou não uma obra confiável, não está aqui em questão, o que sabemos dela é que foi traduzida por judeus, duzentos anos antes de Yeshua, e que esse era o entendimento que eles (os judeus) tinham da palavra almah no contexto de Isaías 7:14, antes de existir qualquer polémica. É esse facto que queremos destacar.

Para almah, em Isaías 7:14, os tradutores judeus usaram a palavra grega para “virgem”, par-thay-nos. Portanto, antes da controvérsia sobre Yeshua ter nascido de uma virgem ter chegado ao entendimento Judaico e Cristão, a tradução Judaica do Tanach para o Grego, declara que uma virgem conceberia e teria um filho, e que ele seria chamado Emanuel.

Muitos certamente contestarão o facto de ao Messias ter sido dado o nome Yeshua, e não Emanuel. Não aprofundaremos aqui essa questão porque não é esse o foco do estudo, mas avançamos apenas, que o nome tem uma ligação directa com a missão do sujeito.

E o Messias tanto seria Yeshua (salvação), como seria Emanuel (Elohim connosco), pois apesar de não ser Elohim (Filipenses 2:7), representava por procuração, o Eterno entre os homens (João 14:9).

A obra Theological Wordbook of the Old Testament diz-nos o seguinte:

“Uma vez que betulah é uma palavra usada várias vezes no Antigo Testamento como uma palavra específica para “virgem”, parece razoável considerar que a forma feminina dessa palavra não é uma palavra técnica para virgem mas representa uma jovem mulher, sendo que uma das suas características inerentes é a virgindade. Isto é confirmado pelo facto da LXX (Septuaginta), traduzir a palavra almah como parthenos em duas das suas sete ocorrências, uma das quais Isaías 7:14, que é citada pelo anjo como o milagre de um nascimento virginal”.

Alguns tradutores interpretam Mateus 1:22-23 como sendo simplesmente um comentário de Mateus, mas é mais sensato considerar que o argumento que convenceu Yosef (marido de Myriam [Maria]), foi o facto apontado pelo anjo, que tal evento havia sido predito pelo profeta, neste caso Isaías.

Não existe forma de provar que “almah” designa uma jovem mulher que não fosse virgem, que como já vimos, no entendimento hebraico, seria bastante improvável, senão mesmo impossível, chamar uma “não virgem” de almah (jovem).

A virgindade é óbvia em Génesis 24:43, onde almah é aplicada em relação à escolhida para ser a noiva de Isaque. Também é igualmente óbvio em Êxodo 3:8. Já em Cantares 6:8 são citados três grupos de mulheres, dois desses grupos são identificadas como “rainhas” e “concubinas”. É perfeitamente lógico o entendimento do nome do terceiro grupo, o qual é identificado com o plural de “almah”, significando “virgens”.

Na língua Ugarítica a palavra (almah) é usada em paralelo poético com o cognato de Betulah (virgem).

A Profecia de Isaías está bem ciente da impossibilidade racional de uma concepção virginal, mas compensa esse facto com o entendimento (a fé) de que será um milagre. E é isso que muitos “perdem” ou que não querem acreditar.

Isaías 7:14 Portanto, YHWH mesmo vos dará um sinal: eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho e lhe chamará Emanuel.

O que há de extraordinário em uma jovem (no sentido laico da palavra) conceber? Que sinal tão evidente seria esse que levaria o povo a crer? Certamente que na época várias mulheres não avançadas em idade (jovens) tinham filhos, e certamente não faltariam interesseiras em dar ao seu filho o nome Emanuel para reclamarem que o seu filho era o prometido na profecia de Isaías. Essas são razões mais do que suficientes para provar que o significado de “almah” é bem mais específico do que o de uma simples jovem ou donzela.

Neste contexto, a palavra sinal significa algo surreal, um milagre. Não existe qualquer milagre numa jovem ter filhos. As jovens que são casadas (e cada vez mais tragicamente solteiras nos dias de hoje) concebem a toda a hora. Mas certamente seria um milagre uma virgem conceber. Será coincidência, fraude deliberada, ou inspiração divina, o facto do Novo Testamento proclamar a concepção virginal de Miryam (Maria)?

Lucas 1:30-35 “Disse-lhe, então, o anjo: Miryam, não temas, porque achaste graça diante de Elohim, E eis que em teu ventre conceberás, e darás à luz um filho, e pôr-lhe-ás o nome de Yeshua. Este será grande e será chamado Filho do Altíssimo; e Elohim lhe dará o trono de David, seu pai, e reinará eternamente na casa de Jacó, e o seu Reino não terá fim. E disse Miryam ao anjo: Como se fará isso, visto que não conheço varão? E, respondendo o anjo, disse-lhe: Descerá sobre ti o Espírito Santo, e a virtude do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra; pelo que também o Santo, que de ti há-de nascer, será chamado Filho de Elohim”.

Alguns comentaristas defendem que o único “milagre” profetizado por Isaías é relativamente ao fim da ameaça dos exércitos que queriam destruir Judá. Nós cremos que esse seria parte do cumprimento imediato da profecia mas esse cumprimento não se limita a isso. Vejamos que a palavra milagre (sinal) está directamente ligada ao conceber da jovem, e não à libertação de Jerusalém (vs. 16).

O milagre é referente à concepção de uma jovem, e não ao que é falado dois versículos depois. Uma vez que a profecia também se refere ao tempo de Isaías, demonstra a beleza da profecia ao ser capaz de falar de dualidade temporal, e de mais do que um evento.

F. Delitzsch traduz almah como “virgem” em Isaías 7:14, e diz nos que se aplica a alguém que está prestes a casar. Ele continua dizendo:

“É também evidente que a criança que iria nascer seria o Messias, nenhum outro além deste maravilhoso herdeiro do trono de David, cujo nascimento era esperado com grande regozijo, no cap. 9. Foi o Messias que o profeta viu aqui que nasceria, e no vs. 9 ele vê o seu nascimento , e no 11 o seu reinado, – uma indivisível tripla de imagens consoladoras em três diferentes estágios”.

Madre fechada

O nascimento virginal (e concepção) de Yeshua foi milagroso, mas não sem os símbolos e sombras do Tanach. O que é deveras interessante, é constatar que três das quatro Matriarcas de Israel, não conceberam até à intervenção milagrosa de Elohim, que abriu as suas madres. Sara, A esposa de Abraão, deu à luz aos 90 anos de idade (Génesis 17:17, etc.), e Rebeca e Raquel, ainda que não fossem tão avançadas em idade como Sara, nunca teriam concebido se Elohim não tivesse intervencionado (Génesis 25:20-26; 30:22-34).

Mas inquestionavelmente, a maior destas “visitações” foi Sara. Ela era demasiado idosa para conceber de forma natural. Elohim não demonstra somente que Ele é o Único que pode abrir milagrosamente a madre, mas Ele também prefigura em Sara, que faria o mesmo com Miryam e o Seu Filho, Yeshua (Salmo 2:2; 6:7).

Foi este nascimento milagroso que permitiu literalmente que o povo de Israel viesse a existir. Se Elohim não o tivesse feito, não haveria uma nação chamada Israel.

Por que razão o nascimento do Messias, que traria Israel composto por judeus e gentios que O amam e andam nos Seus caminhos, não poderia começar da mesma forma?

Isaque não é apenas visto como uma sombra de Yeshua ao nascer milagrosamente, mas também ao desempenhar o papel de absoluta submissão à vontade de seu pai, mesmo no que diz respeito ao disponibilizar-se a morrer como sacrifício (veja o nosso estudo Y009- Sacrifício Humano e Yeshua.

Nesse ponto, ele e o seu pai Abraão, apresentam aquilo que o Nosso Pai Celestial e o Seu Filho Yeshua fariam aproximadamente 2 mil anos depois, naquele mesmo lugar.

Conclusão

A palavra almah da profecia de Isaías, é uma das mais controversas passagens das Escrituras. Quando analisamos todos os locais onde essa palavra é utilizada nas Escrituras, constatamos que se refere sempre a uma jovem mulher virgem, e nunca a mulher que tivesse conhecido varão.
A Septuaginta afirma que o texto de Isaías aponta para virgem, usando a palavra grega parthenos. Vemos também que madres fechadas, não eram uma novidade em Israel, mas uma realidade bem central no nascimento da nação Israelita.

Para Sara, era humanamente impossível conceber. E não é isso que muitos dizem sobre a concepção de Miryam?

Quando líderes judeus nos dizem relativamente ao texto de Isaías 7:14, que a palavra almah não significa ‘virgem’ mas sim ‘jovem dama’, implicando que a mulher poderá ser casada ou ter conhecido varão, estão a ser tão desonestos como parciais.

Não esperamos que eles entendam de escritos gregos como a septuaginta, mas esperamos que o seu conhecimento do hebraico seja preciso e não tendencioso. Ao apresentarem almah como alguém não virgem, é nada mais nada menos que uma tentativa fraudulenta para distorcer os factos.

É uma pena que esses “sábios” descurem essa instrução relativamente aos textos Messiânicos do Tanach.

Temos constatado, não raras vezes, como esta “manipulação” distorce deliberadamente a Palavra de YHWH. Isso é lamentável. Se os rabinos nos quais eles se inspiram distorcem os factos, como é que eles podem tirar conclusões acertadas?

Seria Ezequias o Emanuel?

Para muitos daqueles que não crêem que Yeshua cumpre a profecia de Isaías 7:14, o Emanuel profetizado cumpriu-se na pessoa de Ezequias. Terá Ezequias reunido os critérios necessários para assim ser considerado?

Façamos uma análise detalhada do contexto escritural:

7:3 Então, disse YHWH a Isaías: Agora, tu e teu filho Sear-Yasube, saí ao encontro de Acaz, ao fim do canal do viveiro superior, ao caminho do campo do lavandeiro.
7:4 E dize-lhe: Acautela-te e aquieta-te; não temas, nem se desanime o teu coração por causa destes dois pedaços de tições fumegantes, por causa do ardor da ira de Rezim, e da Síria, e do filho de Remalias.
7:5 Porquanto a Síria teve contra ti maligno conselho, com Efraim e com o filho de Remalias, dizendo:
7:6 Vamos subir contra Judá, e atormentemo-lo, e repartamo-lo entre nós, e façamos reinar no meio dele o filho de Tabeal.
7:7 Assim diz YHWH Elohim: Isto não subsistirá, nem tampouco acontecerá.
7:8 Mas a cabeça da Síria será Damasco, e o cabeça de Damasco, Rezim; e, dentro de sessenta e cinco anos, Efraim será quebrantado e deixará de ser povo.
7:9 Entretanto, a cabeça de Efraim será Samaria, e a cabeça de Samaria, o filho de Remalias; se o não crerdes, certamente, não ficareis firmes.
7:10 E continuou YHWH a falar com Acaz, dizendo:
7:11 Pede para ti a YHWH, teu Deus, um sinal; pede-o ou embaixo nas profundezas ou em cima nas alturas.
7:12 Acaz, porém, disse: Não o pedirei, nem tentarei a YHWH.
7:13 Então, ele disse: Ouvi, agora, ó casa de David! Pouco vos é afadigardes os homens, senão que ainda afadigareis também ao meu Deus?

É a partir do vs. 10 que começa o “contexto profético” de Isaías 7:14. YHWH diz a Acaz para pedir um sinal, tendo este por sua vez rejeitado tal pedido. Por isso Isaías declara a toda a casa de David (não apenas a Acaz): “Ouvi agora ó casa de David…”

Isaías 7:14 Portanto, o mesmo YHWH vos dará um sinal: eis que uma virgem conceberá, e dará à luz um filho, e será o seu nome Emanuel

Infelizmente para os que defendem que Ezequias era o Emanuel, quando Isaías proferiu essa profecia, de que um menino nasceria, Ezequias já era nascido. Vejamos;

2 Reis 16:2 Tinha Acaz vinte anos de idade quando começou a reinar, e reinou dezasseis anos em Jerusalém, e não fez o que era recto aos olhos de YHWH seu Elohim, como David, seu pai (ver também 2 Crónicas 28:1).

Alguns manuscritos da peshita siríaca, e da Septuaginta grega, em 2 Crónicas 28:1, está escrito que Acaz começou a reinar com vinte e cinco anos.

Foi com a idade de 25 anos, que Ezequias, o filho de Acaz, começou a reinar:

2 Reis 18:2 Tinha vinte e cinco anos de idade quando começou a reinar e vinte e nove anos reinou em Jerusalém; e era o nome de sua mãe Abi, filha de Zacarias.

Ora, se Acaz começou a reinar com 20 anos, e o seu reinado foi de 16 anos, quer dizer que reinou até aos 36 anos, altura em que foi substituído no reinado pelo seu filho Ezequias, que tinha 25 anos. Ora, seguindo essa lógica, Acaz teria 11 anos quando nasceu o seu filho Ezequias (quando analisado sob a óptica dos manuscritos da peshita siríaca e da Septuaginta grega, Acaz teria 16 anos quando o seu filho Ezequias nasceu).

Assumindo que Isaías proferiu essa profecia a Acaz durante o seu reinado (Isaías 7:1), Ezequias já tinha nascido, e teria no mínimo nove anos. Ou seja, não há a mínima possibilidade de que tenha sido Ezequias o Emanuel de Isaías 7:14! Pois o sinal ainda iria acontecer e a jovem ainda iria conceber, como é dito: “e ela dará à luz um filho”, referindo-se ao futuro.

Seria o Emanuel Maer-Salal-Hás-Baz?

Quando alguns anti-missionários constatam que cai por terra o argumento de que Ezequias seria o Emanuel, debruçam-se sobre Maer-Salal-Hás-Baz, referenciado em Isaías 8:3, para desqualificar Yeshua como Messias.

Isaías 8:1-4 Disse-me também YHWH: Toma um grande volume e escreve nele em estilo de homem: Apressando-se ao despojo, apressou-se à presa. Então, tomei comigo fiéis testemunhas, a Urias, sacerdote, e a Zacarias, filho de Jeberequias.

E fui ter com a profetisa; e ela concebeu e deu à luz um filho; e YHWH me disse: Põe-lhe o nome de Maer-Salal-Hás-Baz. Porque, antes que o menino saiba dizer meu pai ou minha mãe, se levarão as riquezas de Damasco e os despojos de Samaria, diante do rei da Assíria.

Vemos que o Eterno ordena a Isaías que dê um sinal para que o povo saiba que Israel e Síria seriam desolados (Isaías 8:5-8), esse sinal é o nome que Isaías escreve num grande rolo e assim nomeia o filho da profetiza “Maer-Salal-Hás-Bas” que significa “apressar a pilhagem, acelerar os despojos”. Terá isso alguma relação com Isaías 7? Poderá muito bem ter, não se pode negar esse facto, já que em Isaías 7:16 diz:

“Na verdade, antes que este menino saiba rejeitar o mal e escolher o bem, a terra de que te enfadas será desamparada dos seus dois reis”.

Todavia, o facto de poder existir uma relação isso não quer dizer que Maer-Salal-Hás-Baz seja o Emanuel de Isaías 7:14. Vejamos, em Isaías 7:16 diz que antes que o rapaz soubesse rejeitar o mal e escolher o bem, a terra (de Israel e Síria) dos dois reis seria abandonada.

Esse rapaz que rejeitaria o mal e escolheria o bem não era Maer-Salal-Has-Baz, Maer-Salal-Has-Baz seria apenas o sinal da desolação da terra dos dois reis que oprimia Judá, Damasco e a Samaria. E em Isaías 8:4 diz que quando o rapaz (Maer-Salal-Hás-Baz) ainda não soubesse chamar “pai e mãe”, as riquezas de Damasco e os despojos de Samaria seriam levados diante do rei da Assíria.

São profecias diferentes, porém relacionadas uma com a outra. Não é de estranhar esse facto, porque as Sagradas Escrituras ensinam-nos que a Palavra de YHWH é mais penetrante que uma espada de dois gumes e que nenhuma profecia é de particular interpretação.

A profecia de Isaías 8:4 diz respeito apenas à desolação da Síria e de Israel, e YHWH decretou como sinal desta profecia o menino (Maer-Salal-Hás-Baz). E não só Maer-Salal-Has-Baz era um sinal para o povo de Israel, mas Isaías diz que ele e seus filhos eram como sinais para Israel.

Isaías 8:18: “Eis que eu e os filhos que YHWH me deu como sinais e símbolos em Israel, da parte do Senhor dos exércitos, que habita no monte Sião.”

Neste ponto, além de Isaías incluir os seus filhos como sinais, inclui-se também a si mesmo. Diferentemente de Isaías 7:14, que diz que o sinal seria a respeito do nascimento do Menino, e não várias de pessoas (Isaías 7:14 fala a respeito do nascimento milagroso).

Emanuel é o Messias (Yeshua)

Ao lermos o texto de Isaías 7:14, rapidamente percebemos que aquele acontecimento seria marcado com um sinal, algo miraculoso – de um milagre ou de uma aliança (no caso de Yeshua ambos).

Isaías profetiza na verdade um nascimento virginal, pois um nascimento normal acontece todos os dias (não que isso não seja um milagre, mas é algo tão comum, que é considerado normal).

Agora vejamos, a palavra Emanuel significa Elohim connosco. Esse menino teria uma presença tão cheia do Espírito do Eterno (porque nós temo-lo por medida, mas Yeshua tinha-o de forma plena, porque ele foi Ungido pelo Eterno Seu Pai), e era dotado de uma obediência tão excelente, que traria a luz do Eterno para habitar com o seu povo.

Vemos isso mesmo em profecias claramente messiânicas:

Zacarias 8:21-23 Assim diz YHWH dos Exércitos: Ainda sucederá que virão povos e habitantes de muitas cidades; e os habitantes de uma cidade irão à outra, dizendo: Vamos depressa suplicar o favor de YHWH e buscar o YHWH dos Exércitos; eu também irei. Assim, virão muitos povos e poderosas nações buscar, em Jerusalém, o YHWH dos Exércitos e suplicar a bênção de YHWH. Assim diz o YHWH dos Exércitos: Naquele dia, sucederá que pegarão dez homens, de todas as línguas das nações, pegarão, sim, na orla da veste de um judeu, dizendo: Iremos convosco, porque temos ouvido que Deus está convosco.

Esta profecia é bastante profunda e fascinante. YHWH diz que muitos irão buscá-lo em Jerusalém, e dez homens de todas as nações e de todas as línguas, pegarão nas franjas das vestes de um judeu (os tzitzit). Quem são esses dez homens? São uma representação das dez tribos perdidas, que foram assimiladas pelas nações, perdendo a sua identidade, tornando-se gentios. São assim chamados, porque se afastaram da Torá do Altíssimo, vivendo desviados dela, tal como os gentios.

E quem é esse Judeu que essas dez tribos seguirão? Logicamente que o Judeu mais influente da história da humanidade, é Yeshua, o Messias de Israel. E o que as dez tribos dirão?

“Iremos convosco, porque temos ouvido que Elohim está convosco”.

Emanuel significa Elohim connosco. Hoje, mais do que nunca, várias pessoas despertam para as raízes hebraicas da fé, segurando nas franjas das vestes de Yeshua (isto é, que têm o testemunho de Yeshua) e dizem: “Eu sigo o Messias judeu, não o Messias com as vestes de Roma”. E concordam que Elohim nunca abandonou o Seu povo.

Em Isaías 12:6 está escrito: Exulta e canta de gozo, ó habitante de Sião, porque grande é o Santo de Israel no meio de ti.

Yeshua foi suficientemente claro ao falar sobre a sua missão:

Não fui enviado senão às ovelhas perdidas da casa de Israel.” (Mateus 15:24)).

Nos versículos 15 e 16 diz o seguinte: “Creme e mel comerá quando ele souber rejeitar mal e escolher o bem, pois, quando o rapaz ainda não souber rejeitar o mal e escolher o bem, a terra dos dois reis que você teme, deve ser abandonada.”

Sabemos que Yeshua, mais do que qualquer outro, soube rejeitar o mal e escolher o bem, tendo levado uma vida exemplar, um cordeiro sem “mancha” alguma, como diz o autor do livro de Hebreus em 4:15:

“Porque não temos um sumo-sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; porém um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado.”

E por essa obediência, o Yeshua comeu “creme e mel”, ou seja, foi bem-sucedido e Elohim o fez triunfar.

O versículo 15 é tem uma ligação inquestionável com Isaías 53. Os dois pontos do verso 15 de Isaías 7 são: Ele será “farto”, bem-sucedido, pois diz “creme e mel comerá” e ele será provado, para que possa ‘triunfar’, porque diz: “quando ele souber rejeitar o mal e escolher o bem”, ou seja, o Emanuel seria provado, e rejeitaria o mal em prol do bem, sendo bem-sucedido, será “farto”!

Para a semana, se YHWH o permitir faremos uma análise aprofundada sobre o capítulo 53 de Isaías.

Quando o Emanuel ainda não soubesse rejeitar o mal e escolher o bem, a terra de Israel e da Síria seriam abandonadas. Isso cumpriu-se perfeitamente em Yeshua, pois bem antes do seu nascimento, essa parte da profecia cumpriu-se. Antes dessa criança vir ao mundo, a terra dos reis deveria ser abandonada.

A verdade deve pautar-se pela verdade. Tanto o cristianismo como o judaísmo rabínico têm causado um grande prejuízo na compreensão a respeito do Messias, enquanto q/ um (cristianismo) diviniza excessivamente o Messias chegando a compará-lo ou identificá-lo ao próprio Eterno, o outro (judaísmo rabínico) desqualificam-no de uma tal maneira chegando ao cúmulo de dizerem q/ o Messias será um homem normal, terá uma vida normal, reinará por um período e morrerá como qualquer mortal.

O judaísmo moderno (tradicional) está mais preocupado em se diferenciar do cristianismo em doutrinas e dogmas que para isso inventou uma teologia totalmente distanciada de suas próprias raízes talmúdicas, o que se prega hoje sobre o Messias no judaísmo dito rabínico nada tem a ver com o que foi escrito pelos rabinos do passado.

Os anti missionários deveriam buscar a verdade mesmo que essa desse crédito à pessoa de Yeshua como sendo o Messias. Eles deveriam ensinar ao povo o que é que a Bíblia hebraica diz sobre o Messias. Todavia, o Messias que sempre teve um papel central na esperança de Israel no passado, nos últimos tempos tem visto a sua imagem ser menosprezada e passar a ser encarada como um mero conceito que se pode aplicar a várias situações distintas.

Esses Anti-missionários estão na verdade a opor-se ao Altíssimo e a afastar muitos corações sinceros da vida que só o Messias lhes pode dar, porque a vida foi-lhe dada pelo Seu Pai.

É assim tão difícil para o Eterno colocar uma semente de David no útero de Miryam? Isaías não tem dúvidas em relação a isso, e tanto o Tanach como os Escritos Apostólicos confirmam que essa seria a forma que o Messias de Israel seria concebido.

O mundo entrará numa apostasia tal, que a verdade será tão manipulada, e os corações dos homens encher-se-ão de tanta soberba que os sinceros terão dúvidas sobre em que é que deverão acreditar.

E a mentira será de tal forma esmiuçada, que passará a ser tida como verdade, e a verdade cairá em descrédito tal, ao ponto de vir a ser conotada como uma mentira.

Busquemos então a verdade, e a verdade nos libertará.

Até para a semana se YHWH o permitir.

Shavua Tov.

http://emunah-fe-dos-santos.weebly.com/isaiacuteas-714-e-a-concepccedilatildeo-virginal-do-messias.html

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