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Esta é a vida eterna: que te conheçam, o único Elohim verdadeiro, e a Yeshua o Messias, a quem enviaste. JOÃO 17:3
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ISRAEL É A FIGUEIRA

ISRAEL É A FIGUEIRA
A Bíblia Sagrada narra-nos um episódio deveras curioso ou que pode suscitar
dúvidas, e que teve por figura central O Senhor Yeshua, tendo os Seus discípulos
testemunhado o que aconteceu.
Este episódio vem narrado em Marcos 11:12-14 e 20-21 – “E, no dia seguinte,
quando saíram de Betânia, [Yeshua] teve fome. E, vendo de longe uma figueira
que tinha folhas, foi ver se nela acharia alguma coisa; e, chegando a ela, não
achou senão folhas, porque não era tempo de figos. E Jesus, falando, disse à
figueira: Nunca mais coma alguém fruto de ti. E os seus discípulos ouviram
isto.
E eles, passando pela manhã [seguinte], viram que a figueira se tinha secado
desde as raízes. E Pedro, lembrando-se, disse-lhe: Mestre, eis que a figueira,
que tu amaldiçoaste, se secou”.
Ora aqui está um episódio que parece difícil de explicar à primeira vista.
Comecemos por reconhecer que nenhum dos actos ou palavras de Yeshua eram
desprovidos de significado espiritual.
Uma vez reconhecido este princípio, então temos que buscar um significado
espiritual para este acto de Yeshua que até deixou confusos os Seus discípulos.
Porque razão Yeshua decidiu amaldiçoar uma figueira que, devido à época do ano,
não poderia ter frutos? Não o saberia Yeshua de antemão? Claro que sim.
Nós poderíamos também relacionar este episódio com aquele em que, num sonho,
foi ordenado a Pedro que matasse e comesse coisas que estavam num lençol mas
que, segundo a própria Lei de YHWH, eram consideradas imundas. Sabemos que
não foi para testar a fidelidade de Pedro, mas sim para lhe mostrar que ele não
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considerasse imundo o que Deus havia purificado…e, neste caso, Deus estava a
revelar a Pedro que aqueles que ele considerava imundos (todos os que não eram
de Israel) tinham sido aceites por Deus. E Deus encaminhou Pedro para casa do
centurião Cornélio, sobre cuja casa já havia sido derramado o Espírito Santo. Por
isso Pedro os baptizou com o baptismo das águas. Através deste episódio, YHWH
revelou a Israel que a salvação também tinha chegado aos gentios convertidos a
Yeshua – Actos 2:38-39.
Como vemos por estes dois exemplos, Deus serve-se muitas vezes de figuras,
sonhos ou alegorias para nos revelar a verdade.
Mas, voltando ao caso da figueira que Yeshua fez secar? Que significado tem esta
árvore e o acto praticado por Yeshua?
Em primeiro lugar, em várias passagens bíblicas somos levados a concluir que a
nação de Israel é muitas vezes comparada a uma oliveira e/ou a uma figueira. No
caso da figueira, que é o que nos interessa neste breve estudo, Yeshua teve por
intenção demonstrar o quanto estava desagradado com a geração do Seu tempo.
Se lermos as passagens seguintes, vemos o que se passou com aquela geração:
• João 1:10-11 – “Estava no mundo, e o mundo foi feito por ele, e o
mundo não o conheceu. Veio para o que era seu, e os seus não o
receberam”.
• Actos 2:40 – “Salvai-vos desta geração perversa”. Pedro exorta os fiéis a
não comungar ou ter parte alguma com aquela geração que ele classificou
de perversa.
• Jeremias 24:1-10 – Numa visão YHWH revelou a Jeremias dois cestos de
figos (um dos quais continha figos muito bons, enquanto o outro continha
figos tão maus que não se podiam comer); os figos bons representavam
figurativamente todos os filhos de Deus que viviam em obediência
(patriarcas, profetas, e todos os que andam nos Seus caminhos…),
enquanto os figos maus apontavam para a geração que não recebeu Aquele
que há muito havia sido anunciado, O Ungido de Deus, e para todos os que
se rebelam contra O Altíssimo.
• De resto, em relação a esta geração, quando Yeshua entrou em Jerusalém
para cumprir o castigo que estava sobre nós, Ele tem este lamento: Mateus
23:37 – “Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas, e apedrejas os
que te são enviados! quantas vezes quis eu ajuntar os teus filhos,
como a galinha ajunta os seus pintos debaixo das asas, e tu não
quiseste!”
Mais tarde, após o episódio da maldição sobre a figueira e ao falar com os anciãos
de Israel e com os Seus discípulos, Yeshua explica, através de parábolas o porquê
da maldição que lançou sobre aquela figueira: i) ao falar-lhes através da parábola do
lavrador que plantou uma vinha e que mais tarde enviou emissários (que foram
mortos) e depois deles enviou o próprio filho para recolher os frutos (a quem
também mataram) – Mateus 21:33-46, e ii) a parábola do convite para as bodas do
Príncipe, em que O Rei envia convites aos dignitários do Seu povo, mas eles
rejeitam esse tão grande convite; o que leva O Rei a convidar então os pobres,
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doentes, deserdados, e todos os que fossem encontrados pelos caminhos – Mateus
22:1-14.
Nestas duas parábolas é notório que YHWH convida em primeiro lugar o Seu povo
para o Seu reino. Mas aquela geração rebelde (com excepção dos que receberam
de boa mente a Palavra da salvação, Cristo) rejeitou o convite para as bodas, pelo
que o convite foi estendido a toda a humanidade, a todos quantos se converterem e
amarem ao Deus de Israel, andando na Sua vontade (a sua Torá) e confiarem no
sangue de Cristo para salvação.
Podemos agora compreender melhor as palavras de Yeshua que estão em Mateus
21:42-43 – “Diz-lhes Jesus: Nunca lestes nas Escrituras: A pedra, que os
edificadores rejeitaram, essa foi posta por cabeça do ângulo; pelo Senhor foi
feito isto, e é maravilhoso aos nossos olhos? Portanto, eu vos digo que o reino
de Deus vos será tirado, e será dado a uma nação que dê os seus frutos”. Essa
nação é a Israel de Deus, que agrega todos os fiéis, de todos os povos, tribos,
nações e línguas, que abraçam o concerto com O Pai através do Filho – Apocalipse
7:9. Este é o povo santo, que foi adquirido ao longo dos séculos para Deus.
Aqueles que lançaram os fundamentos do reino de Deus sobre a terra, através de
Abraão e da sua descendência, a nação de Israel, veio a rejeitar O Santo do
Altíssimo que há muito estava anunciado. Por isso Ele veio para o que era Seu e os
Seus não O receberam.
Podemos então dizer que a figueira (Israel) deu frutos nos primeiros tempos; este é
particularmente o tempo dos patriarcas. Mas, a muitas gerações seguintes Ele diz
em Oséias 9:9-10 – “Muito profundamente se corromperam, como nos dias de
Gibeá; ele lembrar-se-á das suas injustiças, visitará os pecados deles. Achei a
Israel como uvas no deserto, vi a vossos pais como a fruta temporã da figueira
no seu princípio [i.e., no tempo dos patriarcas]; mas eles foram para Baal-Peor
[uma divindade pagã moabita], e se consagraram a essa vergonha, e se
tornaram abomináveis como aquilo que amaram”. Por isso são comparados a
um cesto de figos tão maus que não se podem comer.
Como os Seus não O receberam, Yeshua levou a promessa do Seu reino a uma
nação que desse bons frutos, i.e. a todas as nações do mundo, e nestas, a todos
quantos se converterem e aceitarem a salvação por Yeshua.
Reparemos que todos os que se convertem a Cristo, passam a fazer parte da Israel
de Deus, desse povo santo e justo. Paulo explica-nos isso em Gálatas 3:26-29 –
“Porque todos sois filhos de Deus pela fé em Cristo Jesus. Porque todos
quantos fostes baptizados em Cristo já vos revestistes de Cristo. Nisto não há
judeu nem grego; não há servo nem livre; não há macho nem fêmea; porque
todos vós sois um em Cristo Jesus. E, se sois de Cristo, então sois
descendência de Abraão, e herdeiros conforme a promessa”. Reparemos que
todos quantos nos convertemos a Cristo, que passámos a fazer parte da
descendência de Abraão, tendo sido enxertados na boa oliveira que é Israel, como
nos ensina o apóstolo Paulo, ainda que sejamos Japoneses, Africanos ou de
qualquer outra origem.
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YHWH já havia dado a conhecer que aquela geração do tempo de Yeshua seria
castigada pela sua incredulidade: Zacarias 11:4, 7,9-12 – “Assim diz YHWH meu
Deus: Apascenta as ovelhas da matança…Eu, pois, apascentei as ovelhas da
matança, as pobres ovelhas do rebanho. Tomei para mim duas varas: a uma
chamei Graça, e à outra chamei União [ver verso 14]; e apascentei as ovelhas.
E eu disse: Não vos apascentarei mais; o que morrer, morra; e o que for
destruído, seja destruído; e as que restarem comam cada uma a carne da
outra. E tomei a minha vara Graça, e a quebrei, para desfazer a minha aliança,
que tinha estabelecido com todos estes povos. E foi desfeito naquele dia; e
assim conheceram os pobres do rebanho, que me respeitavam, que isto era
palavra de YHWH. Porque eu lhes disse: Se parece bem aos vossos olhos, dai-
me o meu salário e, se não, deixai-o. E pesaram o meu salário, trinta moedas
de prata [estas são as 30 moedas pelas quais o Filho do Homem foi traído]”.
Na realidade, 40 anos após a morte de Yeshua, Jerusalém foi arrasada e saqueada
pelo exército romano (ano 70 d.C.), e o Templo destruído, tal como Yeshua havia
profetizado que aconteceria: “e não ficará aqui pedra sobre pedra que não seja
derribada”. Muitos milhares foram mortos e centenas de milhar foram tomados
cativos como escravos e levados para longe da sua pátria. Ao serem espalhados por
todo o império romano, muitos vieram parar à Península Ibérica, onde deixaram
muitos descendentes (muita dessa descendência nem conhece as suas origens).
Cumpriu-se assim o castigo de Deus sobre um povo rebelde. Lembremos as
palavras de Yeshua em Lucas 21:20-24 – “Mas, quando virdes Jerusalém
cercada de exércitos, sabei então que é chegada a sua desolação. Então, os
que estiverem na Judeia, fujam para os montes; os que estiverem no meio da
cidade, saiam; e os que nos campos não entrem nela. Porque dias de vingança
são estes, para que se cumpram todas as coisas que estão escritas. Mas ai
das grávidas, e das que criarem naqueles dias! Porque haverá grande aperto
na terra, e ira sobre este povo. E cairão ao fio da espada, e para todas as
nações serão levados cativos; e Jerusalém será pisada pelos gentios, até que
os tempos dos gentios se completem”. A História fala destes acontecimentos
proféticos, assim como nos fala também da restauração deste povo em 1948 e
depois, em 1967, com a (re)conquista da cidade de Jerusalém.
Ora, não podemos esquecer que foi com a perseguição do ano 70 d.C. e a
dispersão de Judá, que também o cristianismo teve uma grande difusão no mundo.
Costuma-se dizer que Deus escreve direito por linhas tortas e é bem verdade. Foi
por este processo que o Evangelho do reino foi levado a todos os povos, tribos,
nações e línguas, e onde muitos o receberam nos seus corações para salvação.
Na realidade Israel não conheceu o “tempo da sua visitação”, como Yeshua disse
em Lucas 19:41-44. Yeshua falava para a geração do Seu tempo, a qual, na
generalidade, não O aceitou nem reconheceu Nele O Enviado. Tal como Deus tinha
dado a conhecer através de Oséias 9:7a – “Chegarão os dias da punição,
chegarão os dias da retribuição; Israel o saberá…”. Como acrescenta no mesmo
versículo: “por causa da abundância da tua iniquidade”.
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Vimos já que Deus via simbolicamente Israel como uma figueira, que tanto produziu
bons figos como maus. No princípio produziu bons frutos, mas nos últimos dias os
seus frutos eram tão maus que não se podiam comer: Jeremias 24:1-10.
Após a morte de Salomão e devido ao pecado de idolatria deste, Deus separou o
reino em dois: o reino do Norte (cujas dez tribos foram levados pelos assírios tendo
perdido a sua identidade entre as nações para onde foram levados, tendo-se
tornado gentios entre as nações gentias) e o reino do Sul que preservou, ainda que
o tenha levado cativo para Babilónia durante 70 anos1. No fim do cativeiro de
Babilónia (de que Daniel nos dá inúmeras referências), somente cerca de 1/3 dos
que estavam em Babilónia regressaram a Jerusalém para reconstruírem a cidade e
os seus muros e o Templo, conduzidos por Esdras e Neemias. Os restantes cerca
de 2/3 decidiram ficar em Babilónia.
Mas, apesar dos castigos que vieram sobre Israel, esta nação nunca foi esquecida
por Deus, dado o compromisso que O próprio Senhor YHWH havia feito com os
patriarcas; e.g. Diz o Senhor YHWH no Salmo 137:5 – “Se eu me esquecer de ti, ó
Jerusalém, esqueça-se a minha direita da sua destreza”. Esta nação cuja
figueira foi secada na altura da primeira vinda de Cristo, voltaria a ter mais do que
uma estação para dar fruto. Ela reviveu em 1948, ainda que não seja em toda a terra
que Deus prometeu aos patriarcas por herança perpétua.
Lembremos a profecia do vale de ossos que nos é dada em Ezequiel 37. Apesar dos
profetas de Deus verem que os ossos da nação de Israel estavam ressequidos,
Deus prometeu que haveria de os fazer voltar à vida. Esta profecia é também
confirmada pela profecia de Oséias 6:2 – “Depois de dois dias [2.000 anos] nos
dará a vida [quando Yeshua regressar como Rei eterno]; ao terceiro dia [no
reino milenar de Yeshua] nos ressuscitará, e viveremos diante dele”.
Estamos a viver os últimos dias proféticos que antecedem a vinda deste Rei eterno,
que virá para governar todas as nações da terra e restaurar as duas casas de Israel:
Efraim e Judá. Cristo está às portas e o mundo não tem noção desse tão grande
evento. O mundo não voltará a ser como o conhecemos hoje. Lembremos as
palavras de Yeshua para os dias que se aproximam: Mateus 24:32-35 – “Aprendei,
pois, esta parábola da figueira: Quando já os seus ramos se tornam tenros e
brotam folhas, sabeis que está próximo o verão. Igualmente, quando virdes
todas estas coisas [os acontecimentos que estamos a testemunhar e que
ainda iremos testemunhar], sabei que ele está próximo, às portas. Em verdade
vos digo que não passará esta geração sem que todas estas coisas
aconteçam. O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não hão de
passar”.
Vamos repassar, de memória, apenas alguns dos sinais dos tempos ligados à nação
de Israel e que hão-de anteceder a vinda do Rei:
• O (re)nascimento da nação de Israel, na sua terra, em 14.Maio de 1948
1 Este castigo veio sobre Judá (o reino do Sul) porque não obedeceu ao mandamento de deixar a
terra repousar de 7 em 7 anos (como um ano sabático). Por isso YHWH os fez “pagar” essa
iniquidade (desobediência à Sua Torá – Lei, instrução, ensino), um ano por cada um dos anos em que
a terra não descansou durante 490 anos.
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• Israel haveria de recuperar o domínio sobre a “cidade da paz” (Jerusalém), o
que aconteceu em 1967 no decurso da chamada “guerra dos seis dias”.
• Iremos ainda testemunhar grandes e terríveis acontecimentos à volta da
cidade de Jerusalém, como a congregação dos povos que vêm contra
Jerusalém no tempo do fim, o tempo da profetizada “batalha de Armagedão”.
• Os povos à sua volta virão para a destruir mas serão destruídos, porque o
nosso Deus combaterá ali. Veja-se o que se irá passar com a grande cidade
de Damasco, a capital dos que sempre se revelaram como inimigos de Israel,
a Síria: Isaías 17:1-14.
• Com a intervenção do Senhor YHWH cumprir-se-ão então os acontecimentos
profetizados em Isaías 11:11-16.
Então, depois destes acontecimentos do tempo do fim, cumprir-se-á o cântico de
Isaías 12 para glória do Deus YHWH: “E dirás naquele dia: Graças te dou, YHWH,
porque, ainda que te iraste contra mim, a tua ira se retirou, e tu me consolaste.
Eis que Deus é a minha salvação; nele confiarei, e não temerei, porque YHWH
DEUS é a minha força e o meu cântico, e se tornou a minha salvação. E vós
com alegria tirareis águas das fontes da salvação. E direis naquele dia: Dai
graças a YHWH, invocai o seu nome, fazei notório os seus feitos entre os
povos, contai quão excelso é o seu nome. Cantai a YHWH, porque fez coisas
grandiosas; saiba-se isto em toda a terra. Exulta e jubila, ó habitante de Sião,
porque grande é o Santo de Israel no meio de ti”.
Que assim seja. Amém.
-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-

Vítor Quinta
Maio 2002

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