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Esta é a vida eterna: que te conheçam, o único Elohim verdadeiro, e a Yeshua o Messias, a quem enviaste. JOÃO 17:3
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O que é Batismo com Fogo?

O que é Batismo com Fogo?

Interpretar a Bíblia nem sempre é uma tarefa fácil, e a existência de múltiplas interpretações por igrejas diferentes é uma prova disso. A razão pela qual existem tantas divergências – incluindo algumas totalmente desnecessárias – é porque infelizmente há uma grande quantidade de líderes religiosos que não sabem nem sequer o que significa a palavra “exegese”, e muito menos sabem colocá-la em prática. Muitos deles têm um desejo real e sincero em evangelizar o mundo, e para isso fundam novas igrejas. No entanto, uma heresia não é relevada pela sinceridade ou não do mau intérprete. Um erro vindo de um pastor honesto é tão grave quanto um erro vindo de um pastor desonesto. Continua sendo um erro, e continua sendo necessário combatê-lo. Um exemplo disso é sobre a expressão “Batismo com Fogo” encontrada no Novo Testamento.

O “batismo com fogo” (Mt.3:11; Lc.3:16) tem sido identificado por muitos pentecostais como sendo uma referência ao batismo no Espírito Santo, e este fogo seria o “fogo do Espírito”. Muitos até oram pedindo o “batismo no fogo”.

À luz do contexto imediato, está muito evidente que o batismo com fogo, citado por João Batista, não tinha nada a ver com o batismo com o Espírito Santo, nem com o dom de línguas, nem com um “fogo interior” queimando por dentro de uma pessoa em estado de transe espiritual, mas… ao inferno! Isso, mesmo, caro leitor.

“O povo estava em grande expectativa, questionando em seus corações se acaso João não seria o Cristo. João respondeu a todos: ‘Eu os batizo com água. Mas virá alguém mais poderoso do que eu, tanto que não sou digno nem de curvar-me e desamarrar as correias das suas sandálias. Ele os batizará com o Espírito Santo e com fogo. Ele traz a pá em sua mão, a fim de limpar sua eira e juntar o trigo em seu celeiro; mas queimará a palha com fogo que nunca se apaga’. E com muitas outras palavras João exortava o povo e lhe pregava as boas novas” (Lucas 3:15-18)

Em outras palavras, João estava exortando o povo sobre a existência de dois batismos. O primeiro é o batismo com o Espírito Santo, que é certamente uma coisa positiva, e em contraste com isso estava o “batismo com fogo”, que é explicado logo no versículo seguinte que assegura que “ele traz a pá em sua mão, a fim de limpar sua eira e juntar o trigo em seu celeiro; mas queimará a palha com fogo que nunca se apaga” (v.17). Uns são batizados no Espírito, e serão ajuntados no “celeiro” de Deus (Reino dos céus), enquanto outros são “batizados” no fogo, e serão queimados no geena.

O evangelho sinótico de Mateus mantém o mesmo sentido, no mesmo contexto:

“Quando viu que muitos fariseus e saduceus vinham para onde ele estava batizando, disse-lhes: Raça de víboras! Quem lhes deu a ideia de fugir da ira que se aproxima? Deem fruto que mostre o arrependimento! Não pensem que vocês podem dizer a si mesmos: ‘Abraão é nosso pai’. Pois eu lhes digo que destas pedras Deus pode fazer surgir filhos a Abraão. O machado já está posto à raiz das árvores, e toda árvore que não der bom fruto será cortada e lançada ao fogo. Eu os batizo com água para arrependimento. Mas depois de mim vem alguém mais poderoso do que eu, tanto que não sou digno nem de levar as suas sandálias. Ele os batizará com o Espírito Santo e com fogo. Ele traz a pá em sua mão e limpará sua eira, juntando seu trigo no celeiro, mas queimará a palha com fogo que nunca se apaga” (Mateus 3:7-12)

O “fogo”, diante de todo o contexto, em nada tinha a ver com um sentimento emocional interior, ou com o próprio batismo no Espírito. Era o contrário. Os fariseus e saduceus recusavam o arrependimento, e então João diz que eles seriam “cortados e lançados ao fogo”. Ele ressalta que Jesus não vem somente para batizar com o Espírito Santo, mas também com fogo. A vinda de Jesus traria salvação a muitos, mas condenação a tantos outros. Estes seriam queimados como a palha no fogo. É este o significado do “batismo com fogo”, o qual não aparece em nenhum outro canto das Escrituras. Melhor, portanto, é orarmos somente pelo batismo no Espírito, e deixarmos o “fogo” para bem longe!

Não devemos agir como se fôssemos os donos da verdade, mas temos que nos submeter humildemente à Palavra de Deus, a qual serve como guia para corrigir não apenas o outro, mas, principalmente, a nós mesmos. Como disse Agostinho, o verdadeiro cristão “ama ser repreendido pelas Escrituras, e se alegra quando seus males não são poupados, até que sejam curados (…) e mesmo em relação ao que lhe parece obscuro ou absurdo, ele não levanta contradições ou controversas, mas ora para que possa entender.”

Quem tem ouvidos para ouvir, OUÇA!

Fonte:

BANZOLI, Lucas. “Exegese de Textos Difíceis da Bíblia”, págs. 61,62

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