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Esta é a vida eterna: que te conheçam, o único Elohim verdadeiro, e a Yeshua o Messias, a quem enviaste. JOÃO 17:3
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Os apóstolos observavam o domingo ?

Atos 20:7
Esse texto afirma que os apóstolos
observavam o domingo como dia
de adoração?

OBJETIVO: Mostrar ao estudante da palavra de Deus que, ao contrário do que muito declaram, At 20:7 não ensina que o dia de adoração da igreja primitiva era o primeiro dia da semana.

TEXTO BÁSICO: No primeiro dia da semana, estando nós reunidos com o fim de partir o pão, Paulo, que havia de seguir viagem no dia imediato, exortava-os e prolongou o discurso até meia noite. (At 20:7)

INTRODUÇÃO: Esse é um dos textos bíblicos usados pelos defensores da guarda do primeiro dia da semana, como dia santificado para a adoração a Deus. Nesta Lição, vamos colocar a posição daqueles que são contrários à observância do sábado como dia de adoração e, depois, a posição que realmente o texto ensina.
O esforço dos escritores de provar a santificação do primeiro dia cai por terra, quando analisamos os textos apresentados, nos quais nenhuma ordem expressa se acha declarando ser o primeiro dia separado para o descanso. Nem Jesus, nem os apóstolos fazem qualquer alusão a essa ordenança. Ela se baseia apenas na suposição de que Jesus teria ressuscitado no primeiro dia, tornando-se daí em diante, dia de guarda.

I – A INTERPRETAÇÃO ERRADA

Muitos escritores declaram que At 20:7 é uma evidência convincente de que a igreja do primeiro século adotava o domingo para a adoração a Deus. Essa é a opinião do comentarista Champlin: Esta passagem é interessante e importante, no que tange aos primitivos hábitos dos crentes se reunirem para a sua adoração regular em um primeiro dia da semana. Devemos observar que essa reunião ocorreu em um primeiro dia da semana, ou domingo e que foi uma reunião formal dos cristãos, para algum propósito, o que fica demonstrado pelo fato de que tiveram a cerimônia do partir do pão, isto é a Ceia do Senhor. Essa modificação no dia da adoração — do sábado para o domingo — não ocorreu por qualquer decreto de um concílio, pelo contrário, verificou-se gradualmente na prática de todos os dias.[1] Um outro escritor, seguindo a mesmo raciocínio defendido por Champlin, declara: Não temos nenhum registro explícito de quando nem porque os cristãos fizeram do domingo o dia especial de seu culto a Deus; mas a inferência clara é de que assim agiram espontaneamente, pelo fato de Jesus haver ressuscitado nesse dia. A boa nova da ressurreição de Jesus naturalmente os levou a reunirem-se naquele memorável ‘primeiro dia da semana’, e novamente estavam reunidos no domingo seguinte (ver João 20:1 e 26)[2]. Alguns comentaristas ainda interpretam a expressão “partir o pão” como sendo uma referência ao ágape (festa do amor) ou mesmo à Ceia do Senhor, ou a ambas.

1. De acordo com a interpretação dos diversos autores, qual seria o dia de adoração da igreja primitiva e por quê?

2. Como alguns comentaristas interpretam a expressão “partir o pão”?

II – A INTERPRETAÇÃO CORRETA

Em sua terceira viagem missionária, Paulo chega a Éfeso, onde prega o evangelho e opera prodígios, todos os sábados, na sinagoga. Muitos que viviam envolvidos com o ocultismo se converteram à mensagem evangélica. Assim, … muitos dos que tinham crido vinham, confessando e publicando os seus feitos. Também muitos dos que seguiam artes mágicas trouxeram os seus livros e os queimaram na presença de todos, e, feita a conta do seu preço, acharam que montava a cinqüenta mil peças de prata. (At 19:19-20)

Essas conversões mexeram com as estruturas comercias da cidade, onde havia o templo da influente e aclamada deusa Diana. Essa deusa sustentava a rentável indústria da idolatria, pois vários artífices faziam e vendiam imagens de prata dela. Com a queda nas vendas, um homem chamado Demétrio realizou uma reunião com os artífices. Explicou-lhes que os prejuízos comerciais estavam relacionados à pregação do apóstolo Paulo, que era contrária à idolatria. Se essa pregação continuasse, o comércio e a religião dos efésios seriam brevemente destruídos (Ef 19:27).

Demétrio provou ser um excelente agitador, pois a resposta dos artesãos foi imediata. O discurso malicioso de Demétrio despertou a histeria da multidão:

Ouvindo isto, encheram-se de ira e clamaram, dizendo: Grande é a Diana dos efésios! E encheu-se de confusão toda a cidade. (At 19:28-29) Eles se encontraram no anfiteatro da cidade e, por duas horas, gritaram: Grande é a Diana dos efésios! Se não fosse a habilidade do secretário da prefeitura da cidade, que conseguiu dispersar o ajuntamento popular, o conflito teria acabado em tragédia (At 19:35-40).

Quando terminou aquela confusão, Paulo chamou os discípulos e lhes deu muitos conselhos. Depois, despediu-se deles e seguiu para a província da Macedônia, região da Europa, ao norte da Grécia. Ele percorreu aquelas terras, fortalecendo os discípulos com muitas exortações. Depois dessas viagens macedônicas, Paulo dirigiu-se para a Grécia, e, provavelmente, em Corinto, ele se demorou três meses, enquanto esperava a estação apropriada para embarcar rumo à Síria. Mas, quando estava pronto para viajar, soube que havia uma conspiração por parte dos judeus contra ele. Na última hora, Paulo decidiu alterar o itinerário: determinou voltar pela Macedônia (At 20:2-3)

Paulo viaja para Trôade – porto que ficava a oeste da atual Turquia. Nessa cidade, permaneceu sete dias. Stott observa que Lucas relata apenas um acontecimento durante essa semana em Trôade: o sono, a queda, a morte e a ressurreição dramática de um jovem chamado Êutico. Mas a história é também instrutiva na área do culto cristão primitivo, porque aconteceu no contexto de um culto.[3]

Ele diz isso por causa dessa afirmação de Lucas:
… no primeiro dia da semana, ajuntando-se os discípulos para partir o pão, Paulo, que havia de partir no dia seguinte, falava com eles; e alargou a prática até à meia-noite. Esse “primeiro dia da semana” se referia ao sábado à noite ou ao domingo à noite? A interpretação desse “primeiro dia” depende da maneira como pensamos que Lucas contava o dia: como os judeus (a partir do pôr do sol) ou como os romanos (a partir da meia-noite), observa o mesmo Stott. A NTLH optou pelo sábado à noite:
No sábado à noite nós nos reunimos com os irmãos para partir o pão. Paulo falou nessa reunião e continuou falando até a meia-noite, pois ia viajar no dia seguinte. No texto grego, porém, não existe nenhuma expressão que possa ser traduzida por “primeiro dia da semana”. No Novo Testamento Interlinear, que traduz, rigorosamente, palavra por palavra, do grego para o nosso idioma, o versículo encontra-se traduzido da seguinte maneira:
Em, porém, o um dos sábados, tendo conduzido juntos nós quebrar pão, o Paulo discursava-lhe, estando para ir-se de no sobre a manhã, estendeu ao lado e a palavra até meia noite[4]. Uma tradução correta do texto grego seria:
No sábado, estando nós reunidos com o fim de partir o pão, Paulo, que devia seguir viagem no dia imediato, exortava-os.

Seguindo essa tradução, concluímos que o culto em Trôade começou durante o sábado, isto é, antes do pôr-do-sol, e não no domingo à noite, e prolongou-se até a meia-noite. Um outro fato grave que a tradução do Novo Testamento Interlinear deixa claro é que as versões RA e RC traduziram erroneamente o versículo. A NTLH seria perfeita, se não tivesse acrescentado, por conta própria, o “à noite”, logo depois da expressão “No sábado”. Obviamente, esses problemas de tradução não são produtos de ignorância ou descuido, pois os que fazem parte das equipes de tradução – que são contra a observância do sábado, como dia de adoração e descanso – dominam, mais que qualquer outra pessoa, a língua grega.

Ainda há uma outra questão que merece explicação. Trata-se da expressão “partir o pão” que é usada, como vimos no comentário anterior, como referência à Ceia do Senhor. Essa expressão era usada, naqueles dias, para se referir a uma refeição comum (At 2:46). Pelo avanço da hora, naquela noite, parece-nos mais tratar-se realmente de uma refeição comum. Dois outros textos paralelos utilizados pelos defensores o domingo como dia de adoração a Deus são Jo 20:26 e I Co 16:2. O primeiro texto diz:
Passados oito dias, estavam outra vez ali reunidos os seus discípulos, e Tomé, com eles. Estando as portas trancadas, veio Jesus, pôs-se no meio e disse-lhes: Paz seja convosco!

Quem disse que esse texto descreve uma reunião de adoração? O que eles estavam fazendo? Estavam se protegendo ou se escondendo dos judeus. O v. 21 deixa isso claro:
Ao cair da tarde daquele dia, o primeiro da semana, trancadas as portas da casa onde estavam os discípulos com medo dos judeus, veio Jesus, pôs-se no meio e disse-lhes: Paz seja convosco!

O outro texto, o de I Co 16:2, onde lemos:
… no primeiro dia da semana, cada um de vós ponha de parte, em casa, conforme a sua prosperidade, e vá juntando, para que se não façam coletas quando eu for também não serve para defender o domingo como dia de adoração. Ao recorrermos novamente ao Novo Testamento Interlinear, veremos que, nessa passagem, também há problema nas traduções mais conhecidas:
Conforme um de sábado cada um de vós ao lado de si mesmo coloque entesourado o que quer que se seja encaminhado para que não, quando que vá, então coletas venham ocorrer.

No texto grego, não aparece nenhuma expressão que possa ser traduzido por “primeiro dia da semana” ou “todos os domingos” (NTLH). Aparece, sim, a palavra grega sabatou(Verificar Transliteração), cujo primeiro significado alistado no Léxico do Novo Testamento Grego/Português é “sábado, o sétimo dia da semana, considerado sagrado pelos judeus”[5] A expressão “em casa” também não consta no texto grego. Logo, a tradução mais apropriada para o versículo seria: Todos os sábados, cada um de vós ponha de parte o que puder ajuntar.

Fica claro, portanto, que, realmente, no Novo Testamento, nada consta sobre o domingo como dia de repouso. Há, todavia, inúmeras informações de que a igreja reunia-se aos sábados para adoração. O escritor batista Isaltino Coelho Filho, ao comentar sobre o quarto mandamento, honestamente admite isto:
… embora estejamos falando do domingo como um dia reservado para o culto comunitário, entre os cristãos, não temos um mandamento específico, no Novo Testamento, para adorar a Deus, num dia específico´´ [6].

Atos dos Apóstolos, especialmente, registra que os crentes, quer fossem judeus, quer fossem gentios, tinham o hábito de se reunirem para adoração ou aprendizado sempre aos sábados:
Mas eles, atravessando de Perge para a Antioquia da Pisídia, indo num sábado à sinagoga, assentaram-se. (At 13:14) Ao saírem eles, rogaram-lhes que, no sábado seguinte, lhes falassem estas mesmas palavras. (At 13:42) No sábado seguinte, afluiu quase toda a cidade para ouvir a palavra de Deus. (At 13:44) Atos 16:13 – No sábado, saímos da cidade para junto do rio, onde nos pareceu haver um lugar de oração; e, assentando-nos, falamos às mulheres que para ali tinham concorrido. – Paulo, segundo o seu costume, foi procurá-los e, por três sábados, arrazoou com eles acerca das Escrituras. Atos 17:2 E todos os sábados discorria na sinagoga, persuadindo tanto judeus como gregos Atos 18:4. Diante de tantas evidências internas, é mais lógico concluir que o dia de culto da igreja do primeiro século era o sétimo e não o primeiro da semana.

CONCLUSÃO: É maravilhoso quando a Bíblia é estudada à luz da verdade. Dizemos isto, porque ela mesma nos avisa que muitos a estudam para contradizê-la (Rm 16:17-18; II Tm 4:3-4). Nesta lição, conhecemos os argumentos contrários à verdade, mas pudemos saber que a verdade surge absoluta quando comparada com os ensinos contraditórios. Agradeçamos a Deus pela luz que temos da verdade e que ela continue iluminando o nosso caminho na vida cristã. Continue estudando e aprendendo com a Bíblia.

QUESTIONÁRIO

03. Por que At 20:7 não serve para defender o “primeiro dia da semana” como o dia de culto? Baseie-se no comentário.

04. A expressão partir o pão pode ser entendida como uma alusão à celebração da Ceia do Senhor?

05. O texto de Jo 20:26 pode ser usado como prova de que os discípulos adoravam no primeiro dia da semana? Explique.

06. Com base em I Co 16:2, responda: Esse texto ensina que a igreja de Corinto tinha hábito de adorar a Deus no domingo? Fundamente-se no comentário.

07. O que o livro de Atos dos Apóstolos tem a nos revelar sobre o dia de adoração dos cristãos da igreja primitiva?

Autor: Pastor Genésio Mendes
Lição Bíblica 273, sábado, 12 de novembro de 2005

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[1] CHAMPLIN, R. N. O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo. São Paulo: Hagnos, 1998, vol. 03, p. 436.

[2] STAGG, Frank. Atos: a luta dos cristãos por uma igreja sem fronteiras. Rio de Janeiro: Juerp, 1994, 3a edição, p. 200.

[3] John R. W. STOTT, A Mensagem de Atos, São Paulo, ABU, 1990, p. 360.

[4] Waldyr Carvalho LUZ, O Novo Testamento Interlinear, São Paulo, editora Cultura Cristã, 2003, p. 463.

[5] GINGRICH, F. W & DANKER, F W. Léxico do Novo Testamento Grego/Português. São Paulo: Vida Nova, 1984 , p. 185.

[6] FILHO, I. G. C. A Atualidade dos Dez Mandamentos, p.96. (COMPLETAR CITAÇÃO)

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