O Eterno disse a Abraão: “Olha para os céus e conta as estrelas, se é que o podes. E lhe disse: Será assim a tua posteridade”. (Gen 15:5)
A Igreja tentou se apropriar da promessa da descendência e da promessa da bênção para si própria. Eles não querem se apropriar da promessa da terra estes dias porque terra é concreto, é real. É difícil espiritualizar a terra, então eles dizem, “Bem, isso foi no Antigo Testamento, para os Judeus, mas agora que estamos na era do Novo Testamento, a terra não é importante”. Ironicamente, a Igreja Católica possui quinze por cento das melhores propriedades em Israel, e a Igreja Ortodoxa Grega possui partes de Jerusalém, incluindo o terreno em que se encontra o Knésset (Parlamento). Se a terra é tão pouco importante para eles, eu gostaria que devolvessem a nós! Eles se apropriaram de toda esta terra nos tempos das Cruzadas, quando a Igreja decidiu se preocupar com a promessa de aquisição da Terra Santa e enviou seus exércitos para conquistá-la, mas o poder militar sozinho não decide a verdadeira posse aos olhos de Deus. Em Deuteronômio 32:8 diz que Deus criou as fronteiras dos povos ha muito tempo de acordo com seus próprios critérios e não de acordo com nosso próprio senso de direito, nacionalismo ou necessidades demográficas. Deus fez promessas físicas a Israel e todas elas permanecem com o povo Judeu até hoje, quer a Igreja e as nações reconheçam ou não.
Foi um acordo, um trato mútuo. Deus escolheu Israel quando Ele escolheu Abraão. A eleição de Israel não veio a partir da aliança que Ele fez com eles no Sinai, mas sim quando Deus escolheu Abraão. Deus teve que escolher Abraão para assegurar que o mundo não fosse enterrado nas trevas da idolatria. Deus escolheu Abraão no capítulo 12 de Gênesis, imediatamente após a narrativa da rebelião da humanidade contra Deus, na Torre de Babel, registrada no capítulo 11 de Gênesis. Na única vez em que os seres humanos se uniram para se rebelar contra Deus e construir a Torre de Babel, Deus os dividiu em nações antes que eles pudessem causar mais danos ao mundo. Antes da Torre de Babel, não havia nações, não havia gentios. Todos falavam a mesma língua e eram todos primos, os descendentes de Noé e seus filhos. Deus somente os dividiu em nações quando eles se uniram contra Ele e quiseram construir uma torre para se livrarem do poder de Deus e de Sua influência sobre eles. Não havia nações antes disso, e não havia nenhuma idolatria antes disso. Não há menção alguma de idolatria antes ou depois de Noé até a Torre de Babel. A idolatria e a variedade de idiomas entraram no mundo depois da Torre de Babel, e Abraão foi escolhido após a Torre de Babel para assegurar que essa rebelião do homem contra Deus fosse consertada.
Em Hebraico nós chamamos este conceito de Tikkun Olam – que o mundo se rebelou contra Deus e, portanto, tem de ser consertado. O mundo foi danificado e tem de ser reparado, por isso Deus escolheu Abraão, a fim de reparar o mundo e restaurar a humanidade de volta à fé no Deus único, criador dos céus e da Terra. É por isso que Deus escolheu Israel e é por isso que Yeshua, o Messias, nasceu Judeu. Ele poderia ter nascido em qualquer país do mundo que Deus escolhesse, mas Ele era um Judeu nascido da descendência de Davi e da descendência de Abraão, por causa da missão de Deus para Israel. Não foi um acidente, e sua nacionalidade não foi escolhida por sorteio. Deus planejou dessa maneira antes mesmo da criação do mundo, pois sabia o que iria acontecer na história antes que ela começasse. A eleição de Israel relaciona-se com a tarefa de trazer as nações de volta ao conhecimento e adoração ao único Deus. Não foi por causa do orgulho ou das habilidades judaicas, mas sim porque Deus quis tomar uma pessoa de fé, Abraão, e dar-lhe uma descendência que é sobrenatural, usando essa descendência na história da humanidade para trazer as nações de volta a Si mesmo, porque Deus amou o mundo inteiro e não apenas os judeus.
Extraído do livro: “Plantados na Casa do Senhor”, de Joseph Shulam. Clique aqui e adquira já o seu!