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Esta é a vida eterna: que te conheçam, o único Elohim verdadeiro, e a Yeshua o Messias, a quem enviaste. JOÃO 17:3
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A Igreja cristã rumo à Igreja do Primeiro Século

A Igreja cristã rumo à Igreja do Primeiro Século
Em todos os meus livros tenho repetido, propositalmente, sobre a história da Igreja, mostrando o seu gradativo distanciamento da Igreja do Primeiro Século e do Judaísmo Messiânico.

O grande desafio no momento, creio, é tentar restaurar a Igreja do primeiro século, procurando saber como ela era, como ela funcionava, onde se reuniam, o que pregavam e como viviam Yeshua, seus apóstolos e seus discípulos. Além disso, qual era a relação deles para com a Torá e com os Profetas?

Eu, pessoalmente, creio que a Igreja está entrando no último período de sua história. Primeiro, tivemos a autêntica Igreja do primeiro século; depois esta mudou-se para Roma e passou a ser dirigida de lá a partir do século IV. A partir do século XVI tivemos a Reforma Protestante e agora, creio que muitos entrarão para a fase da Restauração de todas as coisas conforme dito em Atos 3:19-21: …”Arrependei-vos, pois, e convertei-vos, para que sejam apagados os vossos pecados, de sorte que venham os tempos de refrigério, da presença do Senhor, e envie ele o Cristo, que já dantes vos foi indicado, Jesus, ao qual convém que o céu receba até os tempos da restauração de todas as cosias, das quais Deus falou pela boca dos seus santos profetas, desde o princípio.”

Se tirarmos uma “foto”espiritual da Igreja Cristã atual (considerando todos aqueles crentes em Jesus e que passaram pela experiência do “novo nascimento” no Espírito) descobriremos muitos e muitos pontos que necessitam ser repensados se tomarmos à Igreja deixada por Yeshua e seus discípulos como modelo a ser seguido.

A Igreja de Yeshua, vivia no contexto judaico da época, fiel aos princípios da Torá ou de toda a Tanach (Antigo Testamento), quando Paulo afirmou em sua carta a Timóteo que : …”toda Escritura é divinamente inspirada e proveitosa para ensinar, para repreender, para corrigir, para instruir em justiça, para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente preparado para toda boa obra.” ( II Tim 3:16-17).

Na época que Paulo escreveu este texto, obviamente, não existia ainda o que conhecemos de Novo Testamento, composto pelos quatro evangelhos, outras cartas do próprio Paulo, João, Pedro, Tiago e outros. Quando Paulo diz “Escrituras” com absoluta certeza ele estava se referindo à Tanach judaica.

Yeshua era e continua sendo judeu. As Escrituras são 100% judaicas e foram escritas segundo contexto do pensamento judaico, tendo como base a santa Torá, conjunto de livros escritos pelo próprio Deus através de Moisés. Os profetas seguiram essas mesmas instruções (Torá significa “instrução, Palavra de ensino de Deus”). Yeshua e seus discípulos viveram também dentro deste padrão de fé e revelação.

Não tenho aqui nenhum propósito de chocar meus irmãos da fé e tão pouco trazer confusão com doutrinas novas. Absolutamente, não!. Apesar de eu não ver a Igreja atual vivendo integralmente nos moldes do primeiro século, a vejo cumprindo sua missão de levar as Boas Novas às nações, segundo o “ide”de Yeshua, salvando milhares e milhares de vidas por meio da fé em Yeshua, nosso único caminho para a salvação e a vida eterna. Portanto, vejo a Igreja Cristã como bênção e me sinto para deste Corpo.

Mas, como amor, carinho e respeito, gostaria de levantar alguns questionamentos históricos da Igreja da Reforma (incluindo aqui suas inúmeras ramificações e denominações) em relação à Igreja Cristã a partir do século IV da qual esta se separou.

Os Evangélicos em geral, sentem-se muito confortados pela abençoada Reforma, da qual se desligaram há mais de 4 séculos do sistema da Igreja de Roma, mas será que nada precisa ser mudado em relação a este estado de “conforto”?
Sabemos que uma coisa é ser livre e a outra é ser liberto. São dois processos diferentes que deveriam andar sempre juntos, mas às vezes, não acontecem na prática. Que a Igreja da Reforma saiu de Roma e aparentemente do seu sistema, sabemos que é verdadeiro. Mas, como ela está em relação à autoridade de sua antecessora? Analisemos alguns pontos, por exemplos: ( antes porém, deixo claro que respeitamos todos os católicos crentes no Senhor Jesus Cristo e que, quando citarmos abaixo o termo “Igreja Católica ou a Igreja Cristã a partir do IV século” estamos nos referindo à uma instituição e não a indivíduos).

1. A Igreja Cristã a partir do século IV reconhece que mudaram o dia do Senhor de sábado para o domingo por meio de muitos Concílios como o de Laodicéia ( ano 336d.C.) após o Imperador Constantino ter pedido a “Venerablis Die Solis” ( O venerável Dia do Sol). Vários líderes da Igreja trabalharam a favor desta mudança como Graciano, Valentiniano, Teodósio e outros no século IV. Muitos outros textos oficiais foram publicados nesse período. Finalmente no ano 590 d.C. o Papa Gregório solidifica para sempre o domingo como o “dia” do Senhor. São inúmeros textos bíblicos que mostram a Igreja do Primeiro século celebrando o Sábado (Shabat). Qual tem sido a opção da Igreja da Reforma em relação a este ponto?

2. A Igreja Cristã a partir do século IV desvinculou-se do calendário litúrgico judaico para impor seu próprio calendário. Ela se diz neste direito e não temos o que discutir. Mas, cabe a nós a decisão de segui-lo ou não. Por exemplo, os evangélicos celebram o mesmo domingo da ressurreição definido por Roma. O fato em si não é nem um pouco relevante, em minha opinião. Mas, o que estou propondo a discussão é sobre o princípio de autoridade que foi estabelecido. Para mim, a Bíblia deve ser o nosso padrão de fé e conduta; A Bíblia também não reconhece o calendário Gregoriano (sistema solar). Não estou aqui propondo a mudança de nosso calendário civil, mas simplesmente, mostrando, historicamente, como as coisas vão se distanciando dos princípios bíblicos;

3. A Igreja Católica nunca negou que o Natal foi de sua autoria. Fixou o dia 24 de dezembro como o dia do nascimento de Cristo. Neste dia os romanos celebravam também o “Natalis invicti Solis” (O nascimento do sol vitorioso).
Qual tem sido a postura da Igreja da Reforma quanto a este decreto?

4. A Igreja Católica a partir do século IV diz que a ela foi entregue as “Chaves do Reino”, quando nomearam Pedro como seu primeiro Papa. Ela, então, define o que é bíblico e o que não é bíblico, o verdadeiro do não verdadeiro, pois se vale desta autoridade por tradição que ela delegou a si mesma para definir os princípios da fé cristã. Assim, a partir do século IV ela decreta que é a substituta de Israel e do povo judeu. Ou seja, os judeus messiânicos (crentes) deveriam se converter ao catolicismo a partir daquela data para serem salvos e deveriam deixar de ser judeus. A Igreja de Constantinopla publicou sua profissão de fé pela qual todo judeu deveria renunciar a seus costumes, ritos, festas bíblicas, língua, orações, etc., além de exigir juramento do judeu converso o qual seria anátema caso um dia ele voltasse a ser judeu. Qual tem sido a posição da Igreja da Reforma quanto a este item? Por acaso ela reconhece o chamado irrevogável de Deus quanto ao seu povo escolhido? Ou ela também se sente como substituta de Israel sob a dispensação da graça?

5. A Igreja de Roma através do Concílio de Antioquia proibiu os cristãos de celebrarem a primeira festa do calendário, ou seja, a Páscoa. Pois assim, as demais festas cujas as datas se contam após a páscoa estariam indiretamente também canceladas. A Igreja da Reforma não entendeu na plenitude o real sentido messiânico das festas bíblicas e as têm ignorado, atribuindo-as somente ao judaísmo tradicional;

6. A Igreja Católica definiu o que é graça e a separou por completa das leis da Torá. Como a Igreja da Reforma se posiciona quanto aos conceitos e princípios das leis em relação à vida de um crente em Jesus? Poderia esse crente se beneficiar dos aspectos qualitativos da lei? Ou a dispensação da graça anula estes princípios? Vemos que para este ponto há um grande abismo quanto ao entendimento do que vem ser a lei sob a forma de mandamentos, estatutos e ordenanças. Alguma coisa é capitada como por exemplo o estatuto judaico do dízimo. Mas, e quanto às outras leis judaicas? Elas foram anuladas pela graça e não podem abençoar a vida de um crente? Encontramos na Torá centenas e centenas de leis que abençoam a quem nelas crê e a quem as pratica. Estas leis não só abençoam os crentes em Jesus como também a humanidade. Por exemplo, se um ateu honra seu pai e sua mãe, ele recebe os benefícios dessa lei. E por que a Igreja da Reforma tem ignorado as leis da santa Torá?
(Há leis, evidentemente, que são válidas só para o povo judeu, mas são muito e muito poucas).

7. Marcião ajudou a compilar o que ele denominou de Novo Testamento. Depois ele definiu que a Tanach seria chamada de “Velho Testamento”, ou seja, livro só para os judeus e que o Novo Testamento é o conjunto de livros para os cristãos. Também a Igreja Católica definiu a cronologia dos livros da bíblia independente da tradição e do pensamento judaico. Hoje a bíblia adotada pela Igreja da Reforma tem também em suas capas a terminologia “Velho e Novo Testamentos”. Sim, isto não é importante, mas sim o conteúdo da Palavra. No entanto, são pequenos detalhes que fazem muita diferença. Quanto crentes que hoje não se sentem a vontade em praticar e conhecer leis do “Antigo Testamento”? Muitos pensam que esta parte da bíblia está ultrapassada, velha, antiquada e que tais leis e princípios só se aplicam para os judeus;

8. A Igreja Católica definiu normas e doutrinas diversas, entre elas sobre as ordenanças da Ceia do Senhor e do Batismo. Quantas diferenças há entre nós sobres tais temas? Mas, o que diz a Bíblia? Por exemplo, a Igreja do primeiro século batizava em nome de Yeshua. É o que nos mostra a bíblia, pois é na semelhança de Sua morte e de Sua ressurreição é que devemos ser batizados, nos tornando filhos de Deus, não vivendo mais sobre a prática de pecados.;

9. A Igreja Católica valando-se da língua latina traduziu muitos nomes dos profetas e do próprio Yeshua para outros nomes que não trazem em si sua interpretação original. Por exemplo, Jesus, que no latim é “Iesus” foi a transliteração do termo grego “Iesous” que por sua vez é a transliteração da palavra hebraica “Yeshua” que quer dizer “Deus é salvação”, nome este que consta tanto no AT como no NT;

10. A Igreja de Roma não deu importância a língua hebraica. Com isto, perdeu-se muito do contexto judaico das Escrituras. Por exemplo, poucos cristãos sabem o que significa o acróstico AMÉM ou o termo “Barach” que significa abençoar. No sentido hebraico “barach” significa conceder a alguém poder para que este que recebe a benção seja bem sucedido e próspero. Qual tem sido o contexto no qual a Igreja da Reforma se baseia para interpretar as Escrituras? A cultura ocidental, sobretudo a helenística, ainda se faz muito presente no meio da Igreja da Reforma;

11. A Igreja Católica afirma ser a fiel depositária da Palavra da fé. A bíblia afirma que ao povo judeu foram confiados os oráculos de Deus. Afinal, e a Igreja da Reforma, não tem se posicionado de modo semelhante?

12. Quanto ao relacionamento Igreja e Israel, os cristãos têm praticamente a mesma postura de indiferença quanto ao povo judeu. Conceito que os judeus foram os assassinos de Deus (deicídio) tão difundido na Igreja Católica nos primórdios de sua fundação ainda encontra espaço no meio da Igreja da Reforma. O amor a Israel, o comprometimento com sua salvação e bem como os investimentos feitos nos últimos séculos têm sido insignificantes se levarmos em conta os textos bíblicos que solicitam à igreja a interceder constantemente pela a salvação do povo judeu, bem como até ajudar os santos (judeus messiânicos) de Jerusalém com bens materiais. Estes itens foram muito bem lembrados aos gentios crentes pelo apóstolo Paulo.Mas, a Igreja Cristã em geral não tem se preocupado com esta ordenança. Quando muito, envia para Israel missionários despreparados quanto à cultura e ao contexto judaico das Escrituras. Chegando lá, eles querem converter judeus em cristãos, não alertando a esses que preservem sua identidade judaica. Se todo judeu se tornar cristão gentio, quem cumprirá as profecias específicas dadas ao povo judeu e à terra de Israel para que Yeshua volte?

Poderíamos ainda citar mais e mais tópicos sobre a necessidade da Restauração nos moldes do Primeiro Século da Igreja. A reconciliação da Igreja e Israel fazem-se extremamente necessária nos dias atuais. Israel precisa ser salvo para que Yeshua volte para lá. Ele, o Messias não voltará para implantar o Seu Reino em Nova York, ou em Paris ou mesmo em qualquer outra cidade do mundo. Ele voltará, cremos em breve, para Jerusalém, conforme nos diz e confirma a Palavra em que cremos.

Finalmente, não citei as referências bíblicas por uma questão de apresentação das inúmeras citações, que fora de um contexto da Midrash Judaica ou da Hermenêutica poderiam ser mal interpretados. Mas, em meus livros, “Trazendo a Igreja de volta às suas Raízes Bíblicas e Judaicas”; “A Pessoa do Messias nas Festas Bíblicas; “Investindo agora e Lucrando Sempre”; “Temas Judaicos Messiânicos, além dos comentários dos livros da Torá, todos estes tópicos abordados neste artigo e fatos podem ser bem analisados à luz da Palavra Viva de D’us.

Meu intuito não é dividir mais a Igreja Cristã escrevendo este artigo. Pelo contrário, meu desejo de coração é a nossa unidade. Não se trata de ajuntar todas as denominações cristãs também numa só, não! Mas, aquilo que nos une (o sangue do Cordeiro Yeshua, sua salvação e vida eterna) deveria falar mais alto que nossas diferenças. Mas, se todos nós voltarmos para os princípios vividos e praticados pela Igreja do Primeiro século, com certeza, nossas diferenças seriam menores e estaríamos mais próximos uns dos outros, amando-nos, fraternalmente.

Afinal, o apóstolo João nos escreve para sermos um, assim com Ele o Pai são um e que o mundo creia que Ele, o Messias, foi enviado por parte de Deus. O Noivo espera ver sua “Noiva” num só Corpo e numa só família, judeus e gentios crentes. É tempo de restaurar. É tempo de voltar às nossas raízes. É tempo de reconciliar e declarar nossa unidade e as Boas Novas até aos confins da Terra (não esqueçam que Israel faz parte primordial deste “confins” da terra) para que nosso Messias venha em glória estabelecer o Seu Reino Milenar.Maran Ata ! Seja breve sua Vinda, Senhor Yeshua Há Maschiach!
(Marcelo M. Guimarães – Ministério Ensinando de Sião –www.ensinandodesiao.og.br )

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