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Esta é a vida eterna: que te conheçam, o único Elohim verdadeiro, e a Yeshua o Messias, a quem enviaste. JOÃO 17:3
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Almas estão debaixo do altar?

Almas estão debaixo do altar?

Apocalipse 6:9 – “E havendo aberto o quinto selo, vi debaixo do altar as almas dos que foram mortos por amor da Palavra de Deus e por amor do testemunho que deram.”

Aqui, os cristãos que costumam isolar os textos sagrados, se firmam para dizer que a alma do crente é imortal e que vai para o céu, ao morrer.

Não se pode ignorar nesta análise, de jeito nenhum, que João não escreveu um livro literário e sim um livro simbólico. Todas as ações místicas tem um exato sentido literal para ser identificado. Quando João escreve que o Sol se escureceu refere-se às cidades pegando fogo com fumaça para todos os lados – veja se você vai conseguir ver o Sol! Quando fala do mar virando sangue, jogue corpos e mais corpos no mar e você vai ver no que vira.

Ninguém pensará que no Céu há cavalos brancos, vermelhos, negros ou pálidos, montados por ginetes belicosos; ninguém pensará que Jesus está no Céu na forma de um cordeiro com uma ensanguentada ferida de faca, ou que está em forma de um leão (leão da tribo de Judá). Os quatro seres viventes não representam criaturas aladas reais com características de animais. Também não há ali “almas” que jazem na base de um altar. Toda a cena foi uma representação gráfica e simbólica, de que aqueles que foram martirizados seriam vingados por Deus, no dia do juízo final. Toda a simbologia apocalíptica tem um sentido a ser identificado.

Diante disso, por que não crer que almas agonizando debaixo do altar em pleno Paraíso clamando por vingança contra os seus inimigos seja uma cena simbólica?

Veja este trecho, muito elucidativo, do livro “A lenda da Imortalidade da Alma”, de Lucas Banzoli:

“Se almas de João clamaram no Paraíso, você tem que concordar que o Paraíso não é um local onde as pessoas ficam agonizadas e atormentadas ao ponto de clamarem em alta voz a vingança contra os inimigos, muito pelo contrário, é exatamente o inverso: é o momento em que as pessoas receberão a sua merecida recompensa e entrarão no conforto do Pai, no lugar no qual “Ele lhes enxugará dos olhos toda lágrima, e a morte já não existirá, já não haverá luto, nem pranto, nem dor, porque as primeiras coisas passaram” (cf. Ap.21:4).

A conclusão óbvia na qual podemos chegar é que tanto as almas debaixo do altar como os trovões que falaram eram linguagem simbólica, e não um acontecimento literal, pois as almas só revivem na ressurreição (cf. Ap.20:4), e naturalmente trovão nenhum emite fala clara. Lemos neste mesmo livro que as almas permanecem mortas até o momento da ressurreição:

“Então vi uns tronos; e aos que se assentaram sobre eles foi dado o poder de julgar; e vi as almas daqueles que foram degolados por causa do testemunho de Jesus e da palavra de Deus, e que não adoraram a besta nem a sua imagem, e não receberam o sinal na fronte nem nas mãos; e reviveram, e reinaram com Cristo durante mil anos” (cf. Apocalipse 20:4)

Ora, como pode alguma “alma morta” falar? É evidente que a linguagem do capítulo 6 é claramente simbólica, pois as almas não revivem senão na ressurreição (cap.20), após todos os acontecimentos apocalípticos tiverem término. O Céu não é um lugar onde almas agonizam-se debaixo de um altar em seus gritos por vingança, mas sim o local onde somos tomados da mais profunda alegria que jamais seria possível sentir nesta vida. Isso é estar na presença de Deus!

As almas que clamavam em alta voz por vingança era uma representação daqueles mártires que deram a sua vida pelo evangelho, daqueles que, enquanto vivos, clamavam em alta voz contra os terrores daqueles que pronunciavam morte e perseguição a eles. O que é ensinado simbolicamente em Apocalipse é que estas almas que clamavam em alta voz enquanto eram martirizadas pelo Império Romano (pela “Babilônia” espiritual) seriam vingadas, e para isso restaria mais algum tempo, até que se completassem o número dos seus conservos e irmãos que deveriam ser mortos como eles.

Além disso, se fossem “espíritos” (i.e, seres imponderáveis, fluídicos e abstratos, como querem os imortalistas), como se concede eles estarem trajando “vestes brancas” e tivessem “palmeiras nas mãos”? Isso fica claro nessa passagem:

“Depois destas coisas olhei, e eis uma grande multidão, que ninguém podia contar, de todas as nações, tribos, povos e línguas, que estavam em pé diante do trono e em presença do Cordeiro, trajando compridas vestes brancas, e com palmeiras nas mãos; e um dos anciãos me perguntou: Estes que trajam as compridas vestes brancas, quem são eles e donde vieram? Respondi-lhe: Meu Senhor, tu sabes. Disse-me ele: Estes são os que vêm da grande tribulação, e levaram as suas vestes e as branquearam no sangue do Cordeiro” (cf. Apocalipse 7:9-14)

Ora, se tal sucedesse, então a Bíblia seria totalmente confusa e contraditória, pois afirma que só seremos dotados de corpos novamente após a ressurreição dos mortos (lembre-se que para os imortalistas a ressurreição dá-se apenas para o corpo; portanto, um “espírito” não poderia estar com “vestes brancas”). O imaterial não se veste de algo físico. E o que dizer das “palmeiras”, que se levavam nas mãos? Eram palmeiras imateriais e não-físicas também, igual o “espírito” que as segurava? Qual a base bíblica para uma palmeira invisível?

O que Deus manda a seguir é “descansarem mais um pouco até que se complete o número dos irmãos que deveriam ser mortos como eles” (cf. Ap.6:11). Deus mandou que eles “descansassem” ou “repousassem” um pouco mais, no grego “anapano”, que significa “repouso; descanso”[1]. Certamente que Deus não estava falando para os corpos dormirem mas as almas continuariam acordadas. É para as próprias almas que Deus estava dirigindo tal frase. Já vimos que, no conceito bíblico, almas não dormem literalmente, mas é uma alegoria apropriada para expressar o estado inconsciente do ser racional na morte, e totalmente não apropriado para almas que conversam, e muito menos que gritam por vingança contra inimigos!”

Essa crença sobre o mortos debaixo do altar perde o valor quando comparada com o verso seguinte. Veja:

Apocalipse 6:10 – “E clamavam com grande voz, dizendo: Até quando ó verdadeiro e santo Dominador, não julgas e vingas o nosso sangue dos que habitam sobre a Terra?”

Se esses “seres” clamavam, já não poderiam ser almas, ou forçosamente, estas almas teriam de possuir uma capa corpórea com todos os elementos necessários para mantê-las em pé(ossos, carne, sangue, etc), pensar, agir, sentir, amar e clamar. Assim, tais “almas” não passam de pessoas reais.

O livro de Apocalipse é uma perfeita simbologia. Quando o quarto selo foi aberto (Apoc. 6: 7-8), surgiu um “cavalo amarelo”, cor não muito natural neste animal. Evidentemente, o símbolo se refere à obra de perseguição e matança efetuados pela Igreja Romana contra o povo de Deus do tempo decorrido entre o começo da supremacia papal, em 538 d.C., e o tempo em que os Reformadores começaram a expor o verdadeiro caráter do papado, sendo detida a obra de destruição.

Na abertura do quinto selo, João vê os mártires (almas) mortos pela grande perseguição desencadeada no quarto selo. Quando os Reformadores expuseram a obra do papado, foi então trazido à memória o grande número de mártires que haviam sido mortos pela fé. Sucumbiram como hereges, “cobertos de ignomínia e vergonha.”

Este cruel tratamento ao povo de Deus clama por vingança, mas os clamores simbólicos dos mártires não são evocados do céu, mas da terra, precisamente debaixo do altar sob o qual foram mortos (v.8). O altar é na TERRA e não no CÉU. O altar de Abel foi o campo (Gên. 4:8; Heb. 11:4). O de Cristo, o madeiro (João 19:31); o de Estevão, a praça pública (Atos 7:57-60); o dos mártires, foram fogueiras, arenas e guilhotinas.

Quando um assassino é preso, abre-se imediatamente um processo contra ele. Figurativamente, a vítima estará clamando por vingança, através do processo, até o dia que for feita justiça. É exatamente isso que ocorre em Apocalipse 6:9-10, o sangue dos justos continuará clamando por vingança, até que Deus julgue e sentencie os criminosos, o que se dará no Juízo Final.

Bem, para que você compreenda que este incidente trata-se de um relato figurado, leia, ainda, as seguintes passagens: Hebreus 11:4; Romanos 4:17; Habacuque 2:11; Juízes 9:8-15,20. Aqui, pois, é usada a figura da personificação, em que objetos inanimados são representados como viventes e falantes, e coisas que não são, como se fossem. Portanto, debaixo deste altar, na terra, permanecerão esses mortos até a volta de Jesus, quando então despertarão para a vida e imortalidade, sob o fragor da voz do resgatador de Sião. Glória ao Eterno!

“Quem tem ouvidos para ouvir, OUÇA..”

Lucas Banzole

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