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Esta é a vida eterna: que te conheçam, o único Elohim verdadeiro, e a Yeshua o Messias, a quem enviaste. JOÃO 17:3
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O banimento do nome de YHWH não é bíblico

O banimento do nome de YHWH não é bíblico

O banimento do nome de YHWH não é bíblico, e vai contra uma mitsvá (mandamento) explícita de YHWH, a questão agora é: qual é o Nome de YHWH? Visto que o mesmo foi banido do Judaismo (que seria a melhor fonte para encontrarmos tal informação), será possível sabermos como era o Nome? A resposta é sim, e demonstraremos isso a seguir.

II – Josefo e o Nome

A primeira evidência interessante que encontramos do nome está no Livro de Guerras dos Judeus, de do historiador Flavio Josefo. Josefo viveu em uma época em que o Nome ainda era conhecido. Sabemos pela citação em “Antigüidades 2:12:4” (vide parte I) que Josefo sabia qual era o Nome, mas dizia não ser lícito dizê-lo explicitamente. Porém, Josefo deixa uma importante dica. Ao falar da cobertura de cabeça do Cohen Gadol (Sumo Sacerdote), Josefo explica:

“Nela estava gravado o Nome Sagrado. Ele consistia de quatro vogais.” (Guerras 5:5:7)

Ora, vemos aqui algo muito interessante. Josefo, ao escrever, relata que o Nome de YHWH, além das quatro letras Yud-Hey-Vav-Hey, consistia também de quatro vogais. Mas por que Josefo relataria isso?

Tal informação era particularmente relevante para o mundo grego, visto que, ao contrário das línguas semitas, os gregos eram acostumados às vogais:

“Quando os Gregos adaptaram o sistema de escrita fenício para a sua língua… eles criaram sinais para vogais e o utilizaram a cada vez que uma vogal ocorria…”

(The New Book of Knowledge Vol. 1 p. 193 “Alphabet – artigo de Robert M. Whiting)

O relato preciso de Josefo é uma importante pista, mostrando que, se transliterado para o grego, o Nome de YHWH conteria quatro vogais. Mas ainda não é o suficiente para sabermos qual é, de fato, o Nome de YHWH.

III – O Texto Massorético

Embora essa tese já seja refutada pela esmagadora maioria dos estudos, alguns grupos mantêm a tese de que o nome seja Jeová. Essa tese vem da forma, já vocalizada, encontrada no texto massorético, do século 9. Porém, essa informação não procede, visto que o texto massorético foi escrito muito depois do banimento do Nome, e o próprio Judaismo testemunha que a vocalização foi um mero lembrete colocado no texto para que os judeus substituíssem o Nome por um dos demais títulos de YHWH. Tanto

é que, na realidade, o Nome de YHWH no texto massorético não possui apenas uma vocalização. A vocalização “Yehowah” (da qual deriva o nome moderno Jeová) é apenas a mais freqüente, e vem do uso das vogais do termo “Eloah” em conjunto com as letras Yud-Hey-Vav-Hey. Ainda assim, é uma vocalização confusa, pois traz duas vocalizações para o “Vav” – tanto a vocalização do “o” quanto a vocalização do “u”, dando indícios de que os massoretas não estavam fazendo uma simples vocalização, como nas demais

palavras.

Não é difícil de vermos que o termo Jeová está completamente errado, pois não há “J” em hebraico (o correto seria “Y”), nem tampouco o “V” está correto, visto que o vav no hebraico antigo (e isso ainda se preserva em alguns dos dialetos existentes até hoje) não tinha, como no hebraico moderno, o som de “V”. ora, se o “J” e o “V” estão errados, e as vogais também não são originais, então o termo está completamente equivocado.

Mas será que o texto massorético dá algum indício de qual seja o Nome? A resposta é sim. E é isso que veremos a seguir.

IV – Os Nomes Teofóricos

Uma das fontes para encontrarmos o Nome de YHWH são os chamados nomes teofóricos, isto é, nomes de personagens bíblicos que derivam do Nome de YHWH.

Porém, uma das dificuldades do texto massorético quando lidamos com os nomes teofóricos é o fato de que encontramos duas formas distintas. Quando o Nome de YHWH é usado no início do Nome, o mesmo aparece como “Yeho”.

Texto Massorético – Exemplos do Nome de YHWH no Início

YEHO – SHUA (Josué)

YEHO – SHAFAT (Josafá)

Porém, quando o Nome de YHWH é usado no final, vemos algo completamente diferente, daí a dificuldade. Ao aparecer no final, o Nome de YHWH aparece como “Yahu.”

Texto Massorético – Exemplos do Nome de YHWH no Final

ELI – YAHU (Elias)

YIRMI – YAHU (Jeremias)

YESHA – YAHU (Isaías)

Como sabermos então qual a pronúncia correta? Por sorte, temos fontes vocalizadas muito mais antigas do que o texto massorético

V – O Testemunho da Peshitta Vocalizada

O mais importante testemunho que temos de manuscritos semitas vocalizados é o da Peshitta Aramaica. A Peshitta Tanach é uma tradução do Antigo Testamento para o aramaico, e a Peshitta NT é uma compilação aramaica do NT (contendo traduções do hebraico, e manuscritos escritos originalmente em aramaico).

A Peshitta é o texto bíblico usado por assírios, sírios e caldeus. No quarto século, muito antes dos massoretas produzirem seu texto, esses povos já haviam criado vogais para o texto aramaico. E vale lembrar que, tendo tido um contato bem cedo com a fé em Yeshua, tais povos não foram influenciados pelo banimento judaico do Nome.

A Peshitta, em seu dialeto oriental, traz, por exemplo, em Mt. 1:8: “Asa aoled Yahushafat”. Reparem que a Peshitta indica que o nome original de “Josafá” era “Yahushafat”

Peshitta Aramaica (dialeto antigo) – Exemplos do Nome de YHWH no Início

YAHU – SHUA

YAHU – SHAFAT

VI – A Solução do Mistério Teofórico

Portanto, a Peshitta nos ajuda a chegarmos à conclusão de, na realidade, os nomes teofóricos onde o Nome de YHWH era usado no final foram, no texto massorético, alterados, e que, de fato, “Yahu” (pronuncia-se “iarru” no português) seria uma parte do Nome de YHWH. Não é difícil ver de onde vieram as corrupções lingüísticas “Yehoshua” e “Yehoshafat” – foram usadas as mesmas vogais “e” e “o” que aparecem na forma corrompida “Yehowah.”

O motivo também não é difícil de imaginar. Se alguém fala, por exemplo, “Eliyahu”, não tem como acidentalmente pronunciar o Nome de YHWH, por causa do “eli” que antecede o Nome. Porém, se alguém dissesse “Yahushua”, poderia acidentalmente pronunciar o Nome de YHWH, o que para os fariseus (e seus descendentes, os ortodoxos) seria um pecado gravíssimo.

VII – Abreviações

Outros dois testemunhos deixados intactos no texto massorético são as abreviações do Nome de YHWH. Há dois tipos de abreviações que figuram nos manuscritos e fragmentos do Tanach: o chamado Trigrama, que traz as três primeiras letras do Nome, e é sempre transliterado como “Yahu”, e a forma final Yah. De posse de todas essas informações, em nossa busca pelo Nome de YHWH, já temos 3 das 4 vogais mencionadas por Josefo.

VIII – Fragmentos da Septuaginta

Há outros testemunhos importantes para o nome, como por exemplo o de George Howard, que em seu livro “The Tetragram and the New Testament” cita achados arqueológicos de fragmentos da Septuaginta nas cavernas de Qumran que traziam o termo transliterado “IAO” ao invés do famoso Kurios (que é usado na LXX

moderna em substituição ao Tetragrama)

IX – O Testemunho Samaritano

Um testemunho também importante é o da forma samaritana de pronunciar o Nome de YHWH. Os samaritanos, que se separaram dos judeus em sua forma de culto antes do banimento do Nome, e que historicamente pronunciavam o nome como “Iabe”. Os relatos históricos também indicam que havia uma variação na pronúncia dos samaritanos. Não é muito difícil percebê-la, afinal, o “vav” está sendo pronunciado como “b”, o que certamente é uma variante exclusiva dos samaritanos – assim como a pronúncia do “vav” como “v” é uma variante exclusiva dos judeus da Europa.

Todavia, o testemunho samaritano é importantíssimo, pois fornece a última peça que faltava para chegarmos às quatro vogais de Josefo – se antes tínhamos “i”, “a”, “u”, o testemunho samaritano nos fornece o último “e”. Porém, para podermos chegar à essa conclusão com maior segurança, é preciso analisar os demais testemunhos, e verificar se podemos confirmar esta tese da última vogal.

X – O Testemunho dos Chamados “Pais da Igreja”

Talvez o testemunho mais importante de todos seja o dos chamados “Pais da Igreja” que viveram nos primeiros anos após Yeshua, visto que, como vimos anteriormente, os nazarenos jamais participaram do banimento do nome.

A pronúncia do nome era, portanto, de conhecimento dos nazarenos – e, possivelmente e pelo mesmo motivo, de conhecimento dos primeiros cristãos que sucederam aos nazarenos.

XI – Testemunhos da Abreviatura “Yahu”

A abreviação “Yahu” é amplamente testemunhada pelos chamados “Pais da Igreja” – mais especificamente, na sua forma grega transliterada como “Iaou” ou “Iao”. Em alguns casos, como por exemplo na obra “Breviarium nos Salmos”, temos uma marcação que indica um som aspirado, tal como no hebraico “Yahu”. Segue a lista de testemunhos:

Irineu – na obra “Contra Heresias” vol. 2 15:3 – numa alusão aos gnósticos, que abreviavam como “Ia-ot” o termo YHWH Tsevaot (YHWH das Hostes)

Clemente de Alexandria – na obra “Stromata”

Origenes – na obra “Em João” 2:1

XII – A Afirmação de Clemente

Talvez o maior testemunho de todos seja a afirmação de Clemente, na obra “Stromata”, livro 5, capítulo 6, onde ele diz:

“Além disso, o místico nome de quatro letras… é chamado de Iaoue… o qual é interpretado como ‘Aquele que é e será.'”

Aqui, Clemente usa a transliteração IAUOE. A transliteração em questão casa perfeitamente com a conclusão de que chegamos, de que a as vogais seriam “i”, “a”, “u”, e “e”.

Levando-se em consideração o testemunho samaritano, o testemunho de Clemente, o testemunho dos nomes teofóricos e das abreviações, chegamos à conclusão totalmente confortável de que o Nome é “Yahweh”, sendo pronunciado “Iaué” ou “Iarrué” (a primeira pendendo um pouco mais para o hebraico popular, a segunda sendo um pouco mais purista, ambas perfeitamente válidas e possíveis).

XIII – A Enciclopédia Judaica

Curiosamente, a Enciclopédia Judaica também suporta esta conclusão, dizendo acerca do Nome de YHWH:

“… a pronúncia original deve ter sido Yahweh ou Yahaweh. Disto deriva a forma

contraida Jah ou Yah.” (Enciclopédia Judaica – artigo “Names of God”)

A Enciclopédia Judaica chega, portanto à conclusão de que há duas possibilidades: Yahweh ou Yahaweh. Sabemos, contudo, que a segunda forma não seria possível mediante o testemunho de Josefo, que relata que o Nome Sagrado é composto de 4 vogais. A forma “Yahaweh” teria 5. Além disso, a forma “Yahweh” também recebe o testemunho de Clemente, e portanto é a forma correta.

XIV – Conclusão

Diante dos fatos supracitados, fica muito bem comprovado que o Nome Sagrado é “Yahweh” (pronunciado “Iaué” ou “Iarrué”). Essa é, inclusive, a opinião da maioria dos acadêmicos da atualidade (justamente por causa de alguns dos fatos aqui apresentados). Tanto que muitas bíblias, como a Bíblia de Jerusalém no português, por exemplo, trazem o Nome dessa forma.

XV – Rumo à Restauração

Além das questões já levantadas na primeira parte do artigo, em que ficou demonstrado que não só o banimento não é bíblico, como também vai contra a Torá, que nos diz que devemos lembrar do Nome de YHWH, temos ainda a questão de que o conhecer o hebraico e proclamar o Nome de YHWH fazem parte do processo da restauração de Israel.

“Porque então darei uma linguagem pura ao povo, para que todos invoquem o Nome de YHWH.” (Tsefaniyah/Sofonias 3:9)

“Portanto, eis que lhes farei conhecer, desta vez lhes farei conhecer a minha mão e o meu poder; e saberão que o Meu Nome é YHWH.” (Yirmiyahu/Jeremias 16:21)

“Portanto o meu povo saberá o meu nome;” (Yeshayahu/Isaías 52:6)

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