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Resumo de Paulo sobre a imortalidade da alma

Resumo de Paulo sobre a imortalidade da alma

Os ensinamentos do apóstolo Paulo foram desmoralizantes para a doutrina da imortalidade da alma. Além de jamais ter afirmado que os que estão mortos já se encontram atualmente com Cristo, ou que já estão no Paraíso, mas insistindo sempre que eles “dormiam” (cf. 1Co.15:6; 1Co.15:20; 1Co.15:51; 1Ts.4:13; 1Ts.4:14; 1Ts.4:15; 1Co.11:30; 1Co.15:18; Ef.5:14), ele também afirma categoricamente que, se não fosse pela ressurreição dos mortos, que acontece na volta de Cristo, todos os mortos já teriam perecido (cf. 1Co.15:18), a nossa esperança então seria apenas para esta vida (cf. 1Co.15:19), e seria bem melhor “comer, beber e depois morrer” (cf. 1Co.15:32), porque a luta de Paulo seria à toa (cf. 1Co.15:32).

É evidente que Paulo acreditava que não existia vida antes da ressurreição. Para nós, não existiria nenhuma vida póstuma sem a ressurreição (cf. 1Co.15:19,32), e, para os que já morreram, já teriam perecido-apollumi (v.18) se ela não existe. Não estariam eternamente no Céu, em estado incorpóreo. Paulo também deixa claro que estaremos no Paraíso vestidos, e não achados nus (cf. 2Co.5:3; 2Co.5:4). Afirma que, após a sua morte, a coroa da justiça estaria guardada para ele receber somente “naquele dia”, o dia da volta de Cristo (cf. 2Tm.4:6-8).

Na consolação aos tessalonicenses, falando sobre os seus parentes já falecidos, o apóstolo jamais indica que eles já estão na glória do Paraíso, muito pelo contrário, os consola unicamente com a esperançada da ressurreição dos mortos (cf. 1Ts.4:18), o que não faria sentido nenhum se fosse apenas para um corpo morto que já virou pó se as almas imortais já estivessem com Deus no Céu. A consolação de Paulo, voltada totalmente para a ressurreição, além de omitir que os seus amigos e parentes já estivessem na glória, afirma ainda de modo categórico que “de modo algum precederemos os que dormem” (cf. 1Ts.4:15), indicando que mortos e vivos entrarão no Paraíso no mesmo momento.

As pouquíssimas passagens usadas pelos imortalistas dentre as treze epístolas paulinas assinadas são puramente constituídas de versos completamente descontextualizados ou de passagens com interpretações inteiramente forçadas. O motivo para não acharem nada nos escritos de Paulo que favoreça a imortalidade da alma em suas treze epístolas provém de que, de fato, Paulo desacreditava completamente que Deus tivesse implantado nos homens uma “alma imortal”. Se Paulo acreditasse que nós possuímos uma alma imortal, teria dito que o espírito seria salvo no momento da morte, e não no “dia do Senhor” (cf. 1Co.5:5). Também teria dito que o reencontro dele com os santos seria no momento das mortes de cada um, e não na ressurreição (no “dia do Senhor Jesus” – 2Co.1:14; 4:14).

Paulo não acreditava que o ser humano era dividido dualisticamente. Por isso, a imortalidade deve ser buscada (cf. Rm.2:7), e só Deus a possui como uma possessão presente (cf. 1Tm.6:16). A imortalidade subsistirá com a ressurreição dos mortos, quando aos justos será lhes dado corpos incorruptíveis (imortais), ao contrário dos ímpios (cf. Gl.6:8), sendo a imortalidade apenas “por meio do evangelho” (cf. 2Tm.1:10). A morte é vencida não em função de uma alma imortal que deixa o corpo após a morte sendo liberta da prisão da matéria, mas pela ressurreição dos mortos (cf. 1Co.15:54).

Também é importante ressaltar que é apenas por ocasião da ressurreição que seremos dotados de imortalidade (cf. 1Co.15:51), que seremos adotados por Deus como filhos (cf. Rm.8:19-25) e que tomaremos posse de nossa cidade celestial (cf. Fp.3:20,21). Por enquanto, não existe nenhuma “multidão de almas” no Paraíso (cf. 1Tm.5:21), porque é somente pela manifestação de Cristo que seremos manifestados na glória (cf. Cl.3:4). Por essa mesma razão, os que morreram, como Onesíforo, ainda não encontraram a misericórdia de Deus entrando no Céu, mas acharão misericórdia “naquele dia”, o dia do juízo (2Tm.1:16-18), na volta de Jesus (cf. 2Tm.4:1).

Paulo deixa uma esperança, esperança essa tão pregada pela Igreja primitiva e pelos primeiros apóstolos, esperança essa que consiste no fato de que, “assim como todos morrem em Adão, assim também todos serão vivificados em Cristo. Mas cada um por sua ordem: Cristo as primícias, depois os que são de Cristo, na sua vinda” (cf. 1Co.15:22,23). A esperança de que seremos dotados do dom da imortalidade e da incorruptibilidade por ocasião dessa ressurreição dos mortos (cf. 1Co.15:53,54), quando, finalmente, poderemos dizer que “tragada foi a morte pela vitória” (cf. 1Co.14:54).

Paz a todos vocês que estão em Cristo.

Por Cristo e por Seu Reino,
Lucas Banzoli (apologiacrista.com)

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