Nos versículos 8 a 10, Deus relata que existiam entre o povo, homens gananciosos que queriam dominar a terra possuindo grandes latifúndios e exuberantes mansões, sem se importar nem um pouco com os menos favorecidos. Estes homens buscavam enriquecer-se sempre mais, em contraparte, ao crescimento cada vez maior, da pobreza de quem já não tinha quase nada.
Esta desigualdade incomodava muito a Deus; porque a equidade sócio econômica estabelecida por Ele desde o Jubileu, que acontecia a cada 50 anos. Não estava sendo praticada, vivenciada nas relações sociais entre o povo Israelita. No versículo 7, Deus declara que desejou que o povo exercessem juízo, mas ao contrário exerceram quebrantamento da lei, e a justiça, que ao contrário exerceram o clamor.
As lamentações dos que eram injustiçados por força dos poderosos, moveu a mão de Deus contra os tais; então Deus diz que transformaria o cenário real, em que as grandes mansões ficariam desertas, a terra perderia sua produtividade, a ponto de que dez jeiras (40.000 mil metros quadrados) que normalmente produzia 500 batos (15.000 litros) de vinho, passariam a produzir apenas um bato, redução para 0,20 % à produção de vinho.
Neste código de conduta moral e ética estabelecido por Deus “equidade social e econômica”, vimos a capacidade que aquele povo tinha de desordenar o que de forma tão bem organizada havia sido estabelecido por Deus. Os versículos iniciais deste capítulo declaram que Deus, cercou “demarcou” a terra, tirou as pedras e de forma ordenada plantou a vinha. A ambição que é um mal que perdura até nossos dias, foi e é capaz de promover a desigualdade social, promover o sofrimento e a escravidão, tudo em nome do poder e da riqueza, em detrimento aos menos favorecidos.
Se Deus não suportou isso no passado e deu a punição que covinha aos homens maus daquela época, chegará o dia em que esta lei será aplicada novamente na terra.
O versículo vigésimo deste mesmo capítulo faz uma declaração sobre a inversão de valores, em que o mal ocupa o lugar do que é o bem; o errado ocupa o lugar do que é o certo; e o ter ocupa o lugar do ser.
Deus reprova enfaticamente este tipo de atitude. Esta inversão de valores éticos e morais; começou no coração de Lúcifer, quando intentou construir um trono que estivesse acima do trono de Deus (Is 14:12-14). A vontade de “ter” uma posição mais elevada (acima de Deus), fez com que ele não valorizasse a sua posição de “ser” um querubim ungido a serviço do Senhor. Este é um exemplo clássico da inversão de valores praticados desde lucífer e que até hoje faz parte das atitudes de milhares de seres humanos espalhados por toda a face da terra.
Em nome da vaidade, pessoas até desistem de servir a Deus para ocupar lugares que não convém aos santos, tudo em nome de status social; poder e riquezas. São os bens terrenos de que falam a bíblia, que pode corromper o homem e torná-lo escravo do pecado.
No regime em que o mundo vive hoje em dia, que é o capitalismo; o apelo ao ter em função do consumismo é ainda mais veemente do que quando Isaías profetizou sobre a situação de Israel, no capítulo quinto do livro que leva o seu nome. O caráter que é algo inegociável tem sido negociado hoje em dia, por um cargo político (com a corrupção), pela aquisição de um bem, como um carro, uma casa, etc. Esse é um exemplo dentre milhares que poderiam ser citados.
Se Deus ficou tão insatisfeito com os frutos que estavam sendo produzidos por Israel naquela época, o que dizer dos frutos produzidos pelos homens hoje em dia. Em que a identidade do ser “humano” nunca foi tão incerta, e os valores morais e éticos nunca foram tão invertidos!
O texto do versículo 21, declara sobre a auto conceituação, ele fala sobre o homem que se auto intitula sábio, seguindo os seus próprios preceitos. Aqueles que adotam esta postura determinam a suas próprias regras, sendo assim, a moral torna-se aquilo que lhe convier, ou que faça parte de seu conceito sobre o assunto.
Milhares de pessoas adotaram tal postura e atitude, principalmente quando a moral envolve assuntos de cunho religioso. Muitos são os que têm sua opinião formada sobre diversos assuntos baseados em suas próprias ideias e conceitos. É comum vermos nos noticiários de TV, as pessoas serem entrevistadas pra comentarem sobre algo que diz respeito a moral, e elas iniciarem suas falas, dizendo: – “eu penso que tal coisa deve ser assim”. Por que falam desta forma? – Porque seguem suas próprias ideias, não falam baseado num código de ética pré-estabelecido por Deus, ou até os que foram criados pelos homens, falam o que pensam e isso para elas são regras, são leis estabelecidas por elas próprias, e que, portanto, são irrefutáveis.
Daí, temos um cenário montado do desequilíbrio social, simplesmente porque, se não há regras, não há diretriz, sem diretriz, cada um segue seu próprio caminho. E os caminhos sem direção, não tem garantia de assertividade. Por isso, muita maldade, criminalidade e desalentos.
Deus sabia que os que praticam a auto suficiência, trilha o caminho das derrotas. Por isso repreendeu essa atitude de muitos israelitas naquela época. Talvez seja essa a razão de tanto sofrimento humano nestes últimos dias.
Todos os desvios de conduta ética e social do indivíduo, somados, resultam na injustiça social. O versículo 22 retrata bem a figura dos que usam a sua força e o poder que lhes foi confiado, para o mal. Exemplo típico de quem recebe o poder para governar e promover a justiça social, e que ao contrário, as utiliza para seu próprio bem; para satisfazer seus intentos, sem se importar com os outros. No versículo 23 a figura da injustiça fica mais patente, quando o escrito diz que: “… por suborno justificam o perverso, e ao justo negam justiça!”. Esta expressão relata a condição do caráter do homem, que para se valer de suborno, torna-se injusto com os justos, e justo com os perversos. Inversão total de valores.
A contrapartida de Deus diante de tantos desvios de conduta foi ascender a sua ira contra a casa de Israel. Nos versículos seguintes, isso fica bem claro.
Deus instituiu as regras de conduta ética e moral, para manter o equilíbrio e a justiça social, pois somos cidadão de dupla cidadania, somos cidadão da terra e também do céu. E como cidadão da terra, precisamos nos relacionar bem com nossos semelhantes. O que se faz necessário haver regras que estabeleçam nossas relações.
Deus não nos fez e nos deixou a mercê dos acontecimentos da vida, ele deixou as regras pré-estabelecidas para bem nos relacionarmos, o homem é quem tem feito tudo para desordenar aquilo que Deus deixou bem organizado.
A misericórdia de Deus é tão grande que nos versículos 25 a 30, a bíblia relata que Deus não recolheu a sua mão de sobre Israel. Ele permitiu que a assíria castigasse os judeus, mas com o único objetivo, que se arrependessem e mudassem as suas atitudes, que tivessem mudança de comportamento, voltando a cumprir o código de conduta moral e ética determinada por Ele.
Um dia isso será real em todo o mundo, quando Deus instituir o governo milenial, haverá equidade, justiça e felicidade plena. Enquanto isto não acontece, façamos a nossa parte, vamos mudar o mundo com nossas atitudes, sejamos éticos e morais.
A ética e a moral são valores que devem fazer parte de nossas vidas, nunca devemos abandonar estes valores porque são eles que norteiam a reta direção que temos para nos orientar no nosso dia-a-dia; Deus não deixou estes valores inegociáveis, simplesmente por deixar, são de suma importância para o nosso progresso como seres humanos, para evoluirmos como pessoa, que tem a sua própria identidade e precisa preservá-la.
Que Deus nos dê a graça e a sabedoria para guardarmos a sua palavra, e nunca perdermos a direção, o alvo: Jesus Cristo.