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As Setenta Semanas do Livro de Daniel

As Setenta Semanas do Livro de Daniel
O Livro de Daniel e as Profecias de Deus (Parte IX)
I – INTRODUÇÃO

O cumprimento das predições de Daniel 9 relativas à primeira vinda de Cristo, tem fascinado o remanescente de Deus desde os primeiros anos da existência da igreja. Os planos de Deus não sofrem atraso ou adiantamento. Deus tem um esquema elaborado para cada evento. Entre o capítulo 8 e o capítulo 9 de Daniel passaram-se 13 anos. Nesse ínterim o corrupto reinado de Belsazar chegara ao fim. Babilônia caíra diante de um exército medo-persa comandado por Dario, o Medo, e o rei Ciro entrara triunfalmente na cidade. Dario exercia agora a função de rei vassalo de Babilônia, sob o comando maior de Ciro, o Grande.

O capítulo 9 de Daniel foi escrito no primeiro ano de reinado de Dario, por volta do ano 538 a.C. Foi nessa época que Daniel foi apontado como chefe dos presidentes das províncias e foi também condenado a passar uma noite na cova dos leões, segundo o relato do capítulo 6. O profeta Daniel estava aproximadamente com 85 anos de idade. Ele estava preocupado com os seus compatriotas, pois faltavam poucos anos para se completar uma profecia escrita pelo profeta Jeremias. Este profeta havia escrito que quando Babilônia derrotasse Jerusalém, o cativeiro duraria cerca de 70 anos, e Daniel sabia disso. Ele sabia que essa profecia estava no fim e também sabia que Deus sempre mantém as Suas promessas. Com os pensamentos voltados para o cumprimento dessa promessa de Deus, o profeta Daniel inicia o relato de um dos mais surpreendentes capítulos da Bíblia, que anuncia a primeira vinda do Messias, o Seu sacrifício expiatório e o fim do antigo sistema araônico de purificação dos pecados.
II – A GRANDE PREOCUPAÇÃO DO PROFETA

Logo no início do capítulo 9 do livro de Daniel, o profeta dirigiu-se a Deus em oração, expressando sua preocupação quanto ao cumprimento de uma profecia escrita pelo profeta Jeremias, que trazia esperança a ele e ao seu povo de uma breve libertação do cativeiro em Babilônia.

Durante a sua infância, em Jerusalém, Daniel conhecera as mensagens do profeta Jeremias. Certamente guardou com carinho uma cópia dos escritos do profeta. Desenrolando o livro de Jeremias, Daniel leu que depois dos setenta anos de cativeiro, Deus iria castigar a “iniqüidade do rei de Babilônia, …como também a terra dos caldeus.” Jeremias 25:11 e 12. Daniel certamente desenrolou mais um pedaço do rolo e prosseguiu a leitura com muita atenção: “Logo que se cumprirem para Babilônia setenta anos, atentarei para vós outros e cumprirei para convosco a Minha boa palavra, tornando a trazer-vos para este lugar (Jerusalém)….Então Me invocareis, passareis a orar a Mim, e Eu vos ouvirei. Buscar-Me-eis, e Me achareis, quando Me buscardes de todo o vosso coração.” Jeremias 29:10-13.
Daniel sabia que Deus tinha um plano para livrar o Seu povo do cativeiro. Muitas vezes ele deve ter recorrido a essas e outras profecias (II Crônicas 36:15-21) que esboçavam o propósito de Deus quanto a restauração de Israel em sua terra.

Nesta oração (Daniel 9:3-19) Daniel praticou pelo menos seis coisas que merecem a nossa atenção:

1) Ele orou com muita intensidade e fervor;
2) Ele repousou sobre a justiça de Deus e não sobre a sua própria justiça;
3) Ele utilizou as Escrituras Sagradas;
4) Ele confessou seus próprios pecados e os pecados do povo ao qual pertencia.
5) Ele buscou a glória de Deus;
6) Ele reclamou o cumprimento das promessas divinas.

Antes que Daniel terminasse sua oração, o anjo Gabriel trouxe a resposta de Deus. É muito importante enfatizar que a principal preocupação de Daniel era com relação ao seu povo que ainda estava exilado em Babilônia. Ele almejava uma solução para o problema. O anjo Gabriel veio para trazer as boas novas a Daniel. Disse o anjo: “No princípio das tuas súplicas, saiu a ordem, e eu vim, para to declarar, pois és muito amado; considera, pois, a palavra e entende a visão.” Daniel 9:23.

O anjo Gabriel trouxe um novo alento para o profeta Daniel. Deus atendeu a oração do profeta e, nesta nova visão, um novo período de tempo estava sendo determinado para o povo judeu. O povo de Daniel estaria livre para voltar à sua terra natal e reconstruir o que havia sido destruído. Esta visão (Daniel 9:24-27) indiscutivelmente apontava para esta nova realidade.
III – A PROFECIA DAS SETENTA SEMANAS

O evento que determinaria o início da contagem das setenta semanas está relatado em Daniel 9:25: “Desde a saída da ordem para restaurar e para edificar Jerusalém…” Daniel deve ter-se sentido encorajado ao saber que haveria um decreto, algum dia, o qual iria autorizar a restauração de Jerusalém. Esse decreto foi emitido por Artaxerxes I, rei da Pérsia, em 457 a.C., no sétimo ano de seu reinado (Esdras 7:8) e a íntegra desta ordem encontra-se registrada em Esdras 7:11-26. As setenta semanas (70×7=490 anos), a partir de 457 a.C. conduzem-nos a 34 d.C., data do apedrejamento de Estevão. Em Daniel 9:24-27 encontra-se uma relação de eventos, cujo cumprimento total se estendeu até os dias apostólicos:

a) Jerusalém seria restaurada – Em 537 a.C. o caminho para remoção do cativeiro de Judá foi aberto pelo rei Ciro (Esdras 1), conforme previsto pelo profeta Isaías (Isaías 44:28), aproximadamente 150 anos antes do nascimento do monarca persa. A ordem para restauração, no entanto, foi decretada pelo rei da Pérsia, Artaxerxes I. Foi um decreto amplo que restaurou por completo o governo judaico, providenciando a vigência de suas leis.

b) As ruas e o muro seriam reconstruídos, mas em tempos angustiosos – Os detalhes dos problemas enfrentados foram registrados nos capítulos 4, 5 e 6 do livro de Esdras e nos capítulos 3 e 4 do livro de Neemias.

c) O Santo dos Santos seria ungido – O segundo compartimento do Santuário terrestre era o mais sagrado e era vedado aos sacerdotes. No Santo dos Santos ou Santíssimo Deus Se fazia presente. Esse recinto sagrado era acessível apenas para o Sumo Sacerdote, uma vez ao ano. Jesus, após o Seu pleno, perfeito e definitivo sacrifício, abriu caminho, rasgando o véu da separação, permitindo que nosso louvor chegasse ao Altíssimo. Jesus ungiu o Santo dos Santos e purificou-o com Seu sangue (Heb. 9:1-12, 24; 10:19, 20; 6:19, 20; Mat. 27:51).

d) O Messias seria tirado – A palavra “tirado” prova que o Messias não teria morte natural. Jesus preencheu a profecia (Isaías 53:8).

e) Extinguiria a transgressão – Com a Sua morte, Jesus acabou com a transgressão. A vitória de Jesus sobre o pecado restaurou-nos diante de Deus (Hebreus 9:15; Isaías 53:5; I Coríntios 15:55-57).

f) Daria fim aos pecados – Jesus é o Cordeiro que tira os pecados do mundo (João 1:29; I João 3:5). Jesus salvará o Seu povo dos seus pecados (Mateus 1:21; Hebreus 9:26).

g) Expiaria a iniqüidade – Por Sua morte, Jesus expiou os nossos pecados, reconciliando-nos com Deus (Hebreus 2:17; Colossenses 1:20; Tito 2:14).

h) Traria a justiça eterna – Com a queda de nossos primeiros pais, a humanidade se tornou injusta. O Messias traria a justiça de Deus que será eterna para os que dela se apropriarem pela fé que resulta em obediência (Mateus 3:15; Romanos 5:17-21; I Coríntios 1:30; I Pedro 2:24; Hebreus 9:12).

i) Selaria a visão e a profecia – A idéia de selar aqui tem o significado de “confirmar” ou “ratificar”. Jesus selou a profecia, cumprindo o que nela estava escrito (Atos 3:18; Lucas 24:44).

j) Firmaria um concerto – Através o Seu sangue, Jesus tornou-Se Mediador de um novo pacto, um pacto eterno, o novo testamento (Hebreus 9:14,15; Mateus 26:28; Hebreus 12:24; Hebreus 13:20).
IV – CONCLUSÃO

No ano 31 d.C., após três anos e meio de ministério (na metade da última semana), Jesus morreu, e o véu do templo se rasgou em dois de alto a baixo (Mateus 27:50 e 51), indicando o fim do sistema cerimonial terrestre e o cumprimento da profecia relatada em Daniel 9:27, onde diz que “cessaria o sacrifício e a oferta de manjares”. Os sacrifícios do antigo pacto eram meramente um tipo do sacrifício final de Cristo e cumpriram-se nEle. Após o Calvário não resta mais sacrifícios pelos pecados (Hebreus 9:28; 10:10 e 18).

Após a morte e ascensão do Senhor Jesus, o Evangelho ainda foi pregado por algum tempo exclusivamente ao povo de Israel. Era mister cumprir os três anos e meio restantes e concluir a septuagésima semana. Após o martírio de Estevão, em 34 d.C., os cristãos dispersaram-se de Jerusalém e em Cornélio, encerrou-se o ministério de pregação exclusiva aos judeus. (Atos 8:4; 11:18,19; 13:46-48).

Após a morte de Jesus o povo de um príncipe viria para destruir Jerusalém e o Santuário terrestre (Daniel 9:26). Esta profecia trata evidentemente da invasão dos exércitos romanos, sob o comando de Tito, no ano 70 d.C.. O próprio Messias falou da invasão e assolações que os gentios causariam e da fuga dos judeus (Lucas 21:20-24: Mateus 24:15-20).

Esta profecia das setenta semanas foi cumprida totalmente e concluída nos dias apostólicos. Através dela Deus afasta a cortina e mostra à todos a Sua força e como Ele executa de forma silenciosa e paciente os conselhos de Sua própria vontade.

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