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ECHAD e YACHID

ECHAD e YACHID

UM ARGUMENTO INÓCUO
Em dias relativamente recentes surgiu a ideia, entre algumas cristãos conhecedores do hebraico, que quando Deus disse que era “UM” em Dt. 6.4, Ele não quis dizer exatamente “UM”, e que o termo original tem significado de “unidade composta”.
O argumento se baseia no estudo das palavras אֶחָֽד = Echad e יָחִיד = Yachid, que pensam significar, respectivamente, “unidade composta” e “unidade absoluta”. Para eles em Dt. 6.4 onde aparece a palavra Echad (UM), para significar unidade absoluta deveria constar Yachid. Mas, embora Deus possa se manifestar da forma que Ele quiser, não podemos concluir que Ele o faça de forma plural por dedução dos conceitos de אֶחָֽד ou יָחִיד. A própria Bíblia não abona o entendimento que יָחִיד (Yachid) deva ser entendido como “unidade absoluta”. Observe-se que Isaque é classificado como único filho de Abraão em Gn. 22.2. “E disse: Toma agora o teu filho, o teu único filho, Isaque…” Mesmo sendo usado Yachid, no original hebraico, ele não era, absolutamente, o único. Abraão tinha outros filhos: Ismael, por exemplo, Gn. 16.15. Mais velho que Isaque 20 anos, além de filhos de sua velhice com suas concubinas Gn. 25.6. O fato de Isaque ser chamado de ÚNICO se explica porque unidade absoluta não é o conceito da palavra יָחִיד (Yachid), podendo significar além de único, sozinho; abandonado, etc. Usam, também, na tentativa de confirmar o que pretendem, Pv. 4.3, mas este, de igual modo, não confirma o conceito pretendido, pois se reconhecermos Salomão como o escritor do capítulo 4, ele poderia ser o único de sua mãe, mas não era o único de seu pai, por aí, também, não teríamos a unidade absoluta requerida pelos argumentadores. Ademais o verso diz “único em estima”, o que abre margem ao entendimento de que se a mãe dele tivesse ou viesse a ter outros filhos, somente ele seria o de estima de sua genitora. Tem-se em Jr. 6.26, outro versículo que costumam citar, mas nesse caso é o valor único do filho e não o fato de ser um filho. A intenção não recai na quantidade, mas no valor de ser único. Por isso os LXX utilizaram ἀγαπητός (agapeto) “bem-amado” para verter יָחִיד (Yachid).
יָחִיד contextualmente é apresentada como uma palavra que ressalta o indivíduo, não uma individualidade, ou quantitatividade.
Por outro lado אֶחָֽד (echad) tem haver com quantidade propriamente dita, sendo ela mesma a palavra hebraica para o número cardinal “1” (UM), assim não me parece própria a ideia de que devêssemos esperar em Dt. 6.4 a palavra יָחִיד (yachid) tanto que a Septuaginta em Dt. 6.4, traz a palavra εἷς “um” (UM masculino) no lugar de seu equivalenteאֶחָֽד.
Outro versículo requerido, desta feita, para reivindicar unidade composta, para o termo Echad, é Gn. 2.24 “Portanto deixará o varão o seu pai e a sua mãe, e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma só carne.” Mas, observemos que o texto está mais para linguagem figurada, posto que somente figurativamente podemos entender “uma só carne” referindo-se a dois corpos físicos, ou esteticamente, no ato da relação sexual. “Tornar-se” unidade composta tomando como base seres físicos só se admite se fizermos uma análise muito superficial dessa ideia. Imaginemos agora mais detalhadamente: Um homem e uma mulher, duas unidades fisicamente distintas e literais, casam-se e tornam-se uma só carne. Se o sentido não for figurativo, então, forçosamente teremos que entender que para tornar-se unidade composta, seriam quebradas as leis da física, pois dois corpos não ocupam o mesmo lugar no espaço ao mesmo tempo; criando um novo ser, um hermafrodita: homem e mulher em “uma só carne”, e se o sentido é, de fato, figurado, então, essa passagem de Gênesis não serve como ponto de apoio correlacional à Dt.6.4 como requerido pelos defensores do argumento trinitário. A insistência vem também através da leitura de I Co. 6.16,17, mas, nesse caso, o verso 16 fala do pecado da prostituição quando um homem “torna-se um” com a meretriz; e no seguinte se informa que ao ajuntar-se com o Senhor o homem se torna um mesmo espírito, assim, ou o sentido é diverso daquele requerido pelos defensores da pluralidade composta de Echad nesses versos (Gênesis e I Coríntios), ou então Deus não é apenas uma trindade, mas uma poliunidade; muitos milhares de pessoas seriam um Espírito com o Senhor: “Mas aquele que se une ao Senhor é um espírito com ele” (ARA). Nesse pormenor de I Coríntios, não estou opinando, mas, apenas questionando.
Destaque-se Cantares 6.9: “Porém uma é a minha pomba, a minha imaculada, a única de sua mãe, e a mais querida daquela que a deu à luz …” Tanto a palavra “uma”, quanto a palavra “única” é tradução de אַחַת, uma forma feminina da palavra אֶחָֽד e como se poder perceber, não podemos requerer “unidade composta” nessa filha única, e, não se pode negar que apenas e somente uma é a amada que Salomão ali.
Outro versículo que mostra bem o engano do argumento que afirma ser אֶחָֽד (Echad) a palavra exata para designar uma “unidade composta” é Dt. 17.6 “Por boca de duas testemunhas, ou três testemunhas, será morto o que houver de morrer; por boca de uma só testemunha não morrerá”. Pela boca de uma só testemunha ninguém deveria ser condenado. “Uma só” ali é אֶחָד1 e, sem dúvidas, essa única testemunha não é uma composição de testemunhas; nem vários entes em uma só testemunha ou coisas do gênero. Pelo contrário, a ideia do contraste numérico é inconfundível; é absolutamente UM. Tanto aqui quanto em Dt. 6.4 onde a contraposição é com a quantidade de deuses que fazia parte do politeísmo pagão das nações que cercavam Israel por todos os lados. Certamente não era pretensão da Inspiração Sagrada, e seria mesmo um contrassenso, informar que a pluralidade divina das nações pagãs era além de errada, pecado; e em seguida ensinar que aquele que inspirou isso é também um composto plural, mudando apenas a fórmula conceitual dessa “composição”.
Assim, para fins de argumentação de “unidade composta” ou pluralidade em Deus, a base de Echad e Yachid é nula. Devemos atentar para o que o texto quer dizer em seu contexto, e no caso de Dt. 6.4, se considerarmos a nação rodeada por nações politeístas, Deus não daria a Israel, uma informação que causasse mais confusão que esclarecimento. Deus não diria para ele não crerem na quantidade dos deuses das nações para se revelar ele mesmo como sendo mais de um. Não há lógica nisso. É nítido a ideia do contraste entre a quantidade de entes “divinos” das nações pagãs e o um e único Deus de Israel. Então, não há razão plausível para se crer que a afirmação de que Yahweh seja “UM” quantitativamente literal, não tenha sido a intenção do inspirador da frase.
1Outro exemplo muito claro da unidade absoluta usando אֶחָד (echad) é Ec. 4.8 “Há um que é só, e não tem ninguém, nem tampouco filho nem irmão;”

Postado por Valdomiro
mai 10

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