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Esta é a vida eterna: que te conheçam, o único Elohim verdadeiro, e a Yeshua o Messias, a quem enviaste. JOÃO 17:3
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Hebreus. 1:8 Sempre que aparece a palavra “Deus”, esta se refere ao Deus Eterno?

Hebreus. 1:8  Sempre que aparece a palavra “Deus”, esta se refere ao Deus Eterno?

Hb. 1.8 “Mas do Filho diz: O teu trono, ó Deus, subsiste pelos séculos dos séculos, e cetro de equidade é o cetro do teu reino.” A romanização da fé condicionou os crentes atuais a acharem que sempre que aparece a palavra “Deus”, esta se refira ao Deus Eterno, Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo e por via de consequência o próprio Cristo. Isso gerou dificuldades para várias pessoas não só no entendimento de muitas passagens bíblicas, mas, também, a própria rejeição inconsciente da contextualização histórica do uso do termo “deus” dentro da Bíblia. Vale ressaltar que nos originais da Bíblia, seja hebraico, aramaico ou grego não havia distinção capitular nos caracteres, ou seja, todas as letras eram escritas do mesmo tamanho, assim, a tradução para as nossas Bíblias da palavra elohim, por exemplo, por “Deus” ou “deus” ou ainda “deuses” vai depender da compreensão que o tradutor tem de determinada passagem. Para se ter uma ideia o termo “elohim” (deus) aparece em torno de 2.500 vezes no Antigo Testamento hebraico, sendo que nada menos que umas 240 ocorrências não se referem ao Deus Eterno, de modo que seus outros usos não podem ser considerados exceções. Em alguns casos vemos que o termo é aplicado individualmente a falsos deuses pagãos em, pelo menos, 19 ocorrências: A Baal, 5 vezes (Jz 6.31; 1Rs 18.24,25,27; Jz 8.33); a Quemós, 2 vezes (Jz 11.24; 1Rs 11.33); a Milcom, 1 vez (1Rs 11.33); a Dagom, 5 vezes (Jz 16.23,24; 1Sm 5.7); a Baal Zebube, 4 vezes (2Rs 1.2,3,6,16); a Nisroque, 2 vezes (2 Rs 19.37; Is 37.38). O próprio Bezerro de ouro que era um único, feito por Arão, foi chamado de “elohim” em Ex. 32.4. Aqui se poderia questionar a legitimidade dessas falsas divindades serem chamadas de “deus” e, de fato, dentro do contexto bíblico, baseado em Gl 4.8, eles não têm legitimidade, mas o uso da palavra aplicada a elas, por si só, já descarta a reivindicação da existência implícita da trindade em “elohim”; uma suposta pluralidade de pessoas na palavra, pois cada uma dessas falsas divindades não são uma trindade por serem chamadas de elohim. O Bezerro de Ouro, por exemplo, não era mais de um em nenhum aspecto. Destaque-se que quem os classificavam de elohim não eram os povos pagãos, eles tinham os seus termos nas línguas nativas para os definir, mas os próprios escritores sagrados que falavam e escreviam hebraico. Essa palavra se não tomada em sentido singular não pode significar “pessoas” na deidade, pois em seu sentido plural significa literalmente “deuses”, não pessoas, e nenhum trinitário afirmará que Pai, Filho e Espírito Santo sejam três deuses. Vale ressaltar que tal termo também é aplicado a homens. Quando lemos a palavra “juízes” em nossas Bíblias, por exemplo, em Ex. 21.6 “então seu senhor o levará perante os juízes, e o fará chegar à porta, ou ao umbral da porta, e o seu senhor lhe furará a orelha com uma sovela; e ele o servirá para sempre.” ou Ex. 22.28 “Aos juízes não maldirás, nem amaldiçoarás ao governador do teu povo”, se lêssemos em uma Bíblia hebraica estaríamos lendo “elohim”, ou seja “deus” ou “deuses” ao invés de “juízes”, como ocorre no conhecido Salmo citado por Jesus, Sl. 82.6 “Eu disse: Vós sois deuses (elohim), e filhos do Altíssimo, todos vós”. Devemos relembrar que tal Salmo não é a única ocorrência do termo “deus” aplicado a homem, foi, apenas, traduzido de forma explicita por conta da Septuaginta e do uso referencial que Jesus fez do Salmo. Isso é uma impropriedade? Os homens são, agora, iguais ao Deus Eterno por serem chamados de elohim (deus)? É alguma consubstanciação entre o Eterno Deus e os homens encarregados de julgar o povo hebreu? Note que nesse caso não se verifica um reconhecimento errôneo de algum povo pagão acerca de alguém, nem podemos acusar o escritor sacro de haver registrado alguma ilegitimidade, pois o próprio Yahweh Elohim, ou seus inspirados, foi quem os chamou assim. Para o povo hebreu não seria algo esdrúxulo ou blasfemo um “juiz” ou “rei” de Israel ser chamado de “deus”, pois o são por concessão de quem o pode conceder e não em essência. Aliás, é esse tipo de pensamento contextual judaico que permite um israelita recitar esse salmo sem crise de consciência e sem ver nele contradição alguma com Is. 45.5 “Eu sou o Senhor, e não há outro; fora de mim não há Deus.” ou mesmo com o Shamá.
O verso em estudo como se sabe é referência de Sl 45.6-7, e, a esse respeito a Tradução Ecumênica da Bíblia (TEB), elaborada por Católicos e Protestantes, da Editora Loyola, assim comenta o Salmo: “Deus, palavra que por vezes é aplicada a homens (cf. Ex. 4.16), parece aqui designar o rei. Segundo as versões, o v. 7 se dirige a Deus. Contudo, Hb. 1.8-9 o aplica ao Filho. Os modernos muitas vezes têm interpretado ‘teu trono é (o) de Deus’ (cf. I Cr. 29.23), ou então ‘teu trono é (como o de) Deus’”. Perceba que o comentarista mesmo trinitário reconhece que o pensamento de atribuição desse verso ao Deus Eterno se dá nas versões, ou seja, não é o texto ou o contexto hebraico, por si só, que força esse entendimento, pelo contrário, se formos ler o texto só olhando para o hebraico o entendimento natural seria “Teu trono é de Deus” ou que a palavra “Deus” ali represente o monarca e não um ente Divino. Isto pode ser constatado também na Bíblia de Jerusalém que traduz o Salmo a partir do hebraico assim: “Teu trono é de Deus, para sempre e eternamente! O cetro do teu reino é cetro de retidão!”, ainda em nota de rodapé na mesma Bíblia se encontra: “O grego traduz: ‘Teu trono, ó Deus…’, vendo no termo elohim um vocativo qualificando o rei; este título protocolar é de fato aplicado ao Messias (Is.9.5), assim como aos chefes e aos juízes (Ex. 22.6/ Sl. 82.6), a Moisés (Ex. 4.16/ 7.1) e à casa de Davi (Zc. 12.8).” Aqui da mesma forma os comentaristas trinitários, reconhecem que o termo “elohim” nessa passagem é um “título protocolar”, que pode ser aplicado tanto a governante (chefes) e juízes, ou seja, não é uma atribuição de deidade a quem foi dirigido o Salmo. A Bíblia do Peregrino preferiu traduzir “Teu trono, como o de um Deus.” e parece ter respeitado o sentido bíblico do uso do termo aplicado a monarcas (Zc. 12.8 “e a casa de Davi será como Deus”) e juízes de Israel. E nesse sentido aponta para a dinastia davídica I Cr. 29.23 “Assim Salomão se assentou no trono de Yahweh, como rei em lugar de seu pai Davi, e prosperou; e todo o Israel lhe prestou obediência”.
A promessa do trono eterno, para a casa de Davi, já é vista desde II Sm. 7.12 “Quando teus dias forem completos, e vieres a dormir com teus pais, então farei levantar depois de ti um dentre a tua descendência, que sair das tuas entranhas, e estabelecerei o seu reino. 13 Este edificará uma casa ao meu nome, e eu estabelecerei para sempre o trono do seu reino. 14 Eu lhe serei pai, e ele me será filho. E, se vier a transgredir, castigá-lo-ei com vara de homens, e com açoites de filhos de homens; 15 mas não retirarei dele a minha benignidade como a retirei de Saul, a quem tirei de diante de ti. 16 A tua casa, porém, e o teu reino serão firmados para sempre diante de ti; teu trono será estabelecido para sempre.”
Analisando o contexto histórico do Salmo 45.6-7, podemos perceber que, conforme reconhecem os próprios comentarista trinitarianos, trata-se de um salmo dirigido a um monarca de israel, e que profeticamente aponta para Cristo, mas, perceba, o aponta como monarca, conforme o salmo, e não como o Deus Eterno.
O restante do Salmo, normalmente deixado de lado por muitos, dá informações importantes sobre essa realidade. Já no primeiro versículo vemos o escritor falar que dirige seus versos ao Rei, a quem chama de o mais formoso entre os filhos dos homens e que Deus o abençoou. Se diz, também, que esse rei foi escolhido dentre outros companheiros; o verso 9 diz que aquele que foi chamado de “Deus” tem donzelas a sua disposição e já tem uma rainha, inclusive uma filha, e filhos que ficaram no lugar de seus pais. Então, ao invés de imaginarmos o Salmo 45.6 como um versículo isolado, como se este fosse um adendo no texto bíblico que foi usado em Hebreus, precisamos vê-lo como parte de um maravilhoso contexto, não somente do restante do próprio Salmo, mas de toda a Bíblia e entendê-lo como todo aquele que se preocupa em ler a Bíblia por completo entenderia; que a palavra “Deus” no verso 6 não é atribuição de deidade, mas reconhecimento de poderio e da origem do trono daquele monarca e nesse sentido, com caráter profético, aplicado em Hebreus.
Se só lermos Hb.1.8, isoladamente, buscando uma solução trinitária, deveríamos antes parar para meditar: Se o texto diz que Deus, o Deus de “Deus”, o ungiu, não só teríamos um subordinacionismo ontológico, que é rejeitado pelos trinitarianos por negar a co-igualdade entre as hipóstases, como também “Deus” fora de Deus, cuja possibilidade é negada em Is. 44.6. Ou seja, um Deus ungindo um outro co-igual é algo não enpermitido e nem ensinado na Bíblia. Os versos não dizem que Deus está se auto-ungindo(?). Portanto se o texto se referir a primeira ocorrência da palavra Deus como Deidade absoluta, temos, por via de consequência dois “Deus(es)”; o ungido e o que unge. Agora, se o entendemos como um texto que foi dirigido, como o próprio nome da epístola diz, aos HEBREUS, e nos lembrarmos que eles estavam familiarizados com os usos do termo “Deus” (Elohim) nas escrituras Hebraicas e o lia agora em grego, então, tudo se harmoniza, pois como regente da casa de Davi, Jesus, o Filho de Deus, assentará no trono eterno de Yahweh como o fez Salomão; será juiz (Cetro de Equidade), como o foram Jafé e muitos outros, e por consequência “Elohim” (Deus), mas não no mesmo sentido que seu Pai é. Os hebreus não estranhavam quando alguém era chamado de “Elohim” (Deus) quando o contexto nitidamente apontava para aquele que fora designado pelo Eterno e tinha o poder de reger e julgar o povo escolhido. Os fariseus ilegitimamente censuraram Jesus porque não o reconheciam como Regente da parte de Deus. Assim Hb. 1.8, longe de atribuir deidade a Cristo, o reconhece, nos moldes Bíblicos, como Governante:. O Messias que como rei regeria o seu povo.

Postado por Valdomiro
mai 8

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