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Esta é a vida eterna: que te conheçam, o único Elohim verdadeiro, e a Yeshua o Messias, a quem enviaste. JOÃO 17:3
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Existem restrições alimentares Biblicamente para os dias de hoje?

 

 

 

 

 

Existem restrições alimentares Biblicamente para os dias de hoje?

O que a Bíblia ensina sobre Carnes Limpas e Imundas?

Carnes Limpas e Imundas: A Palavra de Deus estabelece alguma distinção?

Como podemos entender as Escrituras?

As leis alimentícias foram abolidas no Novo Testamento?

O que significa “imundo” em Romanos 14?

Não é só uma questão de dieta Quais animais designa a Bíblia como ‘limpos’ e ‘imundos’ ?

Carnes Limpas e Imundas:

A Palavra de Deus estabelece alguma distinção?

Muitas pessoas têm conceitos erróneos sobre o que devemos e não devemos comer. O que dizem as Escrituras sobre este assunto?

Deus deu-nos as Suas leis para nosso bem. Elas nos revelam as verdadeiras normas de Deus: como distinguir entre o bem e o mal, entre o correto e o errado, entre o que é benéfico e o que é prejudicial. E ensinam-nos a diferenciar entre o santo e o profano.

As leis de Deus também definem como nós devemos ser santos, consagrados ao serviço do nosso Criador.

À medida que aplicamos as leis de Deus em nossa vida, estas nos ajudam a adoptar uma nova forma de pensar: a pensar mais como Deus. Também mudam nossa percepção.

Por exemplo, guardar o sábado vai mudando a forma em que vemos e utilizamos o tempo.

O princípio do dízimo muda a nossa apreciação e o uso dos recursos económicos.

 E as leis de Deus que nos dizem que tipos de carnes são próprios para o consumo humano mudam nossa forma de considerar o que comemos.

Deus espera que os mestres e dirigentes religiosos ensinem às pessoas a distinguir entre o que a Bíblia define como o bom e o mau comportamento.

Por meio do profeta Ezequiel Deus ordenou:

“E a meu povo ensinarão a distinguir entre o santo e o profano e o farão discernir entre o impuro e o puro” Ezequiel 44:23

Se bem que algumas das leis de Deus possam parecer estranhas a nosso modo de ver, e não captamos de imediato seu verdadeiro propósito, a verdade é que nos ajudam a evitar muitos males físicos, morais e espirituais.

A Palavra de Deus nos dá um marco para uma vida saudável nos aspectos físicos, morais e espirituais.

Deus nos tem dado seus princípios de saúde, limpeza e santidade para o nosso bem em longo prazo, tanto nesta vida como na vindoura… I Timóteo 4:8.

Um dos propósitos de nossa existência é que aprendamos a basear nossa vida nas palavras de Deus, leia: Mateus 4:4; Lucas 4:4; Deuteronômio 8:3.

A Palavra de Deus, a Bíblia ensina todos os aspectos da vida, inclusive o que comemos. Muitos não sabem que Deus fez distinções entre o que devemos e o que não devemos comer.

Outros pensam que tais diferenças não estão vigentes na atualidade.

Porém, convém que deixemos de lado as opiniões humanas e examinemos o que a Bíblia diz sobre este assunto.

Conceitos populares acerca das distinções:

Muitas pessoas consomem regularmente vários produtos de carne de porco, tais como presunto, salsichas, chouriço e toucinho, e não sentem nenhuma consequência adversa imediata. Por conseguinte, há quem tem buscado uma explicação científica na razão pela qual Deus proibiu aos israelitas que comessem porco.

Uma das teorias sustém que Deus os proibiu devido a que os porcos são portadores de certas enfermidades, entre elas a: triquinose, salmonelas, teníase, gripe suína e uma variedade de males.

Afinal de contas, nos tempos da antiga Israel as pessoas não tinham frigoríficos nem congeladores e tampouco existiam profissionais que lhes informassem sobre os perigos de comer esta carne sem que estivesse bem cozida.

Ao que parece, os resultados das investigações modernas têm minimizado todas estas dúvidas, porque o risco dos parasitas e dos micróbios desaparece ao cozinhar bem estes alimentos.

Portanto, muitos concluem que para Deus é perfeitamente aceitável que comamos carne de porco.

A grande maioria das pessoas que a consome chega a viver até idade avançada; podendo concluir-se então (se é que alguma vez já pensaram nesse assunto) que consumi-la não traz nenhum efeito nocivo nem para a saúde nem para a longevidade.

No entanto, pesquisa mais recente convenceu alguns médicos e nutricionistas, a recomendar que alguns de seus pacientes evitem carne de porco, crustáceos e moluscos (outra categoria de alimentos Biblicamente impuros) em suas dietas, pois eles entendem que algumas pessoas não conseguem digerir adequadamente essas carnes.

Assim, alguns reconhecem que evitar certas carnes faz sentido para as pessoas com certos problemas de saúde, mas não como uma regra para todos.

Algo semelhante ocorre com os conceitos religiosos. Os teólogos, supondo que as leis da alimentação humana se originaram na Antiga Aliança de Deus com Israel, têm concluído, erroneamente, que com o estabelecimento da Nova Aliança estas leis perderam sua vigência.

Segundo este raciocínio, esses então acreditam que muitas as leis do Antigo Testamento já não se aplicam mais na vida dos cristãos.

Muitos pensam que o Apóstolo Paulo confirmou esta perspectiva quando afirmou:

 “Eu sei e estou certo, no Senhor Jesus, que nenhuma coisa é de si mesma imunda, a não ser para aquele que a tem por imunda; para esse é imunda”  Romanos 14:14

Segundo esta forma de considerar as coisas, o Deus do Antigo Testamento é visto como “o grande médico”, e Jesus, no Novo Testamento, como “o grande libertador” dos que estavam sujeitos à lei de Deus.

Ao analisarmos a lista, dos animais limpos e dos imundos, que Deus deu unicamente aos israelitas sobre um ponto de vista médico, a nossa perspectiva moderna, liberal e ilustrada, nos levará a despojar as normas de Deus completamente de seu valor e a crer que em nossa sociedade já não são mais necessárias tais medidas para nos preservar das enfermidades.

Ao supor que Jesus, sabendo disso, deu a seus seguidores uma liberdade total para decidir sobre estes assuntos, chegaremos à conclusão de que Deus estará perfeitamente de acordo com qualquer decisão que tomemos.

Isto é o que ensinam muitas igrejas, porém, o que diz a Bíblia a esse respeito?

Será que temos hoje podemos se alimentar de forma diferente de Jesus e dos Apóstolos?

Veremos no decorrer desse artículo…

O ponto de vista de Deus é diferente!

Deus nos criou à sua imagem e semelhança Gênesis 1:26,27, e ao fazer assim nos deu a capacidade de raciocinar.

Isso é algo grandioso, mas não significa que sejamos infalíveis.

Deus disse:

“Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos, os meus caminhos, diz o Senhor.

Porque, assim como os céus são mais altos do que a terra, assim são os meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e os meus pensamentos, mais altos do que os vossos pensamentos”  Isaías 55:8,9

É Deus, não nós, que tem a autoridade sobre nossa conduta: Provérbios 14:12, e isso inclui o tipo de alimentos que devemos ou não devemos consumir.

O grande profeta Jeremias reconheceu isso abertamente:

“Eu sei, ó Senhor, que não é do homem o seu caminho, nem do homem que caminha, o dirigir os seus passos”  Jeremias 10:23

Se levarmos a sério o que estas passagens nos dizem, então devemos examinar cuidadosamente este assunto das carnes limpas e imundas.

Em lugar de confiar em nosso próprio arrazoamento, mais vale estarmos seguros do ponto de vista que Deus tem a respeito.

A origem das diferenças:

A primeira referência Bíblica que encontramos acerca da diferença entre os animais limpos e os impuros aparece muito antes que os israelitas saíssem do Egito.

Aproximadamente mil anos antes de celebrar a Aliança com a nação de Israel, Deus instruiu a Noé para que tomasse um casal de animais impuros e sete casais de animais limpos e os colocasse na arca: Génesis 6:19; 7:2.

Deus não disse a Noé que esta era a primeira vez que estava estabelecendo a diferença entre estas duas categorias de animais.

Simplesmente lhe disse:

“De todo animal limpo tomarás para ti sete e sete: o macho e sua fêmea; mas dos animais que não são limpos [imundos], dois: o macho e sua fêmea” Gênesis 7:2

Deus não teve que explicar a Noé o que queria dizer com “limpo” e “imundo”; ele entendia perfeitamente a que se referia Deus, e obedeceu.

Se quisermos entender o que Deus quis dizer com esses termos, teremos que buscar a explicação noutra parte da Bíblia, a saber, Levítico 11 e Deuteronômio 14.

O que nos ensina este episódio de Noé é que séculos antes da Aliança que Deus celebrou com Israel, já se tinha conhecimento de que havia uma diferença entre os animais limpos e os impuros.

Podemos ver que a idéia tão difundida de que a limpeza ou impureza dos animais existe só a partir do estabelecimento da Antiga Aliança, simplesmente não é correta.

Devido a que esta diferença existia antes do sistema de sacrifícios que tinha Israel e antes do sacerdócio levítico, é correto dizer que não acabou simplesmente porque estes já não estão vigentes na atualidade.

Como veremos, a Bíblia nos ensina que a diferença entre o limpo e o imundo nunca perdeu sua validez nem seu significado, e que esta diferença continua por uma boa razão.

Se pensarmos que esta lei de Deus não existia até ao momento em que foi codificada, isso poderia nos levar a concluir erroneamente que sob a Nova Aliança já não está vigente porque, como alguns o afirmam, as únicas leis que continuam em vigência são as que foram reafirmadas no Novo Testamento depois da ressurreição de Cristo.

Entretanto, Jesus mesmo esclareceu em Mateus 5:17-19 que este raciocínio não é válido.

Ainda que estes argumentos sejam falsos, nos levam a considerar um assunto muito importante: a continuidade da lei de Deus.

A natureza da lei de Deus algumas pessoas afirmam que Deus permitiu a Adão e Eva que comessem a carne de qualquer animal, mas que impôs restrições dietéticas a Noé.

Outros dizem que Noé podia comer o que quisesse, apesar da diferença que Deus havia manifestado acerca dos animais, porque Deus não havia proibido especificamente que o fizesse.

Todo este raciocínio é errado porquanto se passa por alto a natureza permanente dos princípios espirituais que constituem o fundamento das instruções de Deus para a humanidade.

Todas as instruções de Deus estão baseadas nos princípios espirituais que sempre existiram. Da mesma forma em que Deus é eterno Deuteronômio 33:27; Salmos 90:2, também o são os princípios que refletem seu carácter e sua natureza santa em: Salmos 119:142, 144; Malaquias 3:6; Hebreus 3:8.

A lei de Deus está baseada em seu caráter, o qual não muda nem depende de acontecimentos, eventos ou atitudes que ocorram no curso humano.

Do princípio ao fim, a Bíblia é um livro sobre a lei. Isto não significa que seja um livro somente de direito e legalismo.

A palavra lei é uma tradução da palavra hebraica que significa: ‘direção’ e ‘instrução’, conceitos que abrangem muito mais que um simples código legal.

Então, a lei de Deus é mais antiga que a Bíblia.

O Apóstolo Paulo nos diz que “a lei é espiritual” Romanos 7:14.

Em sua essência, a Bíblia é um livro que tem a ver com as relações interpessoais, especialmente a forma em que as pessoas se relacionavam com Deus no passado e, com base nas experiências delas, como devemos nos relacionar com Ele na atualidade.

A lei de Deus e sua instrução é guia para a humanidade, revela os princípios necessários para poder estabelecer e cultivar com Ele uma relação íntima que nos conduz à vida eterna, leia: João 17:2,3.

Com o tempo, à medida que vamos cultivando nossa relação com Deus, também iremos aprendendo mais e mais a viver como Ele quer que vivamos.

Assim, nossas ações e pensamentos estarão mais de acordo com Sua lei e faremos o que Lhe agrada: Mateus 7:21; João 14:15; Apocalipse 14:12.

Quando entendemos realmente os princípios espirituais da lei de Deus, não nos interessa procurar por onde podemos escapar para não obedecer ao que Ele nos ordena.

Quando desfrutamos de uma verdadeira relação pessoal com Deus, alegramo-nos em guardar Seus mandamentos e queremos agradar-Lhe, atente em: I João 5:2.

Como este Apóstolo claramente nos diz:

 “Porque este é o amor de Deus: que guardemos os seus mandamentos; e os seus mandamentos não são pesados” versículo 3.

Todos os Mandamentos existem para nosso bem-estar físico e espiritual.

Algum aspecto da lei de Deus foi mudado?

Analisemos outro aspecto da natureza da lei de Deus. Alguns, tendo em conta as mudanças evidentes que têm ocorrido desde os tempos do Antigo Testamento sobre as leis dos sacrifícios e da circuncisão, pensam que a lei de Deus foi temporária.

A base deste argumento é a confusão que existe acerca da forma em que se administram em diferentes circunstâncias os princípios espirituais de Deus.

Estas administrações diferentes são referidas como ministérios ou serviços.

O Apóstolo Paulo, que escreveu sobre a lei “espiritual” de Deus em Romanos 7:14, também disse que “há diversidade de ministérios, mas o Senhor é o mesmo” I Coríntios 12:5.

Paulo também assinalou em II Coríntios 3 as diferenças que existem entre os ministérios ou a administração das leis de Deus sob a Antiga Aliança e sob a Nova.

Entretanto, administrar as coisas de uma maneira distinta não é o mesmo que ab-rogar a lei de Deus, porque como Jesus disse em Mateus 5:18:“até que o céu e a terra passem, nem um jota ou um til se omitirá da lei sem que tudo seja cumprido.”

Deus instituiu, e em certas ocasiões permitiu, mudanças na forma em que se administra ou aplica Sua lei.

Em todos esses casos, a Escritura nos explica a mudança administrativa.

No Novo Testamento não encontramos nenhuma mudança referente às carnes limpas e imundas.

Reveladas, depois codificadas é evidente que as leis de Deus existiam muito antes de Moisés e dos Israelitas.

Por exemplo, Deus disse de Abraão (que viveu vários séculos antes dos Israelitas saírem do Egito):

“Abraão obedeceu à minha voz e guardou o meu mandado, os meus preceitos, os meus estatutos e as minhas leis” Gênesis 26:5

Logo, quando Deus começou a relacionar-se com o povo de Israel, não formulou nem anunciou pela primeira vez Sua lei; Ele tornou a declará-la a um grupo de pessoas que tinham sido escravos por várias gerações no Egito, 400 anos! (Êxodo 12:41).

Sob essas circunstâncias, era muito pouco provável que se lembrassem dela e muito menos que a estivessem obedecendo

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Parte da obra que Deus realizou com Israel foi codificar sua lei para essa nova nação. Antes que os Israelitas saíssem do Egito, Deus começou a instruí-los sobre os Seus festivais Êxodo 5:1; 12:1-51.

Logo, durante sua travessia do Sinai, lhes ensinou a importância de guardar Seu dia de repouso semanal: o Sábado Êxodo 16:23, e acompanhou este ensinamento com milagres inequívocos ao enviar-lhes uma porção dobrada de maná no dia sexto, e nada no Sábado, como nos diz os versículos 25-29.

Quando alguns israelitas ignoraram esta instrução e saíram no Sábado para buscar maná, Deus os repreendeu:

“Até quando recusareis guardar os meus mandamentos e as minhas leis?” versículo 28.

Isto aconteceu antes que os Israelitas chegassem ao deserto do Sinai: Êxodo 19:1-2.

Foi ali onde Deus codificou o mandamento de guardar o Sábado como parte do Decálogo em Êxodo 20:1-17.

Além dos Dez Mandamentos, Deus também deu aos Israelitas Seus juízos e preceitos práticos que lhes ajudaram a aplicar corretamente a lei e mais instruções sobre o dia de repouso e as festas. Êxodo 21-23.

Deus lhes prometeu que se Lhe obedecessem em tudo, os abençoaria fisicamente dando saúde, proteção e prosperidade em sua nova terra: Êxodo 23:25ao33.

O propósito da diferença em Levítico 11 e Deuteronômio 14 encontramos as listas dos animais limpos e os imundos.

A primeira foi dada à geração de israelitas que havia sido resgatada da escravidão no Egito.

Em Deuteronômio, Deus repetiu e reafirmou suas instruções para a próxima geração, que estava a ponto de herdar a Terra Prometida.

Em ambas as passagens se explica a razão pela qual foram dadas estas instruções 2 vezes.

Em Levítico 11, Deus diz que para se poder ser “santos” é necessário evitar o que é imundo.

Em Deuteronômio 14 lemos que Israel não devia comer “coisa alguma abominável” versículo 3.

 “porque sois povo santo ao Senhor, vosso Deus” versículos 2, 21.

Ser santo significa ser apartado ou separado por, e para: Deus.

Se examinarmos cuidadosamente estes capítulos veremos que o motivo específico pelo qual Deus nos proíbe consumir a carne de animais imundos é o da santidade.

Deus quer que sejamos santos. Sendo que lhe pertencemos, e ademais nos comprou com o sangue de Jesus Cristo, Deus não quer que nos profanemos com nenhum tipo de contaminação, seja física ou espiritual , leia em:  I Coríntios 6:15-20.

Para Deus, o fato de não consumir animais imundos é um dos sinais de santidade que identificam a todos aqueles que ele apartou para ter uma relação especial com ele.

Todas as pessoas que têm sido chamadas a ter essa relação com Deus devem refletir a santidade dele em seus pensamentos e ações.

Deus quer um comportamento santo, uma forma de vida diferente da que tem o resto do mundo.

A santidade na conduta está baseada em nossa atitude para com Deus, os demais e nós mesmos, que faz que nossas ações não causem sofrimento nem prejudiquem a ninguém.

Este modo de viver contribui para as relações positivas e edificantes. Certamente, ser santo implica muito mais que não comer carnes imundas.

Jesus falou acerca do “mais importante da lei”, ou seja, da justiça, da misericórdia e da fé: Mateus 23:23.

Deus tem dado as Suas leis a pessoas físicas, e quando as desobedecemos sofremos as consequências.

Em Deuteronômio 28 se enumeram as calamidades que aconteceriam aos israelitas se quebrantassem os Mandamentos de Deus.

Entretanto, Deus prometeu que se obedecessem a seus Mandamentos, eles seriam seu povo santo versículo 9.

Deus sempre desejou que seu povo fosse santo. Como expressou o Apóstolo Paulo:

“como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele em caridade [amor]” Efésios 1:4

Por sua vez, o Apóstolo Pedro exortou aos cristãos com estas palavras:

“como filhos obedientes, não vos conformando com as concupiscências que antes havia em vossa ignorância; mas, como é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em toda a vossa maneira de viver, porquanto escrito está:  Sede santos, porque eu sou santo”  I Pedro 1:14-16; ver também Levítico 11:44,45.

Certamente, ao dizer isto, Pedro tinha em mente todos os aspectos da conduta cristã, não só o deixar de comer carne imunda.

Paulo também lembrou aos Coríntios as instruções que Deus havia dado a respeito:

“Pelo que saí do meio deles, e apartai-vos, diz o Senhor; e não toqueis nada imundo, e eu vos receberei; e eu serei para vós Pai, e vós sereis para mim filhos e filhas, diz o Senhor Todo-Poderoso.

Ora, amados, pois que temos tais promessas, purifiquemo-nos de toda imundícia da carne e do espírito, aperfeiçoando a santificação no temor de Deus”  II Coríntios 6:17-7:1

Uma mudança de administração:

Quando Jesus Cristo morreu por nossos pecados e foi ressuscitado, se converteu em nosso Sumo Sacerdote e Seu ministério [a Sua administração] substituiu o sacerdócio levítico, que havia estado

vigente desde os tempos de Moisés Hebreus 7:11-14.

Jesus torna-se a nossa “garantia de uma aliança melhor” Hebreus 7:22, Bíblia Na Linguagem de Hoje), chamada a “Nova Aliança [ou o Novo Concerto]” Hebreus 8:8, 13.

O ministério [a administração] de Jesus Cristo não anula a lei de Deus. Ao contrário, Deus escreve sua lei na mente e no coração de todos os que entram na Nova Aliança: Hebreus 8:10.

Jesus disse claramente que não tinha vindo para abolir a lei em Mateus 5:17ao19.

A Nova Aliança, da qual Jesus é nosso Sumo Sacerdote, tem “melhores promessas” Hebreus 8:6, porém não é uma lei diferente nem melhor.

Entre as melhores promessas estão a da vida eterna e a da presença do Espírito Santo em nós que nos dá o poder que necessitamos para cumprir a lei de Deus: Romanos 8:4.

Em Romanos 6:22-23, o Apóstolo Paulo resume desta maneira:

“Mas, agora, libertados do pecado e feitos servos de Deus, tendes o vosso fruto para santificação, e por fim a vida eterna. Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus, nosso Senhor.”

Um verdadeiro cristão se esforça para submeter-se às instruções que Deus lhe dá e para viver uma vida santa.

Quando Deus instituiu a mudança administrativa, ao substituir o sacerdócio levítico pelo sacerdócio de Cristo, os princípios administrativos que se aplicavam unicamente aos levitas deixaram de ser aplicados da mesma maneira:

“Porque, mudando-se o sacerdócio, necessariamente se faz também mudança da lei.” Hebreus 7:12.

A lei a que se refere aqui é a que estava explicitamente relacionada com quem podia ser um sacerdote; este preceito não foi anulado e sim mudado veja versículos 13 e 14.

A mudança de sacerdócio não ab-rogou as leis e os princípios que Deus nos deu para nosso benefício espiritual e físico.

Em tempos do Novo Testamento, a Igreja de Deus e os Apóstolos continuaram reconhecendo e praticando as normas de Deus com respeito à diferença entre as carnes limpas e imundas, leia: Atos 10:14.

Alguns pensam que isto é algo que se somente com a cultura ou a tradição, mas a Bíblia menciona os animais imundos em certos acontecimentos proféticos que ainda estão por acontecer em Apocalipse 18:2 e também profetiza os castigos que virão para aqueles que se neguem a obedecer esta ordenança em Isaías 66:15 ao17.

Leia atentamente:

Os que se santificam e se purificam nos jardins uns após outros, os que comem carne de porco, e a abominação, e o rato, juntamente serão consumidos, diz o Senhor.

A Bíblia continua designando a obediência às leis acerca das carnes limpas e imundas como um dos sinais que identificam ao povo de Deus.

Não nos devemos envergonhar se, por seguir as leis de Deus, somos diferentes da sociedade que nos rodeia.

Falando acerca dos chamados de Deus, o Apóstolo Pedro nos diz:

“Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz”  I Pedro 2:9.

Deus diz que seu povo escolhido foi chamado à santidade!

No entanto, Cristãos, devem usar sempre de sabedoria e discrição quando explicam as práticas de evitar carnes imundas a seus familiares e amigos.

Eles não devem forçar as leis de Deus em adultos que são responsáveis pelas suas próprias decisões em tais assuntos. Como nos diz o Apóstolo Paulo:

“Sejam sábios na sua maneira de agir com os que não crêem e aproveitem bem o tempo que passarem com eles. Que as suas conversas sejam sempre agradáveis e de bom gosto, e que vocês saibam também como responder a cada pessoa!” Colossenses 4:5-6

As leis alimentícias foram abolidas no Novo Testamento?

Algumas pessoas crêem que certas passagens do Novo Testamento anulam toda a distinção entre as carnes limpas e as imundas.

Mas, o que dizem realmente essas passagens?

Segundo alguns teólogos, com a crucificação de Cristo foram anuladas as leis que Deus havia promulgado a respeito das carnes limpas e imundas.

Para eles, sob a Nova Aliança os cristãos já não têm que guardar estas leis. Porém, o que é que a Bíblia diz realmente?

A mudança administrativa do ‘sacerdócio levítico’ ao ‘ministério de Jesus Cristo’ não invalidou as condições necessárias de que o Seu povo obedeça as leis que Deus promulgou referentes às carnes limpas e imundas (tal como não invalidou qualquer outra lei) como parte da santificação e separação deles como povo de Deus: (Levítico 11:44-47; 19:2; 20:7, 22-26; 21:8).

Os Apóstolos Pedro e Paulo continuaram insistindo na necessidade de que o povo de Deus fosse santo: Efésios 1:4; I Pedro 1:14-16.

Alguns eruditos Bíblicos reconhecem o fato de que os membros da Igreja de Deus continuaram guardando a ordenança que proíbe o consumo de carnes imundas.

Muitos crêem, porém, que na Nova Aliança foi abolida grande parte da lei de Deus, e que as leis referentes às carnes limpas e imundas foram simplesmente costumes da cultura judaica que se mantiveram até que a Igreja se compôs por uma maioria de gentios.

Naturalmente, estas idéias preconcebidas têm influenciado a interpretação de muitas passagens Bíblicas.

Este processo é reconhecido em círculos teológicos como isagese (do grego eisegesis), o ato de inserir as nossas idéias próprias na Escritura.

Estudemos então as passagens do Novo Testamento que se referem aos alimentos.

Conforme o faremos, não vamos praticar a isagese mas aliás vamos pôr em prática a exegese e o processo de extrair o significado das Escrituras, analisando objetivamente o contexto de cada uma poderemos esclarecer qual é sua aplicação para nós.

A visão de Pedro: Deus tornou limpas todas as carnes?

Uma passagem que frequentemente é mal entendida é a da visão na qual o Apóstolo Pedro:

 “viu o céu aberto e que descia um vaso, como se fosse um grande lençol atado pelas quatro pontas, vindo para a terra, no qual havia de todos os animais quadrúpedes, répteis da terra e aves do céu. E foi-lhe dirigida uma voz: Levanta-te, Pedro! Mata e come” Atos 10:11-13.

Crendo que lhe estava sendo ordenado comer animais imundos, a resposta espontânea de Pedro foi:

 “De modo nenhum, Senhor, porque nunca comi coisa alguma comum e imunda” versículo 14.

Isto ocorreu três vezes (versículo 16).

Sem terminar o relato, muitos leitores dão por certo que têm entendido o significado da visão: que Deus disse a Pedro que podemos comer de todo tipo de carnes.

Porém, se lermos cuidadosamente, veremos que isto não é o que Pedro entendeu.

De fato, ainda depois de vê-la três vezes, Pedro estava “duvidando entre si acerca do que seria aquela visão que tinha visto”(versículo 17).

Mais tarde, Pedro captou o significado desta revelação:

“Deus mostrou-me que a nenhum homem chame comum ou imundo” versículo 28

Dando-se conta do verdadeiro significado da visão, Pedro batizou os primeiros gentios (quer dizer, não israelitas) que Deus chamou à Igreja (versículos 45-48).

O relato nos diz claramente que a visão divina não tinha nada a ver com alimentos; referia-se a pessoas.

Para os dirigentes religiosos da época de Jesus, os gentios eram imundos.

Esta idéia também havia afetado a Pedro e a outros membros da Igreja, mas esta dramática visão se apresentou contra tal conceito.

Agora entenderam claramente que Deus estava oferecendo a salvação a todos, de maneira que os gentios também eram bem vindos à Igreja de Deus.

Em vez de abolir as instruções de Deus a respeito da alimentação, o que estes versículos nos demonstram é que duas décadas depois da morte e ressurreição de Jesus Cristo, Pedro não havia comido “coisa alguma comum e imunda”  Atos 10:14

Então, torna-se óbvio que Pedro não acreditava que Deus havia ab-rogado suas próprias leis alimentares, nem que a morte e ressurreição de Cristo as teria tornado obsoletas.

Pelo testemunho do próprio Pedro podemos ver que ele continuou guardando estas leis.

Tampouco existe prova alguma de que tivesse comido carnes imundas depois deste episódio.

Está claro que Pedro continuou obedecendo as leis de Deus acerca das carnes limpas e imundas porque não havia nenhuma razão para mudar.

Depois de refletir calmamente, pôde-se entender que nesta visão Deus não estava anulando o que havia ordenado sobre as carnes limpas e imundas (versículos 17-19, 28).

Antes, Deus estava mostrando ao Apóstolo que agora também os gentios podiam formar parte da Igreja, antes: imundos (versículos 34-35, 45-48).

Uma controvérsia na Igreja a respeito da alimentação

Ao ler o Novo Testamento nos apercebemos de que existiu uma controvérsia a respeito da alimentação.

Se examinarmos cuidadosamente as Escrituras, podemos entender qual era na realidade o motivo do debate.

Em I Coríntios 8 o Apóstolo Paulo dá uma explicação “quanto ao comer das coisas sacrificadas aos ídolos” (versículo 4).

Por que se discutia isto?

“Na época de Paulo, frequentemente a carne era sacrificada e oferecida nos altares pagãos como oferenda aos deuses.

Mais tarde, essa mesma carne era vendida nos açougues públicos. Alguns cristãos se perguntavam se para eles era correto comer esta carne que havia sido previamente oferecida aos deuses pagãos” (Nelson’s New Illustrated Bible Dictionary [“Novo dicionário bíblico ilustrado de Nelson”], 1995, na secção “Meat”.

É interessante notar (ainda que não seja uma prova conclusiva) que em Atos 14:13, a única passagem em que se mencionam os animais que se sacrificavam aos ídolos, o animal sacrificado era um touro, um animal limpo.

Porém, o que se debatia não era o tipo de carne que se podia comer.

Para os hebreus crentes que seguiam as instruções de Deus nem sequer lhes passaria pela cabeça considerar como alimento a carne dos animais imundos.

A controvérsia tinha a ver mais com a consciência de cada crente.

Ao dizer que era permitido consumir a carne de animais que tinham sido oferecidos aos ídolos, Paulo explicou:  “que o ídolo, de si mesmo, nada é no mundo”  I Coríntios 8:4.

O fato de que o animal tivesse sido oferecido a um deus pagão não afetava a carne em nada.

Paulo continuou dizendo:

 “Entretanto, não há esse conhecimento em todos; porque alguns, por efeito da familiaridade até agora com o ídolo, ainda comem dessas coisas como a ele sacrificadas; e a consciência destes, por ser fraca, vem a contaminar-se. Não é a comida que nos recomendará a Deus, pois nada perderemos, se não comermos, e nada ganharemos, se comermos”   I Coríntios 8:7,8

Segundo Paulo, se um crente comprava a carne num açougue, ou se numa visita lhe fosse oferecida a carne, não era necessário averiguar se esta tinha sido oferecida aos ídolos, veja em I  Coríntios 10:25 ao 27.

O que mais lhe preocupava era que se considerasse e respeitasse a quem tivesse uma crença diferente. Segundo suas instruções, nestes casos era preferível não comer carne para não servir de tropeço ao irmão: I Coríntios 8:13; 10:28-29.

A controvérsia a respeito da carne sacrificada aos ídolos foi grande na época do Novo Testamento.

Este é o núcleo de muitas das coisas que Paulo escreveu acerca da liberdade cristã.

As Escrituras hebraicas não contêm referências sobre a carne oferecida a ídolos, mas têm instruções muito claras a respeito de quais carnes se podem comer e quais não.

No Novo Testamento, no entanto, o assunto das carnes oferecidas aos ídolos era muito importante para alguns cristãos, segundo sua consciência e entendimento.

A cronologia das cartas de Paulo é importante:

 Um dado muito significativo que frequentemente passa despercebido é a relação cronológica que existe entre as cartas que Paulo escreveu aos Coríntios e aos Romanos.

Alguns estão convencidos de que Romanos 14 apoia a idéia de que os cristãos já não estão obrigados a seguir as instruções Bíblicas que proíbem o consumo de carnes imundas.

A chave, segundo eles, é o versículo 14, onde o Apóstolo diz:

“Eu sei e estou certo, no Senhor Jesus, que nenhuma coisa é de si mesma imunda, a não ser para aquele que a tem por imunda; para esse é imunda.”

Entretanto, esta afirmação ignora por completo a perspectiva do autor e o contexto da epístola dirigida à congregação em Roma.

Muitos eruditos da Bíblia concordam em situar a Primeira Epístola aos Coríntios ao redor do ano 55, e a Epístola aos Romanos, que foi escrita provavelmente desde Corinto, ao redor de 56 ou 57.

Como o demonstramos anteriormente, a controvérsia em Corinto acerca da comida tinha a ver com a carne sacrificada aos ídolos.

Seguramente, quando Paulo escreveu aos romanos desde Corinto tinha muito presente este tema, e isto é o que devemos ter em conta para analisar o capítulo 14 de Romanos.

Entendamos o propósito de Paulo Aqueles que afirmam que o capítulo 14 de Romanos invalida a lei de Deus acerca das carnes limpas e imundas, estes distorcem as Escrituras para poder justificar sua posição.

O ensinamento que Paulo dá, como o capítulo mesmo o comprova, tem origem na carne sacrificada aos ídolos.

O versículo 2 estabelece o contraste entre o que “come legumes” e o que “crê que de tudo se pode comer” (isto é, carne e legumes).

No versículo 6 se menciona o comer e o não comer, e há várias interpretações a respeito: a que se refere ao jejum (não comer nem beber em certos dias), a que se refere ao vegetarianismo (comer só legumes, verduras e frutas), ou a que se refere a comer ou não comer da carne sacrificada aos ídolos.

O versículo 21 nos comprova que o tema fundamental deste capítulo é a carne oferecida aos ídolos:

“É bom não comer carne, nem beber vinho, nem fazer qualquer outra coisa com que teu irmão venha a tropeçar.”

No mundo romano era muito comum oferecer aos ídolos tanto carne como vinho. Destas oferendas, mais tarde se vendiam porções nos mercados.

Acerca do versículo 2, uma edição na Life Application Bible (Bíblia de Aplicação na Vida) anota:

O sistema antigo de sacrifício era o centro da vida religiosa, social e nacional do mundo romano. Depois que se apresentava o sacrifício a um deus num templo pagão, só se queimava uma parte dele. O que restava, frequentemente era enviado ao mercado para a venda. Assim facilmente, ainda sem disso se aperceber, um cristão podia comprar a dita carne no mercado ou comê-la na casa de um amigo.

O cristão deveria perguntar sobre a origem desta carne?

Alguns pensaram que não havia nada mal em comer carne oferecida aos ídolos, já que estes eram deuses inúteis e falsos.

Outros, para evitar uma consciência de culpa, com cuidado averiguavam a origem da carne ou simplesmente não a consumiam.

O problema era particularmente sério para os cristãos que alguma vez tivessem adorado a ídolos.

Para eles, tal lembrança nítida de seus dias pagãos podia debilitar sua nova fé.

Paulo também tratou deste tema em I Coríntios 8.

Qual é o ensinamento fundamental que Paulo transmite  em Romanos 14?

Dependendo nas suas consciências, os crentes primitivos tinham várias opções quanto ao assunto, nas suas viagens, ou quando estivessem nas suas casas.

Se não quisessem comer carne sacrificada a ídolos, podiam jejuar ou seguir um regime vegetariano, para terem a certeza que não comeriam alguma carne de origem suspeita que pudesse ofender a sua consciência.

Se não tinham nenhum problema de consciência em comer carne oferecida a ídolos, eles poderiam escolher qualquer das opções.

É dentro deste contexto que Paulo diz: “Cada um tenha opinião bem definida em sua própria mente” (versículo 5, versão Revista e Atualizada de Almeida, SBB 1997),  “e tudo o que não é de fé é pecado.” versículo 23

De certa forma, Romanos 14 é o capítulo da liberdade cristã, porque acerca de carne sacrificada aos ídolos a pessoa atua dentro do marco da lei de Deus, mas é guiada por sua própria consciência.

Se olharmos dentro deste contexto, o capítulo 14 de Romanos nem sequer insinua que se pode comer porco nem nenhuma outra carne imunda.

Quando entendemos que no Novo Testamento a controvérsia sobre a comida girava em torno da carne sacrificada aos ídolos, e que não tinha absolutamente nada a ver com as leis Bíblicas sobre as carnes limpas e as imundas, então outras passagens também ficam claras.

O que significa “imundo” em Romanos 14?

Em Romanos 14:14 o Apóstolo Paulo afirmou, de acordo com a versão Bíblica Revista e Corrigida de Almeida:

“Eu sei e estou certo, no Senhor Jesus, que nenhuma coisa é de si mesmo imunda, a não ser para aquele que a tem por imunda; para esse é imunda”.

Isto significa que na Igreja apostólica não se reconhecia nenhuma diferença entre as carnes limpas e as imundas?

O vocabulário grego deste versículo dá-nos uma chave valiosa.

É importante que entendamos que no Novo Testamento há dois conceitos diferentes, provenientes de palavras gregas distintas, que foram traduzidas como “imundo”.

Assim, por um lado imundo pode referir-se àquelas carnes que não se devem comer (Levítico 11; Deuteronômio 14), e por lado pode referir-se a impureza cerimonial ou ritual.

Em Romanos 14 a palavra usada por Paulo é koinos, que significa “comum, pertencendo a vários, referido a coisas em comum, Atos 2:44; 4:32; à fé comum, Tito 1:4; à salvação comum, Judas 3” (W.E. Vine, Vine’s Expository Dictionary of Old and New Testament Words [Dicionário expositivo de palavras do Velho e do Novo Testamento], secção ‘common’, adjectivo).

Esta palavra também se aplica a coisas profanas (Hebreus 10:29) ou contaminadas (Marcos 7).

Em Marcos 7:2 se usa koinos e seu modo verbal koinoo dos versículos 15 a 23 ao fazer referência à impureza cerimonial na qual se encontravam os discípulos por ter comido sem lavar as mãos.

Com a ajuda de uma concordância Bíblica podemos comprovar que koinos e koinoo se emprega várias vezes no Novo Testamento para referir-se à impureza ou imundícia cerimonial.

Algo podia ser considerado “comum”, ou seja, cerimonialmente imundo ou impuro, embora fosse uma carne permitida de comer.

Em contrapartida, a palavra que no Novo Testamento se usa para referir-se às carnes imundas é akathartos.

Na Versão dos Setenta, ou Septuaginta (a versão grega das Escrituras usada nos dias de Paulo), a palavra akathartos é utilizada em Levítico 11 e Deuteronômio 14 para designar as carnes proibidas.

Em Atos 10, ao se referir aos  “quadrúpedes, répteis da terra e aves do céu” (versículo 12) que apareceram na visão de Pedro, é utilizado tanto koinos como akathartos.

Havia de tudo, tanto animais limpos como imundos. Pedro distinguia perfeitamente a diferença entre os dois conceitos de “imundo” e utilizou ambas as palavras no versículo 14.

Uma voz lhe disse que matasse e comesse, e Pedro respondeu:

 “De modo nenhum, Senhor! Porque jamais comi coisa alguma comum [koinos] e imunda [akathartos]” (Atos10:14).

A maioria das traduções da Bíblia faz distinção entre estas duas palavras gregas.

Pedro tornou a usar a mesma terminologia no versículo 28 deste capítulo e em Atos 11:8 ao relatar sua visão.

Quando Paulo escreveu em Romanos 14:14: “Eu sei, e estou certo, no Senhor Jesus, que nenhuma coisa é de si mesma imunda [koinos]”, estava esclarecendo que ainda que uma carne considerada limpa segundo as instruções de Deus tivesse sido sacrificada aos ídolos, isto não queria dizer que já não era própria para o consumo humano.

Como demonstra o contexto, Paulo não estava referindo-se às restrições alimentícias segundo a Bíblia.

Em Romanos 14:20 Paulo disse:

 “Todas as coisas, na verdade, são limpas”.

A palavra grega traduzida aqui como “limpas” é katharos, que significa “livre de misturas impuras, sem defeito, sem mancha”(W.E. Vine, secção “Clean, cleanness, cleanse, clensing”).

Como o tema das carnes limpas não se aborda no Novo Testamento, não temos um termo específico para descrevê-las. Katharos é uma palavra que se usa para descrever tudo referente à limpeza e a pureza, incluindo pratos limpos (Mateus 23:26), pessoas (João 13:10), roupa (Apocalipse 15:6; 19:8, 14), a religião “pura” (Tiago 1:27), e até o ouro e o cristal (Apocalipse 21:18).

É importante notar também que em Romanos 14:14 e 20, a palavra carne ou comida não está presente na frase original.

Paulo não assinala nenhum objeto específico com referência à limpeza ou imundícia.

Simplesmente afirma que “nenhuma coisa é de si mesma impura [koinos: comum ou cerimonialmente impura]” (versículo 14) e “todas as coisas, na verdade, são limpas [katharos: livres de misturas impuras, sem defeito, sem marca]” (versículo 20).

O que Paulo queria deixar claro era que o fato de que se alguma comida tivesse estado associada com a atividade idólatra não era o que determinava se era própria ou não para alimento.

Debate sobre as lavagens e rituais:

Outra Escritura que é frequentemente mal entendida é a da discussão com os fariseus registrada em Marcos 7:1-23.

Muitos consideram que Jesus anulou os estatutos dados em Levítico 11 e Deuteronômio 14 com respeito aos animais cuja carne é própria para o consumo humano.

De fato, na maioria das traduções do Novo Testamento o versículo 19 conclui com esta frase:

“E, assim considerou ele puros todos os alimentos” (versão Revista e Atualizada de Almeida, SBB 1997).

Porém, está esta frase de acordo com o significado e propósito de toda a passagem?

O que foi que Jesus disse, ou não disse, realmente?

Como já mencionámos, um dos princípios básicos para entender uma passagem Bíblica é analisar o contexto em que se encontra.

Entendamos, pois, de que se fala aqui.

Primeiro devemos ter em conta que o vocábulo grego “broma”, usado no versículo 19, significa simplesmente “comida”.

Quando no Novo Testamento se fala especificamente da carne dos animais, o vocábulo que se emprega é kreas, ver Romanos 14:21; I Coríntios 8:13.

Portanto, a passagem está relacionada de alguma forma com a comida em geral, não só com as carnes.

Entretanto, se analisamos um pouco mais perceberemos que a verdadeira controvérsia nada tinha a ver com alimentos que se deviam ou não comer.

Os dois primeiros versículos nos ajudam a entender o contexto:

“E reuniram-se em volta dele os fariseus e alguns dos escribas que tinham vindo de Jerusalém.

E, vendo que alguns dos seus discípulos comiam pão com as mãos impuras, isto é, por lavar, os repreendiam” Marcos 7:1-2.

Então lhe perguntaram: “Por que não andam os teus discípulos conforme a tradição dos antigos, mas comem com as mãos por lavar?” versículo 5.

Agora o assunto está um pouco mais claro.

Refere-se ao comer “com mãos impuras”.

Porque preocupava isso aos escribas e fariseus?

A Aliança que Deus fez com Israel no monte Sinai estava baseada em muitas leis e outros estatutos que tinham a ver com a pureza ritual.

Porém, a prática judaica muitas vezes se apartava disto por seguir a ‘lei oral’ ou ‘tradição dos anciãos’, a qual consistia em muitos requisitos e proibições agregadas às leis de Deus por homens.

Nos versículos 3-4 podemos ver uma breve explicação do costume específico a que os fariseus e escribas se estavam referindo:“Porque os fariseus e todos os judeus, conservando a tradição dos antigos, não comem sem lavar as mãos muitas vezes; e, quando voltam do mercado, se não se lavarem, não comem.

E muitas outras coisas há que receberam para observar, como lavar os copos, e os jarros, e os vasos de metal, e as camas” Marcos 7:3-4.

Observemos que aqui não se menciona nenhuma lei alimentícia.

O assunto era a pureza ritual baseada nas tradições da lei oral.

Os discípulos estavam sendo criticados por não cumprir com a cerimônia de lavagem de mãos ordenada, por essas veneradas tradições religiosas.

O Comentário judeu do Novo Testamento (Jewish New Testament Commentary) por David Stern, 1995, p. 92, explica-nos a razão do costume que era praticado nessa era: “Nestes versículos Marcos

(7:3-4) dá uma explicação de um rito de lavagem de mãos que corresponde aos pormenores dados no tratado Yadayim da Misná [a Misná é uma versão escrita da tradição oral].

No mercado a pessoa podia tocar coisas cerimonialmente impuras; a impureza era eliminada se enxaguando até ao pulso. Ainda hoje os judeus ortodoxos praticam [a lavagem ritual de mãos] antes das refeições.

A razão disto não tem nada a ver com a higiene, pois está baseada na idéia de que ‘o lar de alguém é seu templo’ e a mesa é seu altar, a comida é seu sacrifício e a pessoa mesma é o ‘sacerdote’.

Devido a que o [Antigo Testamento] exige que os [sacerdotes] estejam cerimonialmente puros antes de oferecer sacrifícios no altar, a [lei] oral exige o mesmo antes de comer.”

Já na época de Jesus, para muitos judeus era muito importante praticar esses ritos tradicionais e, se em algumas ocasiões se descuidavam deles, era como que se violassem os princípios básicos da lei de Deus, Mateus 23:1-4, 23-28.

A purificação espiritual Depois de censurar a hipocrisia destas e outras tradições religiosas de sua época, Jesus chegou ao cerne do assunto.

O que explicou demonstra que é muito mais importante cuidar do que sai do coração do que o que se põe na boca em Marcos 7:15, e depois agregou:

 “Porque do interior do coração dos homens saem os maus pensamentos, os adultérios, as prostituições, os homicídios, os furtos, a avareza, as maldades, o engano, a dissolução, a inveja, a blasfêmia, a soberba, a loucura. Todos estes males procedem de dentro e contaminam o homem” Marcos 7:21-23

Este estudo pode e deve ser usado por irmãos com consciência, os que temem a Deus,e guardam seus Mandamentos e observam as Escrituras em verdade. Este artículo não tem, e nem ousaria ter Direitos Autorais ou Copyright, pois o evangelho é livre. Amém.

Os Justos são libertados pelo conhecimento… Prov.11:9

Falamos quando Bíblia fala, e calamos quando

a Bíblia se cala.

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