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Esta é a vida eterna: que te conheçam, o único Elohim verdadeiro, e a Yeshua o Messias, a quem enviaste. JOÃO 17:3
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O REINO DE DEUS NA TERRA

O REINO DE DEUS NA TERRA
Algumas pessoas são muito disciplinadas quando leem um livro. Começam na primeira página de uma história e continuam a lê-la página após página, resistindo firmemente a tentação de dar uma olhada no final para ver como termina. Outros, suponho que a maioria de nós, não temos esse controlo. Salvar-se-á o herói da armadilha letal? Herdará a propriedade disputada ou ganhará o caso da bela dama? Folheamos rapidamente as últimas páginas e quase invariavelmente da-mo-nos conta que o consegue, e assim fortificados voltamos com menos temor aos perigos do momento, sabendo que tudo sairá bem no final.
Este capítulo foi colocado aqui para benefício deste último tipo de leitores. Na realidade deveria ser lido muito mais tarde, já que é o final da “trama”, uma descrição da finalização do propósito de Deus quando o seu Reino estiver estabelecido na terra. Mas coloquei-o aqui porque creio que muitos de nós preferiríamos assegurar-nos de que tudo irá bem para o mundo no final, e que quando você veja o maravilhoso futuro que Deus guardou, aumentará o seu desejo de saber como se realizará isto. Assim que neste capítulo exploraremos a Bíblia para sabermos como será o Reino de Deus.
Por outra parte, se você é dessas pessoas que leem um livro ordenadamente, recordando os detalhes a cada passo para trazê-los à mente e relacioná-los com o resultado final, então pode ser que prefira saltar o presente capítulo para lê-lo depois do capítulo 12.
UMA BELA TERRA MAS AFLIGIDA
Vivemos num mundo que está cheio de beleza e maravilhas naturais. Colinas, montanhas, bosques, planícies, rios e oceanos, todos se combinam para proporcionar um ambiente apropriado para as necessidade de miríades de formas de vida que cobrem o nosso planeta. Presidindo sobre todas estas coisas está o homem, a forma mais desenvolvida de vida, com inteligência para conquistar as suas metas, com emoções para desfrutar das maravilhas que o rodeiam e com um coração cheio para a amizade e o amor.
Ainda assim, continua a ser um mundo que clama pela mudança.
Navegando furtivamente por baixo das águas azuis dos oceanos encontram-se submarinos carregados de mortais mísseis nucleares que podem ser dirigidos e apagar da superfície algumas das maiores cidades da terra. Dentro dessas povoações floresce o crime, a violência nas ruas perigosas, e os inocentes e fracos são oprimidos. No campo, a guerrilha coloca as suas armadilhas letais, e o franco-atirador senta-se pacientemente à espera da sua vítima. Noutras partes do mundo há milhões de figuras patéticas e solitárias, de faces fundas e ossos que quase saltam da pele levando o terrível testemunho dos efeitos da fome. Mesmo nas áreas menos devastadas uma terça parte da população da terra tem que dormir todas as noites sem ter comido. No mundo inteiro definham as pessoas em leitos de sofrimento e dor. Nos hospitais existem longas listas à espera do alívio para as queixas que afligem os nossos corpos defeituosos. O chamado mundo desenvolvido está a colher uma triste colheita de doenças mentais que se devem à pressão dum sofisticado estilo de vida.
Podemos verdadeiramente entender os sentimentos de Reginald Heber quando disse:
“Todas as paisagens são belas, e só o homem é vil.”
SONHAR COM O FUTURO
Já sonhou acordado alguma vez que com o movimento de uma varinha mágica curaria instantaneamente os males do mundo? Uma época de paz, abundância e felicidade passa-lhe pela cabeça, mas logo a visão desfaz-se pela realidade e você tem que reconhecer que os problemas da terra são insolúveis.
Na realidade pode continuar a sonhar. Os seus sonhos mais extravagantes de felicidade humana serão ultrapassados um dia pelos verdadeiros acontecimentos. Desde logo, isto não se realizará através dum processo mágico mas porque é a declarada intenção de Deus. Se as pessoas tão somente lessem a Bíblia encontrariam maravilhosas e satisfatórias descrições da vida na terra quando seja estabelecido o Reino de Deus e daria-se conta de que toda a enfermidade presente neste globo será curada e todos os seus problemas serão resolvidos.
Agora consideraremos as referências bíblicas que descrevem o Reino de Deus, e enquanto as lê pedirei-lhe que tome-as no sentido literal. Sei que algumas vezes pensa-se que as descrições bíblicas do futuro são simbólicas ou uma alegoria à qual devemos dar um sentido místico. Este não é geralmente o caso. As ocasiões nas quais é permissível fazer tal interpretação, esta deve ser um complemento do significado literal e não uma substituição do mesmo. Por exemplo: “Então, se abrirão os olhos dos cegos” refere-se à cura da cegueira tanto física como espiritual.
Gostaria de assegurar-lhe solenemente que cada uma das seguintes passagens da Bíblia podem ser aplicadas corretamente ao Reino de Deus.
A VIDA INDIVIDUAL NO REINO DE DEUS
A maioria dos cidadãos de qualquer reino são súbditos; assim que começarei a nossa análise ao mostrar o que a Bíblia diz acerca da posição de homens e mulheres normais a viver no futuro Reino de Deus.
UMA SOCIEDADE PACÍFICA
Um dos maiores desejos da atualidade é o de paz e segurança, com liberdade do medo de qualquer perigo. O Reino de Deus será uma sociedade inteiramente pacífica. Guerra ou preparativos para guerra serão desconhecidos. Violência entre indivíduos ou nações será algo do passado. Esta serenidade estender-se-á aos animais, pois até a natureza das feras será domesticada. Considere algumas das declarações de Deus acerca do seu Reino apoiam estas afirmações:
“Converterão as suas espadas em relhas de arados e suas lanças, em podadeiras; uma nação não levantará a espada contra outra nação, nem aprenderão mais a guerra.” (Isaías 2:4)
“Ele põe termo à guerra até aos confins do mundo, quebra o arco e despedaça a lança; queima os carros no fogo.” (Salmo 46:9)
“Mas os mansos herdarão a terra e se deleitarão na abundância de paz.” (Salmo 37:11)
“Não se fará mal nem dano algum em todo o meu santo monte” (Isaías 11:9). (No capítulo anterior observamos uma pequena pedra que cresceu até que se tornou numa montanha. Aqui temos a mesma figura referindo-se ao Reino de Deus.)
“O lobo e o cordeiro pastarão juntos, e o leão comerá palha como o boi” (Isaías 65:25)
“Floresça em seus dias o justo, e haja abundância de paz até que cesse de haver lua.”(Salmo 72:7).
FERTILIDADE E ALIMENTO
Outro problema do mundo atual é o flagelo da fome. A chuva parece estar declinando em muitas áreas e os desertos estão a devorar inexoravelmente a terra fértil. Todos os anos centenas de milhares de pessoas morrem de fome e milhões mais sofrem os efeitos prolongados da desnutrição. No Reino de Deus os desertos áridos da terra serão transformados em terras férteis com copiosas fontes de água.
“A areia esbraseada se transformará em lagos, e a terra sedenta, em mananciais de águas; onde outrora viviam os chacais, crescerá a erva com canas e juncos.” (Isaías 35:6-7)
“O deserto e a terra se alegrarão; o ermo exultará e florescerá como o narciso.” (Isaías 35:1)
Mas haverá uma razão adicional para a mudança na produção agrícola. As pestes e doenças agora causam muito dano às colheitas dos fazendeiros e rara vez consegue-se o verdadeiro potencial da colheita. No Reino de Deus o rendimento das colheitas aumentará muito, produzindo grão até nos cumes das colinas (Salmo 72:16). O ciclo da agricultura continuará sem interrupções sazonais (Amós 9:13), e esta colheita aumentada quer nas árvores quer no campo assegurará que a fome seja desconhecida no Reino de Deus (Ezequiel 36:30).
A JUSTIÇA
Uma das tragédias do reino dos homens é que aos pobres e fracos é-lhes negada justiça. Eles não têm os meios nem habilidade nem capacidade para defenderem-se e são frequentemente explorados. Nas grandes cidades do mundo floresce o crime organizado, e os negócios ilegais, as extorsões e as drogas abundam, tiranizando aos que caem nas suas garras. Quando o Reino de Deus seja estabelecido, o cuidado com os desfavorecidos será uma das principais preocupações da administração divina:
“Julgue ele os aflitos do povo, salve os filhos dos necessitados e esmague ao opressor.” (Salmo 72:4)
Naquele tempo não haverá má administração da justiça porque o juízo divino não se baseará somente no que se vê ou se ouve, pois poderá ver diretamente nas mentes dos homens e mulheres para estabelecer a verdade em qualquer assunto:
“Não julgará segundo a vista dos seus olhos, nem repreenderá segundo o ouvir dos seus ouvidos; mas julgará com justiça os pobres e decidirá com equidade a favor dos mansos da terra.” (Isaías 11:3-4).
HABITAÇÃO
Existem poucas desigualdades no mundo tão díspares como o tipo de habitação em que vivem os seres humanos. A habitação sempre ocupou um lugar proeminente na agenda da maioria dos governos, mas o problema permanece. As humildes casas na África, Ásia e América do Sul são principalmente cabanas feitas de cartão, lata ou outro qualquer material que se possa encontrar. Muitos milhões vivem em condições deploráveis onde os serviços essenciais são pobres ou de pouca confiança, e a rede de esgotos primitiva ou inexistente.
Mesmo no mundo ocidental os bairros pobres continuam a desfigurar as cidades e os proprietários gananciosos fecham os olhos às súplicas dos desafortunados inquilinos.
Um quadro Bíblico do futuro é de pessoas serenas e contentes que vivem em casas que eles permanentemente podem chamar de suas, rodeadas pela sua parcela de terra privada:
“Eles edificarão casas e nelas habitarão; plantarão vinhas e comerão o seu fruto. Não edificarão para que outros habitem; não plantarão para que outros comam… assentar-se-á cada um debaixo da sua videira e debaixo da sua figueira, e não haverá quem os espante, porque a boca do SENHOR dos Exércitos o disse.” (Isaías 65:21-22; Miqueias 4:4)
SAÚDE E VIDA LONGA
Mas tal quadro idílico seria arruinado a menos que os habitantes do Reino de Deus recebessem boa saúde para desfrutar das bênçãos. Corpos sãos e robustos serão umas das caraterísticas dessa época futura:
“Então, se abrirão os olhos dos cegos, e se desimpedirão os ouvidos dos surdos; os coxos saltarão como cervos, e a língua dos mudos cantará.” (Isaías 65:20,22).
Essas vidas felizes e saudáveis serão longas. Uma pessoa que morra aos cem anos de idade será considerada somente como sendo jovem:
“Não haverá mais nela criança para viver poucos dias, nem velho que não cumpra os seus; porque morrer aos cem anos é morrer ainda jovem… porque a longevidade do meu povo será como a da árvore.” (Isaías 65:20,22).
UMA LÍNGUA INTERNACIONAL
Um dos obstáculos para a harmonia internacional é a enorme diversidade de idiomas que existem no mundo. Quando Deus estabelecer o seu Reino na terra será removida esta causa de divisão e uma língua universal será aplicada a todo o globo:
“Então, darei lábios puros aos povos, para que todos invoquem o nome do SENHOR e o sirvam de comum acordo.” (Sofonias 3:9).
ALTERAÇÕES DRAMÁTICAS, PORQUÊ?
Estas passagens combinam-se para formar o quadro Bíblico da vida no Reino de Deus. Paz, felicidade e segurança caraterizará a vida de todos os súbditos. As maldades e injustiças que causam tanta ansiedade e angústia na atualidade serão eliminadas e todos receberão alimento, saúde e longa vida para que possam desfrutar plenamente destas bênçãos.
Você estará desculpado por pensar que o quadro Bíblico que acabo de apresentar é o de uma sociedade completamente materialista, que vive para a sua própria gratificação e satisfação. Na realidade este não será o caso. Antes, estas grandes bênçãos de grande alcance virão como consequência de uma mudança nas atitudes das pessoas. Estes benefícios provenientes de Deus não são um fim em si mesmos, mas sim o resultado de homens e mulheres voltarem-se para Deus com sinceridade.
Na atualidade a maioria das pessoas conhecem as palavras do coro de anjos por altura do nascimento de Jesus, tantas vezes repetidas:
“Glória a Deus nas maiores alturas, e paz na terra entre os homens, a quem ele quer bem.” (Lucas 2:14)
Isto representa a causa e efeito. Se primeiro há glória a Deus, então em consequência haverá paz na terra. A Bíblia estabelece claramente que os homens e mulheres do mundo inteiro voltarão ao reconhecimento de Deus antes de receber as bênçãos do Reino:
“Lembrar-se-ão do SENHOR e a ele se converterão os confins da terra; perante ele se prostrarão todas as famílias das nações.” (Salmo 22:27)
A ponderação da vasta gama de crenças no mundo atual proporciona alguma ideia da magnitude desta mudança no futuro. A lista das diferentes religiões é interminável. Algumas delas são incompatíveis com as outras, e algumas são até ateias. No Reino de Deus reconhecerão que estiveram erradas nas suas crenças mais importantes. O profeta Jeremias esperava esse tempo:
“Ó SENHOR… a ti virão as nações desde os fins da terra e dirão: Nossos pais herdaram só mentiras e coisas vãs, em que não há proveito.” (Jeremias 16:19)
A VERDADEIRA ADORAÇÃO
Este novo reconhecimento do verdadeiro Deus será a base dum sistema universal de adoração correta e um desejo sincero da parte dos adoradores de viver como Ele deseja:
“Nos últimos dias, acontecerá que o monte da Casa do SENHOR será estabelecido no cimo dos montes… e para ele afluirão todos os povos. Irão muitas nações e dirão: Vinde, e subamos ao monte do SENHOR e à casa do Deus de Jacó, para que nos ensine os seus caminhos, e andemos pelas suas veredas.” (Isaías 2:2-3)
“Assim diz o SENHOR dos Exércitos: Ainda sucederá que virão povos e habitantes de muitas cidades; e os habitantes de uma cidade irão à outra, dizendo: Vamos depressa suplicar o favor do SENHOR e buscar ao SENHOR dos Exércitos; eu também irei. Virão muitos povos e poderosas nações buscar em Jerusalém ao SENHOR dos Exércitos e suplicar o favor do SENHOR.” (Zacarias 8:20-22)
Esta boa vontade da parte de todo o mundo para aceitar Deus é a única base sobre a qual Ele os abençoará. A Bíblia ensina claramente que os favores de Deus seguem a verdadeira adoração e a sequência não pode ser revertida.
O REINO DOS CÉUS
Faremos uma pequena digressão por um momento para prevenir uma possível confusão. Os leitores do evangelho de Mateus verão que usa “Reino dos céus” em vez da forma mais usual “Reino de Deus”. Não existe diferença no significado das duas frases, as quais são usadas nas Escrituras de forma alternada. Uma comparação entre os relatos paralelos dos evangelhos sobre os mesmos incidentes confirma isto (por exemplo, Mateus 3:2 e Marcos 1:15; Mateus 5:3 e Lucas 6:20, etc.). O Novo Dicionário Bíblico tem o seguinte comentário:
“Enquanto Mateus, que se dirige aos judeus, fala na maior parte das vezes do ‘Reino dos céus’, Marcos e Lucas falam do ‘Reino de Deus’, que tem o mesmo significado que ‘Reino dos céus’… Em todo o caso não pode-se assumir uma distinção no significado das expressões” (artigo ‘Reino de Deus’).
Note também que a frase de Mateus é “Reino dos céus”, e não “Reino nos céus”. Como vimos neste capítulo, durante o reino de Cristo o estado das coisas na terra se aproximará ao dos céus, tornando as palavras de Mateus mais apropriadas. A oração do Senhor confirma isto: “Venha o teu reino; faça-se a tua vontade, assim na terra como no céu.”
COMO LEVAR-SE-Á A CABO ESTA REFORMA
Os últimos milénios de história humana com a sua beligerância internacional, diversidade religiosa e animosidade conformam uma realidade proeminentemente clara. Esta mudança de uma sociedade maioritariamente egoísta, ateia ou pagã não acontecerá através dum processo de desenvolvimento progressivo. No capítulo anterior já tivemos uma indicação disto na repentina e irrevogável remoção da estátua metálica que representa o Reino dos Homens. Agora gostaria de dirigir a sua atenção para as passagens explícitas que dizem-nos como se concretizará esta mudança de coração. Será através da revelação do próprio Deus como juiz e castigador de todos os maus, dando assim evidência da Sua existência e poder.
Na secção intitulada ‘Uma sociedade pacífica’ notámos que Isaías falava de nações, “nação não levantará a espada contra outra nação”. Sob o título ‘A verdadeira adoração’ lemos mais acerca da mesma referência onde alude às mesmas nações que dizem ” subamos ao monte do SENHOR”. Mas na passagem completa estas dois declarações estão ligadas através das seguintes palavras:
“Ele julgará entre os povos e corrigirá muitas nações.” (Isaías 2:4)
Isto diz-nos que a paz na terra será conseguida através dum édito e a sua correspondente execução.
Falando ainda dos acontecimentos que rodeiam o estabelecimento do Reino, Isaías reforça a mensagem de que Deus usará o Seu grande poder para impor a submissão:
“Naquele dia, o SENHOR castigará, no céu, as hostes celestes, e os reis da terra, na terra… Pois eis que o SENHOR sai do seu lugar, para castigar a iniquidade dos moradores da terra… Quando os teus juízos reinam na terra, os moradores do mundo aprendem justiça.” (Isaías 24:21; 26:21; 26:9)
REI DE REIS E SENHOR DE SENHORES
O processo de levar ao mundo o conhecimento de Deus será o trabalho do Seu representante, o qual será Rei sobre o Reino de Deus. Este Rei não será outro senão o Senhor Jesus Cristo, o qual, como a pequena pedra do sonho, virá à terra com a missão de substituir o reino dos homens pelo Reino de Deus.
Num salmo que o Novo Testamento especificamente aplica a Cristo temos uma descrição da situação aquando do seu regresso. Devido ao seu poder invencível é ordenado às nações que se submetam ao novo governante do mundo:
“Eu, porém, constituí o meu Rei sobre o meu santo monte Sião. Proclamarei o decreto do SENHOR: Ele me disse: Tu és meu Filho, eu, hoje, te gerei. Pede-me, e eu te darei as nações por herança e as extremidades da terra por tua possessão. Com vara de ferro as regerás e as despedaçarás como um vaso de oleiro.”
“Agora, pois, ó reis, sede prudentes; deixai-vos advertir, juízes da terra. Servi ao SENHOR com temor e alegrai-vos nele com tremor. Beijai o Filho para que se não irrite, e não pereçais no caminho; porque dentro em pouco se lhe inflamará a ira.” (Salmo 2:6-12)
A autoridade divina investida em Cristo levará à submissão de todos os governantes humanos. No último livro da Bíblia, em palavras que claramente repetem o pronunciamento do destino da estátua de Nabucodonosor, lemos o resultado final do propósito de Deus tal como é revelado nas Escrituras:
“O reino do mundo se tornou de nosso Senhor e do seu Cristo, e ele reinará pelos séculos dos séculos.” (Apocalipse 11:15)
“REINARÁ UM REI COM JUSTIÇA”
“Logo, tu és rei?” disse Pilatos ao seu nobre prisioneiro. Jesus respondeu com cortesia de palavras o que naqueles dias indicava completo consentimento: “Tu dizes que sou rei.” (João 8:37)
Este homem trazido perante os seus acusadores para responder a acusações falsas foi o único homem moralmente perfeito que jamais viveu. Tinha horror à falsidade e à hipocrisia, o que fazia com que ocasionalmente fosse severo e franco. Mas também demonstrou amor e bondade e um perfeito sentido de justiça e honestidade. A sua compaixão não conhecia limites: curou ao enfermo, deteve as lágrimas da mãe viúva devolvendo o filho à vida. Ensinou com paciência o caminho de Deus e finalmente, em agonia indescritível, entregou a sua vida pelos seus amigos.
É o mesmo homem nobre designado por Deus como futuro governante do mundo. “Jesus Cristo, ontem e hoje, é o mesmo e o será para sempre.” (Hebreus 13:8), e quando regressar mostrará sem mudança as caraterísticas que tão graficamente apresentam os evangelhos. As pessoas más e hipócritas serão tratadas como foram o cambistas de moedas no templo; mas para o restante será um governante sábio, justo e bondoso. Quão bendita será verdadeiramente a terra quando o Filho de Deus seja o seu Rei! Através do seu governo perfeito a terra tornar-se-á num lugar idílico para se viver.
Contemple estas antevisões bíblicas dos benefícios do reinado de Cristo sobre o Reino de Deus:
“Eis aí está que reinará um rei com justiça, e em retidão governarão príncipes… O efeito da justiça será paz, e o fruto da justiça, repouso e segurança, para sempre.” (Isaías 32:1,17)
“Julgue ele com justiça o teu povo e os teus aflitos, com equidade… Julgue ele os aflitos do povo, salve os filhos dos necessitados e esmague ao opressor… Floresça em seus dias o justo, e haja abundância de paz até que cesse de haver lua. Domine ele de mar a mar e desde o rio até aos confins da terra… E todos os reis se prostrem perante ele; todas as nações o sirvam… Nele sejam abençoados todos os homens, e as nações lhe chamem bem-aventurado.” (Salmo 72:2,4,7-8,11,17)
Estes fervorosos termos descrevem o soberano sob cujo governo forte mas benigno, todas as nações do mundo encontrarão uma vida de felicidade e satisfação.
“A CIDADE DO GRANDE REI”
O centro deste futuro governo perfeito será a antiga capital Judaica: Jerusalém. Será reconstruída e conterá um glorioso templo que chegará a ser o ponto fulcral da adoração mundial. Desde desta cidade sairão as sábias e boas leis e todo o mundo olhará para Sião e para o seu Rei com respeitosa lealdade, viajando para lá para aprender os caminhos de Deus. Está é a voz em unânime das Escrituras. No Sermão do Monte Jesus disse:
“De modo algum jureis… por Jerusalém, por ser cidade do grande Rei;” (Mateus 5:34-35)
E ao falar acerca da futura obra de Jesus, disse Deus:
“Eu, porém, constituí o meu Rei sobre o meu santo monte Sião.” (Salmo 2:6)
Os profetas falaram similarmente de Jerusalém duma maneira que nunca chegou a acontecer, mas que será cumprida quando Jesus regressar para ser o seu justo rei:
“Naquele tempo, chamarão a Jerusalém de Trono do SENHOR; nela se reunirão todas as nações em nome do SENHOR e já não andarão segundo a dureza do seu coração maligno.” (Jeremias 3:17)
“Porque de Sião procederá a lei, e a palavra do SENHOR, de Jerusalém… o reino da filha de Jerusalém.” (Miqueias 4:2,8)
“Quando o SENHOR dos Exércitos reinar no monte Sião e em Jerusalém; perante os seus anciãos haverá glória.” (Isaías 24:23)
UM REINO DE 1000 ANOS
O rei da futura era não reinará só mas será assistido por príncipes. Deixarei a identidade destes assistentes para estudá-la num capítulo posterior, mas menciono-os agora pois quando fala-se deles em Apocalipse, assinala-se também a duração do reinado de Cristo:
“Serão sacerdotes de Deus e de Cristo e reinarão com ele os mil anos.” (Apocalipse 20:6).
Durante estes mil anos, conhecidos como o milénio. A tendência inata do homem para fazer o que é mau será refreada, com o resultado da terra ser purificada gradualmente de todo o mal. Depois dum esforço final de rebelião a própria natureza humana será erradicada, e a morte será completamente eliminada da terra. Estudaremos isto com mais detalhe no capítulo 13.
DEPOIS DO MILÉNIO
No final dos mil anos o Reino de Deus chegará à sua etapa permanente. O Reino de Cristo terá preparado a terra como um lugar para que Deus habite em perfeita comunhão com a Sua Criação. Assim é-nos dito que no final do milénio Cristo renunciará à sua soberania sobre o Reino de Deus em favor do próprio Deus (1 Coríntios 15:24-28). O quadro final da Bíblia é de absoluta perfeição:
“Então, ouvi grande voz vinda do trono, dizendo: Eis o tabernáculo de Deus com os homens. Deus habitará com eles. Eles serão povos de Deus, e Deus mesmo estará com eles. E lhes enxugará dos olhos toda lágrima, e a morte já não existirá, já não haverá luto, nem pranto, nem dor, porque as primeiras coisas passaram.” (Apocalipse 21:3-4)
RESUMO
Neste capítulo do presente livro deixei que a Bíblia descrevesse por suas próprias palavras o futuro que Deus determinou para a terra, quando o reino dos homens for substituído pelo Seu Reino, regido pelo Seu Rei e governado pelas Suas leis. Vimos que satisfará os desejos e anelos de toda a humanidade, e será provado por todos os que estejam dispostos a reconhecer a Sua supremacia.
Mas este glorioso objetivo não será atingido sem cuidadosa planificação, esforço e sacrifício. Por conseguinte no capítulo 5 voltaremos sobre nossos passos para ver as etapas pelas quais este muito satisfatório clímax será atingido. Entretanto, antes de regressarmos à nossa extensa olhadela ao final da trama para examinarmos a forma emocionante em que o drama se desenvolve, devemos dedicar algum tempo para pensarmos acerca do próprio Deus e nos meios pelos quais comunicou o Seu plano à humanidade.

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