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Esta é a vida eterna: que te conheçam, o único Elohim verdadeiro, e a Yeshua o Messias, a quem enviaste. JOÃO 17:3
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SEJA UM NAZARENO!

SEJA UM NAZARENO!

RECOMENDAÇÕES PRÁTICAS

 Temos demonstado ao longo de diversos estudos que Yeshua não veio para criar uma nova religião, mas sim para ser o Messias de Yisra’el, pautando todos os seus ensinos à luz da correta interpretação da Torá de YHWH. Consequentemente, forçoso concluir que Yeshua não foi cristão[1], mas judeu. Seu Judaísmo possui pontes de contato com o farisaísmo de Hilel e com o essenismo, contendo ainda elementos específicos que o tornam sui generis, razão pela qual é conhecido como Judaísmo Nazareno.

Define-se Judaísmo Nazareno como o ramo do Judaísmo cujos ensinos, doutrinas e práticas foram vivenciados por Yeshua HaMashiach e seus primeiros talmidim (discípulos).

A expressão “Judaísmo Nazareno” é bíblica, visto que, no período do Segundo Templo, todos os grupos judaicos faziam parte do Judaísmo (Gl 1:13 e 14), e os talmidim de Yeshua ficaram conhecidos como “nazarenos” (At 24:5).

Após a morte e ressurreição de Yeshua, o Judaísmo Nazareno expandiu-se em grandes proporções e, contrariando ditos cristãos, muitos judeus passaram a crer no Messias:

1) os cento e vinte discípulos (At 1:15) cresceram e, em apenas um dia, na festa de Shavuot (Semanas/“Pentecostes”), somaram-se mais três mil pessoas (At 2:41), que eram judeus religiosos (At 2:5);

2) passaram a seguir Yeshua mais cinco mil homens, sem contar mulheres e crianças (At 4:4);

3) multidões de homens e mulheres foram acrescentados em At 5:14;

4) em At 6:1, novamente há a narrativa do crescimento do número de discípulos;

5) tal crescimento ocorreu rapidamente em Jerusalém (At 6:7);

6) multiplicou-se o número de nazarenos (At 9:31);

7) os nazarenos continuaram crescendo e se multiplicando (At 12:24);

8) vários judeus e prosélitos passaram a crer em Yeshua (At 13:43);

9) gentios em massa também se converteram (At 13:48);

10) entre os habitantes da Judeia, dezenas de milhares passaram a seguir o Messias (At 21:20).

Analisando-se todos estes dados, verifica-se que o Judaísmo Nazareno se tornou o maior grupo religioso no âmbito do Judaísmo do primeiro século, com milhares e milhares de membros. Após estudar o tema com a profundidade que lhe é peculiar, estima o rabino James Trimm que os nazarenos chegaram a um total de 426.000 pessoas em 63 D.C:

“… usando os nossos números conservadores, eram pelo menos 213 mil nazarenos por volta de 45 CE.

Agora, nós estimamos que este número dobrou apenas uma vez a partir de 45 CE a 63 CE, então, por volta de 63 CE, eram pelo menos 426.000 nazarenos” (Have the Jews Rejected Yeshua?).

Ainda que os números citados pelo rabino James Trimm não sejam dotados de precisão, pelo livro de Atos se percebe que dezenas de milhares de pessoas abraçaram a fé em Yeshua HaMashiach. Se considerarmos a rápida propagação das boas novas em diversas localidades, em função das viagens missionárias de Sha’ul (Paulo), é possível que o número de nazarenos tenha chegado a centenas de milhares até o ano 63 D.C. De qualquer forma, fato incontroverso é que, somente na Judeia, dezenas de milhares de cidadãos se tornaram nazarenos (At 21:20).

Segundo Josefo, os fariseus giravam em torno de 6.000 pessoas e os essênios eram um pouco mais de 4.000. Comparando-se estes pequenos números com os nazarenos, depreende-se que os discípulos de Yeshua constituíram a mais importante facção do Judaísmo no primeiro século. Enfraqueceu-se o Judaísmo Nazareno em razão das guerras contra Roma, dizimando os romanos aproximadamente um milhão e quinhentos mil judeus entre os anos de 66 a 135 D.C, sendo que muitos dos mortos eram netsarim (nazarenos).

Até o quarto século há referências expressas sobre os netsarim na literatura antiga, restando poucos registros históricos a partir de então, apesar de nunca ter desaparecido por completo os israelitas talmidim de Yeshua.

No século XX, diversos movimentos surgiram com o objetivo de restaurar as antigas práticas dos primeiros discípulos de Yeshua. Agora, no século XXI, há nazarenos espalhados pelos quatro cantos da terra, praticando os mandamentos da Torá e testemunhando o Messias para judeus e gentios.

Este é o maior movimento destinado a cumprir a profecia de Sha’ul (Paulo) de que todo o Yisra’el será salvo (Rm 11:26), o que culminará com o retorno de Yeshua HaMashiach para reinar sobre toda a terra.

Se você, querido leitor, deseja fazer parte deste movimento e se tornar um nazareno, discípulo da fé original de Yeshua, seguem algumas recomendações práticas.

1) Liberte-se da dependência institucional religiosa. Primeiramente, há um grande problema que assola muitas pessoas. Crentes em Yeshua/Jesus descobrem que estão filiados a instituições religiosas que pregam contra a Torá, contra Israel e contra o Judaísmo. Ou seja, são membros de Igrejas cujos ensinos são antibíblicos. Então, nasce o desejo no coração de abandonar a Igreja que ensina heresias e surge a seguinte dúvida: “se eu sair da Igreja, para onde vou? Não existe congregação de netsarim (nazarenos) na minha cidade, o que eu faço?”.

Eis a resposta: grandes homens de Elohim, como Eliyahu (Elias), por exemplo, não eram filiados formalmente a nenhuma instituição, inclusive o profeta citado servia o ETERNO solitariamente. Se não existe congregação nazarena no local de sua residência, você poderá iniciar em sua própria casa estudos à luz do Judaísmo Nazareno. Aliás, conforme ensinam as Escrituras, muitos discípulos se reuniam em casas (At 5:42, Rm 16:5, I Co 16:19, Cl 4:15, Fl 1:2).

Quem sabe o ETERNO usará você e sua casa para, no futuro, fundar uma congregação? Caso queira ajuda para organizar os trabalhos, acesse o site www.judaismonazareno.org e entre em contato conosco (judaismonazareno@gmail.com), pois poderemos ajudá-lo a fundar uma obra que pregue a verdade acerca de Yeshua e de seus ensinos.

Se você realmente for direcionado para iniciar estudos em sua casa, saiba que não é necessária a “cobertura espiritual” de pastor, profeta, apóstolo, rabino ou quem quer que seja. Você receberá a proteção direta do ETERNO, e nós, netsarim (nazarenos), poderemos orar e interceder por sua vida.

Uma observação importante: há congregações judaico-messiânicas que não pregam o verdadeiro Judaísmo de Yeshua, razão pela qual você deve ter discernimento e fugir de congregações que são verdadeiros “laços” criados por HaSatan (Satanás). Entre ficar em uma congregação repleta de heresias e servir o ETERNO em sua própria casa, fundando um grupo de estudos, escolha a segunda opção.

2) Inicialmente, comece a cumprir as sete leis noéticas. Para aqueles que estão começando a caminhar na fé nazarena, faz-se necessário conhecer e cumprir as leis noéticas.

As sete leis noéticas são princípios que devem ser obedecidos por todos aqueles que desejam seguir Yeshua. Eis a relação destas leis com as devidas explicações:

  1. Estabelecer Juízes/Justiça. As nações precisam se pautar por meio de leis justas e estabelecer órgãos jurisdicionais para aplicá-las. Assim, deve o nazareno obedecer às leis vigentes em seu país, exceto se tais leis forem contrárias às Escrituras. Também precisa o nazareno adotar um comportamento justo perante o próximo. Em comunidades nazarenas, faz-se mister a constituição de um corpo de líderes, que desempenharão, dentre outras, as funções dos juízes mencionados em Dt 17:8-13. Os líderes ensinarão a Torá à comunidade e resolverão questões acerca da aplicação da Torá a casos concretos. De acordo com o Livro de Atos, as decisões não estavam concentradas nas mãos de um só homem, eram proferidas por meio da decisão coletiva do corpo de líderes (At 15:22,25).

  1. Abençoar o Nome de YHWH (alguns traduzem por “não amaldiçoar o nome de YHWH”). Deriva desta lei o dever de ser grato ao ETERNO por tudo que tem feito em nossas vidas, ainda que estejamos em meio às tribulações. Devemos adorar, louvar, agradecer, exaltar e glorificar YHWH.

  1. Abster-se da idolatria. Yeshua é o único mediador entre Elohim e os homens (I Tm 2:5). Por tal razão, é abominável toda a idolatria católica, por meio de imagens e orações intermediadas por “santos”, bem como o pagão culto a Maria. Constitui idolatria a crença na politeísta doutrina da trindade. Também é execrável a comemoração de festas pagãs, tais como o Natal, o Ano Novo, o Carnaval, a Páscoa cristã, as Festas Juninas/Julhinas, Finados etc. Em suma, não comemore as festas pagãs, e sim as festas ordenadas pelo ETERNO nas Escrituras Sagradas. No site www.judaismonazareno.org, estaremos indicando todas as festas bíblicas, suas datas e a forma de comemoração.

  1. Abster-se da imoralidade sexual. A Torá proíbe expressamente o sexo antes do casamento (fornicação), fora do casamento (adultério), o homossexualismo, o sexo com animais, a masturbação e o sexo durante o período menstrual.

  1. Não assassinar.

  1. Não furtar.

  1. Abster-se do sangue do animal. Não se pode comer qualquer carne que tenha sangue, ainda que este seja mínimo (Gn 9:1-4). Tome cuidado, pois as carnes usualmente compradas possuem sangue. Importa lembrar que a proibição de comer sangue foi ressaltada pelos emissários (“apóstolos”) em At 15:20.

3) As leis noéticas não são um fim em si mesmo, ou seja, existem outras leis da Torá que devem ser observadas. O nazareno precisa ficar ciente que, no início de sua conversão, começará seguindo as leis noéticas. Com o passar do tempo e mediante o estudo da Torá, irá incorporar progressivamente em sua vida outros mandamentos. A teshuvá[2] é um processo gradual, e que exige esforço para a implementação de mudanças de hábitos à medida que novos mandamentos da Torá passam a ser praticados. Acompanhe os estudos e as porções da Torá veiculados no site www.judaismonazareno.org, o que poderá servir de guia prático para o crescimento espiritual.

Em síntese: o novo convertido começa cumprindo as sete leis noéticas, porém, irá aprender outros mandamentos da Torá e os colocará em prática.

4) Amar YHWH acima de todas as coisas e amar o próximo como a si mesmo. Yeshua resumiu toda a Torá em dois princípios fundamentais: 1) amar YHWH acima de todas as coisas e 2) amar o próximo como a si mesmo (Mc 12:28-31).

Se alguém verdadeiramente ama o ETERNO, então, irá obedecer aos seus mandamentos (Jo 14:15). Infere-se daí que o cumprimento dos mandamentos da Torá é uma prova de amor. Nós, netsarim (nazarenos), não cumprimos os mandamentos por obrigação, mas sim por e com amor sublime.

Também não deve ser esquecido o amor ao próximo. Infelizmente, muitos judeus tradicionais e judeus messiânicos nada ou muito pouco têm feito pelo próximo. Não visitam os doentes, não alimentam o necessitado, não estendem a mão para aqueles que precisam da Luz, que é Yeshua HaMashiach. Se alguém não tem amor no coração, então, não é discípulo verdadeiro de Yeshua.

Não deixe o amor esfriar!!!

5) Arrependa-se de seus pecados. Pecado significa a violação de mandamentos da Torá do ETERNO. Somente sabemos o que é certo ou errado pelo ensino de Elohim contido na Torá. É por tal motivo que devemos estudar a Torá: para sabermos onde estamos errando, o que possibilitará as mudanças constantes e gradativas em nossas vidas.

Se você atualmente vive em pecado, arrependa-se e peça perdão a Elohim em nome de Yeshua HaMashiach. O verdadeiro discípulo abandona o pecado, e não vive escravizado por ele.

Conhecemos pessoas que dizem que servem a “Jesus”, porém, vivem atoladas no pecado. Tais pessoas serão condenadas por Yeshua no momento do julgamento definitivo (Mt 7:21-23).

6) Guarde o shabat. Vimos a importância de se guardar o shabat. Agora, daremos dicas práticas de como se guardar o shabat. Não temos a pretensão de esgotar o assunto, mas tão somente de responder a questões básicas.

Quando começa o shabat?

Resposta: O shabat começa do pôr do sol de sexta-feira e vai até o pôr do sol do sábado. Portanto, o shabat começa na noite de sexta e termina na noite de sábado, logo, os horários do shabat irão variar a cada semana, pois dependem de elementos da natureza. De acordo com a tradição judaica, o shabat se inicia no momento em que, no por do sol de sexta, se torna visível a primeira estrela, encerrando-se no por do sol do sábado, quando se veem três estrelas.

Qual o propósito do shabat?

Resposta: O shabat é um dia santificado para que o homem se abstenha do trabalho e das atividades seculares, e consagre aquele dia exclusivamente ao ETERNO. É um dia de comunhão entre o homem e YHWH, e por tal motivo não é um jugo, mas sim um dia especial de culto e adoração, bem como de descanso físico. Conforme dispõe a Torá, o shabat é uma festa semanal, inferindo-se daí que é um dia de alegria, regozijo e felicidade. Foge do propósito do shabat aquele que fica murmurando neste dia, ou torce para que o shabat acabe rapidamente.

Ainda em consonância com a Torá, a guarda do shabat é um sinal da aliança eterna entre YHWH e seu povo.

Como devo guardar o shabat?

Resposta: Shabat é dia de culto e de festa, quebrando-se a rotina do dia a dia. Então, antes do shabat, prepare alimentos saborosos típicos de uma importante festa. Ao se reunir em casa com a família e, se possível, com os amigos, todos vocês poderão cantar louvores ao ETERNO; estudar as Escrituras, tanto do Tanach quanto da B’rit Chadashá; orar para exaltar a grandeza e magnificência de YHWH, para agradecer sua bondade e para causas diversas (oração pelos enfermos, pelos necessitados etc); desfrutar de momentos de comunhão com a família e com os amigos, o que inclui refeições saborosas para o dia. Enfim, shabat é dia de culto, ficando livre o discípulo de Yeshua parar adorar o ETERNO em espírito e em verdade, adotando-se atividades que edifiquem e glorifiquem o nome de YHWH.

Posso trabalhar no shabat?

Resposta: A Torá proíbe o trabalho secular no shabat (Dt 5:13-5), pois este é o dia de descanso instituído pelo ETERNO. Porém, existem atividades humanas que são admissíveis, pois protegem valores superiores ao próprio shabat. Assim, um médico pode atender um enfermo no shabat, pois a vida prevalece sobre o shabat. Da mesma forma, se uma nação fosse atacada em um shabat, os militares poderiam promover a defesa neste dia, já que a vida da população prevalece.

Um Professor pode lecionar as Escrituras Sagradas no shabat, pois esta atividade não é secular, e sim religiosa. Por outro lado, seria ilegal o ensino de disciplina secular como, por exemplo, a matemática.

Em suma, em regra, o trabalho secular é proibido no shabat, somente sendo possível o exercício de raras profissões que atendam a valores que sejam superiores ao shabat.

E se meu trabalho secular recair no shabat, o que devo fazer?

Resposta: Muitas pessoas trabalham aos sábados, pois ingressaram em empregos antes da conversão. Então, surge um problema: estas pessoas se convertem, mas trabalham em empresas que exigem o serviço no shabat. O que fazer?

De acordo com ordenamento jurídico brasileiro, o trabalhador tem direito a “repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos” (artigo 7º, XV, da Constituição da República de 1988). Ou seja, em regra, o dia de repouso no Brasil é o domingo, porém, é possível que o empregado descanse em outro dia. Então, o convertido pode tentar negociar com o empregador para que descanse no sábado e não no domingo. Muitas pessoas conseguem a alteração de seu dia de descanso quando alegam questão religiosa.

Caso o empregador seja inflexível, exigindo o trabalho no sábado, deve o convertido orar ao ETERNO e pedir sua orientação. Há casos em que YHWH leva o convertido a trabalhar em outra empresa, que tenha flexibilidade quanto ao dia de descanso, possibilitando o cumprimento do mandamento do shabat.

Posso ordenar que meus empregados trabalhem no shabat?

Resposta: Não (Dt 5:13-15).

Posso cozinhar no shabat?

Resposta: Não, todos os alimentos a serem consumidos no shabat devem ser preparados antes do dia santificado (Ex 16:23).

Desta questão surge outra dúvida: “se já preparei os alimentos na sexta, posso apenas esquentá-los no shabat?” Muitos grupos judaicos entendem que não é lícito aquecer os alimentos, enquanto outros acham possível o mero aquecimento (ex: aquecer a comida no micro-ondas).  Particularmente, não vemos impedimento na utilização de micro-ondas para esquentar a comida.

A vedação ao ato de cozinhar, tal como outras proibições, não tem um caráter absoluto, visto que existem hipóteses em que a restrição deve ceder para proteger valores mais relevantes. Ex: se um mendigo necessita de comida no shabat e você já consumiu o que havia em sua casa, seria lícito preparar alimentos para servi-lo, uma vez que é lícito fazer o bem no shabat, conforme ressaltou Yeshua, além de a misericórdia (chessed) prevalecer sobre o shabat.

Posso realizar atividades recreativas que não sejam religiosas?

Resposta: Entendemos que não é lícito praticar esportes (futebol, vôlei etc), jogar videogame ou participar de atividades recreativas não-religiosas (Is 58:13-14). Shabat é dia de cultuar e adorar o ETERNO, abstendo-se de afazeres comuns. Por outro lado, é lícito dançar em expressão de louvor, como fazia o rei David, bem como praticar jogos relativos às Escrituras (exemplo: jogo de memorização de versículos bíblicos).

Posso realizar atividades domésticas no shabat?

Resposta: Não, pois as atividades domésticas (varrer a casa, lavar a louça etc) são consideradas afazeres comuns (Is 58:13-14). E mais: é proibido o exercício de atividade doméstica para que o tempo de adoração e culto ao ETERNO não seja subtraído.

Em situações raríssimas, em que valores superiores estejam em jogo, seria possível a esporádica atividade doméstica. Exemplo: algum necessitado aparece em sua casa no shabat e você quer lhe dar um prato de comida, porém, todos os pratos já estão sujos. Então, seria lícito lavar um prato e lhe oferecer comida. Nesta hipótese, o amor ao próximo prevalece sobre o shabat.

Posso fazer compras no shabat?

Resposta: Não. As Escrituras vedam a atividade comercial no shabat (Ex 16:27; Ne 13:16-18), sendo, pois, proibidas as compras em supermercados, padarias, lojas etc.

Porém, em casos excepcionais, seria possível comprar no shabat com o objetivo de proteger outros mandamentos mais elevados. Exemplo 1: se alguém adoeceu em sua casa repentinamente, seria lícito comprar o remédio adequado na farmácia. Nesta hipótese, a vida e a saúde prevalecem sobre o shabat. Exemplo 2: algum necessitado, passando fome, aparece em sua casa no shabat e você não tem nada a oferecer para ele. Assim, seria possível comprar alimentos para saciar a fome do necessitado, com fundamento no ensino de Yeshua de que “é lícito fazer o bem no shabat” (Mt 12:12).

Posso ter relações sexuais no shabat?

Resposta: Sim. As relações sexuais lícitas (dentro do casamento) são fontes de prazer aos cônjuges. Já que o shabat é uma festa e um dia de alegria, o Judaísmo chega até mesmo a recomendar a prática do sexo lícito neste dia.

Posso viajar no shabat?

Resposta: Não (Ex 16:29-30), pois a viagem implica em ruptura ao princípio do repouso, e termina por “roubar” um tempo precioso de adoração, louvor e culto ao ETERNO.

Isto não significa que a pessoa deva ficar aprisionada em casa no shabat. Yeshua e seus discípulos se deslocavam para pregar no shabat. Assim, é lícito o deslocamento para ir à congregação, para visitar doentes, para guardar o shabat na casa de familiares ou amigos, para orar, para pregar a Torá e Yeshua, ou seja, são admissíveis os descolamentos que se relacionam com o próprio cumprimento do shabat, ou com a promoção do bem ao próximo. Por outro lado, são proibidas viagens para fins de trabalho secular ou por lazer.  

Posso visitar enfermos no shabat?

Resposta: Sim, porquanto é lícito fazer o bem no shabat (Mt 12:12).

Posso ajudar os necessitados no shabat?

Resposta: Sim, porquanto é lícito fazer o bem no shabat (Mt 12:12).

Estou obrigado a seguir todas as tradições judaicas sobre o shabat?

Resposta: Não. O Judaísmo tradicional inventou muitas proibições no shabat que não estão de acordo com as Escrituras, tratando-se de um verdadeiro jugo antibíblico. Exemplo: os rabinos proíbem que, durante o shabat, a pessoa pegue algum objeto que caiu no chão, que levem a chave de casa no bolso, que cortem papel higiênico (!!!), que apertem o botão do elevador, que acendam a luz de casa, etc etc. São literalmente dezenas e dezenas de regras inventadas por homens e que são incompatíveis com as Escrituras.

Todavia, existem tradições sobre o shabat que se harmonizam com a Bíblia, e que podem ser seguidas. Exemplo: apesar de a Bíblia não falar expressamente sobre o estudo das Escrituras no shabat, existe a tradição de se realizar este estudo, o que é louvável e recomendável.

Posso ver televisão no shabat?

Resposta: Shabat é dia de elevação espiritual. Se o convertido assistir a filmes ou programas que edifiquem a fé, não há nenhum problema. Entretanto, devem ser rejeitados filmes ou programas que propaguem valores contrários à Torá, lembrando-se que quase todo o entretenimento moderno é lixo espiritual.

Posso usar o computador no shabat?

Resposta: Desde que seja para estudar as Escrituras ou pregar a Palavra on line, ou seja, é lícito o uso do computador em atividades de cunho espiritual.

7) Festas bíblicas. Além do shabat, que é uma festa semanal, existem outras festas bíblicas que devem ser observadas. Acesse o site www.judaismonazareno.org e obtenha informações sobre as festas e suas datas.

8) Receba Yeshua como Mashiach e como o único caminho para a vida eterna. Existem pessoas que, erroneamente, dizem que não precisam de Yeshua para a obtenção da vida eterna. Já ouvi um Rosh messiânico falando a seguinte heresia: “o judeu que cumpre a Torá não precisa aceitar Yeshua como Messias”. Este ensinamento é totalmente contrário às Escrituras. Por mais que alguém se esforce para obedecer à Torá, todos os seres humanos são falhos e, consequentemente, terminam pecando. Assim, o ETERNO proveu uma forma definitiva de expiação do pecado e liberação do perdão divino: a fé no sacrifício de Yeshua HaMashiach combinada com o sincero arrependimento.

Lamentável que alguns judeus messiânicos, ludibriados pelo legalismo farisaico, terminam esquecendo Yeshua, ou dando pouco valor à sua obra expiatória.

Nunca esqueça: é impossível obter a vida eterna sem Yeshua (Jo 3:16-21 e 36, 10:27-28, 11:25-26, 14:6-7, 15:5-6, 23-25, 18:37; Mt 10:32-33; Lc 12:8-9; II Co 3:14-16; I Jo 2:23).

9) Ingresse na fé nazarena por meio da tevilá (imersão/batismo). O rito formal de admissão no Judaísmo Nazareno é a imersão nas águas (tevilá), consoante ordenou Yeshua em Matityahu/Mateus 28:19.

Se você ainda não passou pela tevilá, entre em contato conosco pelo site www.judaismonazareno.org, que poderemos auxiliá-lo neste importantíssimo passo. É mandamento de Yeshua que todos os nazarenos façam a tevilá (Mc 16:16), logo, não ignore este rito de extrema elevação espiritual.

10) A questão da circuncisão. A prática da circuncisão em si é benigna e foi instituída pelo próprio ETERNO, sendo que a Torá prevê a b’rit milá (circuncisão) obrigatoriamente para judeus e facultativamente para gentios (Gn 17:10-14 e 23-27; Ex 12:43-49).  Sha’ul (Paulo) elogiou e pregou a circuncisão (Rm 3:1-2; Gl 5:11). Afirmou ainda que a circuncisão é proveitosa para aqueles que obedecessem a Torá (Rm 2:25), cabendo destacar que os discípulos de Yeshua eram zelosos no cumprimento da Torá (At 21:20).

Em suma, pode-se dizer que:

  1. a) os judeus e os descendentes de judeus estão obrigados ao cumprimento do mandamento da circuncisão (b’rit milá);

  1. b) é admitido o ingresso dos gentios no Judaísmo Nazareno sem a circuncisão, mas estes podem, a qualquer tempo, optar pelo cumprimento do mandamento da circuncisão.

Expôs-se no livro “Judaísmo Nazareno” que no período do Judaísmo do Segundo Templo havia três opiniões diferentes acerca dos requisitos para que um gentio se convertesse. Além da fé no ETERNO e obediência, deveria o gentio: 1) fazer somente a b’rit milá (circuncisão); 2) apenas receber a tevilá (imersão/batismo); 3) passar pela circuncisão e também pela tevilá.

De acordo com o entendimento de Yeshua e dos netsarim, um gentio que se converta é admitido formalmente como nazareno apenas por meio da imersão (Mt 28:19 e Atos 15). Ou seja, ninguém pode obrigar um gentio a se circuncidar. Porém, caso o gentio deseje do fundo de seu coração e com absoluta sinceridade cumprir o mandamento da circuncisão, nada e ninguém poderá impedi-lo de ser circuncidado, pois a Torá autoriza a circuncisão de gentios (Ex 12:48).

Aliás, ao longo da história de Yisra’el, muitos gentios foram circuncidados e se tornam israelitas não só no coração, como também na carne.

Se não bastasse, muitos gentios descobrem que são descendentes de judeus, quer por meio de provas humanas, quer por meio de revelação sobrenatural do ETERNO. Então, com a vontade de resgatar a herança israelita, estas pessoas terminam fazendo a circuncisão, o que é louvável.

Há grupos judaico-messiânicos que, por ignorância, proíbem que um gentio seja circuncidado. Este pensamento está errado, visto que: 1) a Torá autoriza a circuncisão de gentios; 2) o Judaísmo sempre admitiu que gentios fossem circuncidados, inclusive muitos rabinos e sábios famosos tiveram origem gentílica (R. Akiva, Onkelos, R. Meir, Shemaiá, Ben Bag Bag etc); 3) muitos gentios são descendentes de judeus ou das tribos “perdidas”, ou seja, são verdadeiros israelitas, razão pela qual devem fazer a circuncisão.

Logo, um gentio não pode ser obrigado a fazer a circuncisão, mas também não poderá ser proibido de fazê-la caso sinceramente a deseje.

11) Tenha uma vida de oração. No Judaísmo, há três períodos de oração: manhã (shacharit), tarde (minchá) e noite (arvit). Não é possível elevar-se espiritualmente sem praticar períodos de oração. Siga o conselho de Sha’ul (Paulo): “orai sem cessar” (I Ts 5:17).

12) Faça tsedaká. A tsedaká, que muitos confundem com “caridade”, é um mandamento de suma importância, pois expressa nosso amor pelo próximo. Tsedaká não significa exatamente “caridade”, pois esta pressupõe fazer mais do que obrigação, em um gesto nobre e voluntário. Tsedaká quer dizer, literalmente, “justiça” ou “correção”, e é muito mais do que uma ação boa a ser feita, mas uma exigência, obrigação, isto é, um mandamento.

Eis a diferença entre caridade e tsedaká: quem faz caridade é elogiado pois fez mais do que a obrigação; quem pratica tsedaká está apenas cumprindo a sua obrigação, e a omissão em realizar tsedaká é considerada uma grave transgressão.

Portanto, faça tsedaká! Ajude pessoas e irmãos necessitados, provendo alimento, roupas e demais bens indispensáveis à existência digna. Ouse amar!!!

13) Purifique sua alimentação. Inicie o processo de purificação da alimentação. Abstenha-se de comer os animais proibidos em Lv 11, tais como porco (presunto, salame, salaminho, linguiça, costela de porco, mortadela e algumas salsichas), “carnes exóticas” (jacaré, cobra, coelho, cavalo etc), camarão, frutos do mar (lagosta, polvo, marisco, ostra etc), carne com sangue, etc.

É lícito comer peixe, desde que tenha escamas e barbatanas. Assim, é proibido comer carne de tubarão, pois este possui barbatana, porém, não tem escamas.

Preste atenção no rótulo dos alimentos comprados, pois muitos contêm elementos proibidos. Ex: muitas bebidas de cor vermelha recebem o corante natural chamado de cochonilha ou carmim, que é um inseto, proibido pela Torá. Olhe com atenção as embalagens em supermercados, já que quase todos os iogurtes, biscoitos e balas de morango contêm cochonilha/carmim. Se algo tiver a cor vermelha ou rosa, desconfie.

Observe que praticamente todas as gelatinas são feitas à base de ossos de porco, razão pela qual não devem ser consumidas. De fato, as gelatinas levam colágeno, que tem origem em ossos de bois e porcos. Pode-se substituir a gelatina normal pela Ágar-Ágar, que é a única de origem vegetal, mas não é vendida comumente em supermercados.

Aliás, muitos outros alimentos contêm colágeno, e não devem ser consumidos.

Estude com profundidade Vayikrá/Levítico 11 e mude sua alimentação. Afinal, diz o ditado popular: “você é o que você come”. Assim, quem come porco…

14) Não julgue o outro e se abstenha da lashon hará (língua má/maledicência). Muitas pessoas pertenciam ao Cristianismo e descobrem as suas mazelas, iniciando um processo de ingresso no Judaísmo Messiânico ou Nazareno. Quando tais pessoas se tornam judeus messiânicos ou nazarenos, começam a julgar e a condenar os cristãos, o que é um grave erro.

Podemos discordar e denunciar as heresias do Cristianismo, mas não temos o direito de insultar cristãos. Ou seja, lutamos contra ideias incorretas do Cristianismo, mas não contra pessoas.

Devemos amar os cristãos, ainda que discordemos de muitas de suas práticas. Nós fomos chamados pelo ETERNO para amar, e não para condenar.

15) Tome cuidado com o Judaísmo tradicional e suas práticas antibíblicas. Torá sim! Legalismo não!

Há um grande número de cristãos que abandonam o Cristianismo quando descobrem que Yeshua era judeu, pregava a Torá e praticava o Judaísmo. Assim, estes ex-cristãos mergulham no Judaísmo rabínico atual pensando que esta religião representa a fé original de Yeshua. Pensam os ex-cristãos: “se Yeshua seguia o Judaísmo, eu farei o mesmo e adotarei os ensinos dos rabinos e as tradições judaicas vigentes”. Ledo engano!!!

Nunca se esqueça, caro leitor: o Judaísmo rabínico foi fundado pelos p’rushim (fariseus) que negaram Yeshua, razão pela qual este segmento está bastante distante do Judaísmo Nazareno.

Nós, netsarim (nazarenos), seguimos o Judaísmo bíblico ensinado por Yeshua, e somente abraçamos lições rabínicas que sejam compatíveis com as Escrituras.

Qual é o problema de muitos recém-convertidos (ex-cristãos)?

Por serem novos na fé judaica, passam a acreditar em tudo que os rabinos tradicionais falam, absorvendo inúmeros conceitos e ideias erradas. Depois da assimilação de tantas heresias, muitos terminam se apostatando da fé, inclusive negando Yeshua como o Mashiach de Israel.

Você poderá dizer: “isto nunca acontecerá comigo”. Nosso coração dói em saber que pessoas firmes na fé terminaram “caindo”, ao renunciar Yeshua. Resultado: perderam a salvação e a vida eterna.

Para que não caia no mesmo erro, recomendamos que você estude o Judaísmo Nazareno com profundidade, durante longos anos, antes de iniciar qualquer estudo sobre o Judaísmo tradicional. Por quê? Porque se você estiver firme na verdade e com sólido conhecimento construído pelos anos, poderá facilmente detectar as heresias do Judaísmo tradicional, principalmente o seu legalismo exacerbado e vazio, que afasta o homem do ETERNO e de Yeshua. 

Fuja de organizações religiosas que não pregam a verdade. Os lobos estão em todos os lugares, inclusive no meio de algumas congregações do Judaísmo Messiânico. Se não bastasse, há falsos nazarenos que se apresentam para enganar as pessoas.

Convidamos você a estudar conosco pelo site www.judaismonazareno.org, que segue as diretrizes do WNAE – “The Worldwide Nazarene Assembly of Elohim” (Mundial Assembleia Nazarena de Elohim), instituição idônea que congrega nazarenos de vários países.

16) Não pratique a “judeulatria”. Não pratique a idolatria ao Judaísmo, aos rabinos, às tradições e aos objetos judaicos. Insta repetir: nem tudo que provém do Judaísmo é bom. Adore YHWH e mantenha-se firme em suas Escrituras.

17) Prepare-se para a guerra espiritual. Não ache que a sua jornada de teshuvá será fácil. Haverá intensa guerra espiritual contra sua vida, por meio de ataques espirituais promovidos por HaSatan (Satanás) e seus shedim (demônios). Ore, jejue e busque o ETERNO intensamente, pois só YHWH nos garante a vitória contra as hostes do mal. Quem obedece e vive sob a proteção do ETERNO nada deve temer.

Caso necessite de oração e intercessão por sua vida, ou qualquer tipo de aconselhamento, entre em contato conosco pelo email judaismonazareno@gmail.com.

[1] Utiliza-se o termo “cristão” como alguém integrante da religião chamada Cristianismo, que é divorciada do Judaísmo.

[2] Teshuvá (literalmente “retorno”) é o processo de se retornar ao ETERNO e às origens do legítimo Judaísmo, mediante o arrependimento dos pecados de forma sincera e genuína.

Por Tsadok Ben Derech

Leia mais: http://www.judaismonazareno.org/news/seja-um-nazareno%21-recomenda%c3%a7%c3%b5es-praticas/

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