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Esta é a vida eterna: que te conheçam, o único Elohim verdadeiro, e a Yeshua o Messias, a quem enviaste. JOÃO 17:3
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Um Estudo Bíblico Sobre a Trindade  

Um Estudo Bíblico Sobre a Trindade  

 

  

A Bíblia revela que existe apenas um Deus:  

Marcos 12:29: “Respondeu Jesus: “O principal é: Ouve, ó Israel, o Senhor, nosso Deus, é o único Senhor!” (Aqui Jesus citou Deuteronômio 6:4).  

1 Timóteo 2:5: “Porquanto há um só Deus e um só Mediador entre Deus e os homens,  

Cristo Jesus, homem.”  

Uma crença quase universal entre os cristãos é que este “um só Deus” é uma  

Trindade de três Pessoas divinas, chamadas Deus, o Pai, Deus, o Filho e Deus, o Espírito Santo, sendo cada Pessoa separada e ainda assim totalmente Deus. Mesmo assim, não há três Deuses, e sim um Deus. A maioria dos que crêem na Trindade sentem-se inadequados para compreender este conceito e explicá-lo a outros. Assim, um exame bíblico desta doutrina é com o objetivo de esclarecer o relacionamento entre o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Tendo em vista este propósito, este folheto considerará 27 proposições estabelecidas pelos trinitaristas para provar e explicar a Trindade. Esta informação é de importância vital. Cada cristão deveria examinar esta evidência cuidadosamente e com oração.  

Proposição 1: Embora Deuteronômio 6:4 diga que Deus é um (ou único), a palavra  

“um” é usada com frequência na Bíblia para uma unidade composta. De modo que o Deus único deve ser um múltiplo em algum sentido, sendo isso revelado em outras passagens bíblicas como uma Trindade.  

Resposta: A língua na qual isso foi escrito originalmente foi a língua materna dos judeus e eles não têm, e nunca tiveram o conceito de um Deus múltiplo ou trino. Então qual era o entendimento deles de “um” Deus? O Deus de Israel não era como os deuses das nações vizinhas. Estas nações tinham um deus para isso e um deus para aquilo; mas Israel tinha um Deus para todas as coisas. Neste sentido podemos dizer que Ele é muitos deuses em Um; e só neste sentido podemos dizer que Ele é uma unidade composta e ainda estar de acordo com as crenças históricas judaicas.  Note-se que Jesus disse à mulher samaritana: “Vós [samaritanos] adorais o que não conheceis; nós [judeus] adoramos o que conhecemos, porque a salvação vem dos judeus.” Se Deus fosse trino ao mesmo tempo em que os judeus não tinham esse conceito, não tornaria isso incorreta a declaração de Jesus à mulher samaritana? –  

João 4:22  

O próprio Jesus identificou claramente quem é o ‘único Deus’. Em João 17:3 registrase que Cristo orou, “Pai, … a vida eterna é esta: que te conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste.” Em grego o pronome “ti” tem forma tanto singular como plural. Aqui é usada a forma singular. Jesus dirigiu sua oração a seu Pai, usando a forma singular do pronome e descreveu esse “ti” como “o único  

Deus verdadeiro.” Assim, segundo Jesus, apenas o Pai é Deus. [1]  

Será que o fato de quase todos os cristãos aceitarem a doutrina da Trindade prova que ela seja verdadeira? Considere: Dois mil anos atrás a vasta maioria dos judeus rejeitaram Jesus como seu Messias. Prova isso que ele não era o Messias? Não, não prova. O que é importante é o que a Bíblia diz – ou não diz – e não o que a maioria das pessoas escolhe crer. A Bíblia declara explicitamente que o Pai é um Deus; e  

Jesus identificou explicitamente seu Pai como nosso Pai e seu Deus como nosso Deus.

[2]  

Ele também disse explicitamente que o Pai é o “único Deus verdadeiro”. [3] Em parte alguma a Bíblia diz explicitamente que Deus é uma Trindade. [4]  

Proposição 2: Se Jesus Cristo não é literalmente Deus, então a morte dele não pode salvar-nos; nenhum mero humano [5] pode prover expiação pelos pecados de outro. Além disso, Atos 20:28 fala da “igreja de Deus, que ele resgatou com seu próprio sangue.” (Almeida Revista e Corrigida)  

Resposta: Paulo traçou uma correspondência entre Adão e Jesus em 1 Coríntios 15:21: “Visto que a morte veio por um homem, também por um homem veio a ressurreição dos mortos.” Era Adão um Deus-homem? Com respeito ao Cristo que ressuscitou e ascendeu aos céus, note o que Paulo escreveu em 1 Timóteo 2:5: “Porquanto há um só Deus e um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem.” Hebreus 2:14-17 diz: “Visto, pois, que os filhos têm participação comum de carne e sangue, destes também ele, igualmente, participou, para que, por sua morte, destruísse aquele que tem o poder da morte, a saber, o diabo. / Por isso mesmo, convinha que, em todas as coisas, se tornasse semelhante aos irmãos, … para fazer propiciação pelos pecados do povo.”  

Estes versículos mostram que o valor do sacrifício de Cristo assenta-se em sua natureza humana. Portanto, insistir que Jesus tinha de ser Deus como condição para que seu sacrifício tivesse valor cai por terra diante dos escritos de Paulo. Isaías 55:8, 9 diz: “Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos, os meus caminhos, diz o SENHOR, porque, assim como os céus são mais altos do que a terra, assim são os meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e os meus pensamentos, mais altos do que os vossos pensamentos.” Se está dentro dos propósitos de Deus prover a salvação por meio de seu Filho (ou, se for o caso, por meio de qualquer pessoa ou coisa que o agrade), como podemos nós, cujos pensamentos são inferiores aos dele, questionar ou desafiar a maneira dele de fazer as coisas? [Veja o Apêndice]  

Devemos considerar também que o livro de Atos apresenta nove sermões principais para os incrédulos, sendo que nenhum destes revela que Deus é uma trindade ou que Jesus é literalmente Deus encarnado. Se este ensino fosse uma verdade cristã fundamental e um pilar da salvação, com certeza Pedro o teria mencionado em seu sermão no Pentecostes e no seu sermão para Cornélio e os amigos. – Atos 2:14-40; 10:34-43; 3:12-26; 7:2-56; 13:16-41; 17:22-31; 22:1-21; 24:10-21; 26:2-23 Os tradutores trinitaristas têm dificuldade em traduzir Atos 20:28. O texto principal da Bíblia na Linguagem de Hoje diz: “da Igreja de Deus, que ele comprou por meio do sangue do seu próprio Filho.” Admite-se que a palavra “Filho” é inserida pelos tradutores. Mas a nota de rodapé desta mesma tradução diz: “do sangue do seu próprio Filho; ou do seu próprio sangue.” Será que devemos rejeitar declarações claras das Escrituras com base em passagens que até mesmo os tradutores trinitaristas reconhecem haver dupla possibilidade de tradução?  

Proposição 3: Isaías 9:6 refere-se profeticamente a Jesus como “Deus Poderoso”.

[6]  

Resposta: No entendimento do relacionamento de Jesus com Deus seria incorreto dizer que ele, pessoalmente, é Deus, ou que ele é literalmente um Deus. Mas ele é Deus em sentido representativo. Um governante pode comissionar um representante com autoridade executiva total. Faraó fez isso com José. Dar a ele seu anel de sinete era o mesmo que dar a ele o poder de assinar por Faraó. Nabucodonosor fez o mesmo com Daniel. (Gênesis 1:39-44; Daniel 2:47-49) E Deus fez isso com seu Filho. Isto é provado pelas palavras de Mateus 28:18, onde Jesus disse: “Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra.” [7] E este é o sentido em Colossenses 2:9, onde se diz que em Cristo “habita, corporalmente, toda a plenitude da Divindade.” O significado deste versículo é mais bem demonstrado por uma ilustração: Suponhamos que o presidente de um país torne-se temporariamente incapacitado e não possa cumprir os deveres de seu cargo, a presidência. O vice-presidente assumiria estes deveres e teria o poder total da presidência à sua disposição. Todavia, quando a história registra a lista dos presidentes, o nome do vice-presidente não seria incluído porque ele nunca foi realmente o presidente. Similarmente, foi concedido a Jesus o poder total de divindade, o cargo de Deus, mas ele não é literalmente Deus. [8]  

Dentro do conceito judaico de agência, o agente de alguém é como se fosse o próprio. Para entender este conceito, comparemos Lucas 7:2-10 com Mateus 8:5-13. Lucas relata o fato como ele ocorreu literalmente. Mateus narra o fato como se o próprio centurião tivesse vindo falar com Jesus, mas na verdade o centurião não fez isso. Os judeus não considerariam o relato de Mateus como uma mentira, já que o modo de pensar deles permitiria isso. [9] Assim, como representante principal de Deus, apto a ‘assinar Seu nome’, Jesus pode figurativamente ser chamado de “Deus Poderoso”.  Mas isto não significa que Jesus seja literalmente Deus.  

É Jesus igual a Deus? Voltemos à nossa comparação com José e Faraó: José era funcionalmente igual a ele, não não era igual em sentido posicional. As pessoas tinham de obedecer a José como se ele fosse Faraó, mas ele não era Faraó. Da mesma forma, Jesus é funcionalmente igual a seu Pai, mas não é posicionalmente igual. Considere João 5:23.  

Proposição 4: Cristo demonstrou atributos que só Deus pode ter.  

Resposta: Deus tem o direito, a autoridade e o poder de dotar qualquer pessoa que Ele escolher com os atributos que Ele queira que essa pessoa tenha. Não temos o direito de questionar ou desafiar esta ação.  

Um desses atributos é a capacidade de Cristo de perdoar pecados. É interessante que os trinitaristas desejam apoiar sua alegação de que Cristo só poderia perdoar pecados se ele fosse Deus, por indicarem as palavras dos inimigos de Jesus, que raciocinaram: Vendo-lhes a fé, Jesus disse ao paralítico: “Por que fala ele deste modo? Isto é blasfêmia! Quem pode perdoar pecados, senão um, que é Deus?” (Marcos 2:5-7) Em João 5:30 Cristo disse: “Eu nada posso fazer de mim mesmo; na forma por que ouço, julgo. O meu juízo é justo, porque não procuro a minha própria vontade, e sim a daquele que me enviou.” Assim, quando Cristo perdoou pecados, era ele mesmo que estava concedendo o perdão, ou era na verdade Deus? Que os judeus que não se opuseram a Jesus não concluíram que ele era literalmente Deus devido à sua capacidade de perdoar pecados é provado pelo relato paralelo de Mateus 9:2-8, que conclui com o seguinte comentário: “Vendo isto, as multidões, possuídas de temor, glorificaram a Deus, que dera tal autoridade aos homens.”  

O mesmo vale quando Jesus realizou milagres. Pedro ressuscitou Dorcas, foi capaz de ler o coração de Ananias e curou um homem coxo de nascença. (Atos 9:36-41; 5:1-5; 3:2, 6, 7) Nós compreendemos automaticamente que Pedro não poderia fazer essas coisas por sua própria habilidade. Note-se que 1 Reis 17:1 diz: “Então, Elias… disse a Acabe: Tão certo como vive o SENHOR, Deus de Israel, perante cuja face estou, nem orvalho nem chuva haverá nestes anos, segundo a minha palavra.” Nenhum orvalho nem chuva, exceto pela palavra de Elias! Será que deveríamos concluir que Elias era também uma pessoa num Deus múltiplo? Em João 5:19, Jesus é citado dizendo as seguintes palavras: “Em verdade, em verdade vos digo que o Filho nada pode fazer de si mesmo, senão somente aquilo que vir fazer o Pai; porque tudo o que este fizer, o Filho também semelhantemente o faz.” Conforme Pedro explicou a Cornélio e àqueles reunidos com ele, Jesus era capaz de fazer as coisas que fazia porque “Deus era com ele” (“estava com ele”, Bíblia na Linguagem de Hoje)  

Nada se falou sobre Jesus ser Deus. – Atos 10:38  

Proposição 5: João 5:18 diz: “Por isso, pois, os judeus ainda mais procuravam matálo [a Jesus], porque… dizia que Deus era seu próprio Pai, fazendo-se igual a Deus.” E em João 10: 30, 38 Jesus disse: “Eu e o Pai somos um.” e “o Pai está em mim, e eu estou no Pai.” Isto mostra que ele está com o Pai e compõe um Deus trino. Resposta: Paulo nos ajuda a compreender o sentido de João 5:18 em Gálatas 4:1, onde ele escreveu: “… o herdeiro é … senhor de tudo.” Os judeus entenderam que essa alegação de Jesus quanto a ser Filho de Deus era uma alegação de ser herdeiro de Deus e, desta maneira uma alegação de sua autoridade. Mas eles não concluíram que isso significava que Jesus fosse Deus, literalmente.  

Quanto a Jesus estar no Pai e o Pai estar nele e eles serem um, consideremos a oração de Jesus em João 17:20, 21: “Não rogo somente por estes, mas também por aqueles que vierem a crer em mim, por intermédio da sua palavra; a fim de que todos sejam um; e como és tu, ó Pai, em mim e eu em ti, também sejam eles em nós.” Assim, se João 10:38 significasse que o Filho é uma pessoa num Deus múltiplo, então João 17:20, 21 significaria que os crentes são também parte desse Deus múltiplo, uma conclusão que contradiria a declaração de Jesus de que o Pai é o único Deus verdadeiro. Ser “um” significa estar em harmonia, unido em pensamento e propósito. – Romanos 15:5, 6; 1 Coríntios 1:10.  

Ademais, note-se o que Jesus alegou ser no contexto destes versículos. As palavras em João 10:30-36 são: [Jesus disse] “Eu e o Pai somos um. Novamente, pegaram os judeus em pedras para lhe atirar. Disse-lhes Jesus: Tenho-vos mostrado muitas obras boas da parte do Pai; por qual delas me apedrejais? Responderam-lhe os judeus: Não é por obra boa que te apedrejamos, e sim por causa da blasfêmia, pois, sendo tu homem, te fazes Deus a ti mesmo. Replicou-lhes Jesus: … daquele a quem o Pai santificou e enviou ao mundo, dizeis: Tu blasfemas; porque declarei: sou Filho de Deus?” Esta teria sido uma oportunidade perfeita para Jesus se declarar como  Deus Filho, se ele o fosse realmente, não teria? Será que ele fez isso? Não, ele declarou ser o Filho de Deus!  

Proposição 6: Em João 14:9 Jesus prova que é Deus quando diz a Filipe: “Quem me vê a mim vê o Pai.”  

Resposta: Se este versículo prova algo relacionado com a linha de raciocínio trinitarista, ele prova que Jesus é o Pai; algo que nem eles ensinam. Em vez disso, eles fazem uma distinção clara entre as pessoas do Deus trino. Isto mostra a inconsistência da lógica trinitarista.  

Há pelos menos três maneiras de algo ser visto. A primeira é, naturalmente, a maneira literal, a percepção visual de algo que é fisicamente tangível. Na segunda maneira, algo pode ser visto em visão, como assistir a um filme. Em Atos 10:9-12 Pedro viu “um objeto como se fosse um grande lençol” contendo vários animais. Havia um lençol com animais descendo do céu? Não, isto era uma visão; ele percebeu visualmente algo que não era fisicamente tangível ou presente de maneira literal. Por fim, algo pode ser visto de modo representativo. Deus foi visto representativamente em Juízes 13:21, 22: “Nunca mais apareceu o Anjo do SENHOR a Manoá, nem a sua mulher; então, Manoá ficou sabendo que era o Anjo do SENHOR. Disse Manoá a sua mulher: Certamente, morreremos, porque vimos a Deus.” À base do contexto é claro que Manoá sabia que tinha visto literalmente um anjo, não Deus. Ainda assim ele falou de ter visto Deus porque este anjo estava agindo como representante de Deus.  

Os trinitaristas sugerem que este anjo e outras teofanias (aparições de Deus aos homens) eram na verdade visitações da segunda pessoa do Deus trino. Mas João disse que “ninguém jamais viu a Deus.” Ele está falando sobre ver Deus literalmente. Se pessoas viram a segunda pessoa da Trindade, especialmente numa forma préencarnada, então elas viram Deus literalmente. Os trinitaristas desejam limitar o que João disse ao Pai, mas se o trinitarismo fosse a verdade João deveria ter falado apenas no Pai, especificamente, para ser exato. – João 1:18  

Proposição 7: A palavra hebraica usada com mais frequência para Deus é Elohim, que é um substantivo plural, denotando assim a pluralidade de Deus. Além disso Deus [Elohim] usou pronomes na primeira pessoa do plural, como em Gênesis 1:26:  

“Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança.”  

Resposta: É verdade que em uns poucos versículos o pronome na primeira pessoa do plural é usado, mas na vasta maioria dos versículos usa-se o pronome na primeira pessoa do singular, mesmo quando o seu antecedente está no plural! Esta é uma anomalia gramatical significativa. Com quem Deus poderia estar falando em Gênesis 1:26? Observemos o que dois comentaristas trinitários têm a dizer sobre este versículo. OComentário da Bíblia de Wycliffe diz:  

“26. Façamos o homem. O momento supremo da criação chegou quando Deus criou o homem. A narrativa apresenta Deus convocando a corte celestial, ou os outros dois membros da Trindade, para concentrar toda a atenção neste evento. Alguns comentaristas, porém, interpretam o plural como um ‘plural majestático’, indicando dignidade e grandeza. A forma plural da palavra para Deus, Elohim, pode ser explicada um tanto do mesmo modo. O SENHOR é representado dando incomum deliberação a um assunto cheio de muita significância.” [Ênfase acrescentada.]  O Comentário Bíblico Internacional de F. F. Bruce diz:  

“… há um ato de Deus para o qual ele chama a atenção: Façamos o homem (26). Leupold ainda argumenta em favor do conceito cristão tradicional de que o plural refere-se à Trindade. Isto não deveria ser completamente rejeitado, mas em tal cenário este conceito não transmite convicção. A interpretação rabínica de que Deus está falando com os anjos é mais atraente, pois a criação do homem os afetou (Sal 8:5; 1 Cor 6:3), cf. Jó 38:7. Mas não há qualquer sugestão de cooperação angélica. Provavelmente o plural tem a intenção de, acima de tudo, chamar a atenção para a importância e solenidade da decisão de Deus.” [Ênfase acrescentada.]  

Naturalmente estes comentaristas trinitários não rejeitam o ponto de vista trinitário do uso deste pronome. Mas eles realmente mostram pontos de vista alternativos, e o conceito trinitário é apresentado como secundário, ou mesmo terciário.   

Note-se que depois de dizer “Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança.”, o versículo 27 diz: “Criou [não “criaram”] Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou [não “criaram”]; homem e mulher os criou [não “criaram”].” Note-se também que Isaías 45:5 diz: “Eu sou o SENHOR, e não há outro; além de mim [pronome singular] não há Deus [Elohim, na forma plural].” Este é um versículo onde se deveria esperar o uso do pronome no plural [ou seja, ‘além de NÓS não há Deus’] se o sentido do texto tivesse de incluir ramificações teológicas.  

Recordemos o Comentário da Bíblia de Wycliffe, já citado: “Alguns comentaristas, porém, interpretam o plural como um ‘plural majestático’, indicando dignidade e grandeza. A forma plural da palavra para Deus, Elohim, pode ser explicada um tanto do mesmo modo.” Desta forma, elohim, a palavra hebraica para Deus, é usada porque a palavra expressa dignidade e majestade. Arão chamou o bezerro fundido que fez de elohim, associando a ele dignidade e majestade, suscitando desta forma a reverência nas mentes de seus adoradores. Pela mesma razão, os filisteus chamavam seu ídolo Dagom de elohim. Cada um dos ídolos, Quemós, Milcom, BaalZebube e Nisroque é chamado de elohim, embora cada um destes nomes próprios seja singular. Esses adoradores de ídolos atribuíam o plural a seus ídolos particulares por causa da suposta dignidade, majestade e excelência destes. (Êxodo 32:4,8; Juízes 16:23,24) Gênesis 24:9, 10 refere-se a Abraão como adonim, a forma plural da palavra hebraica para “senhor” ou “mestre”, e Potifar é chamado de adonim de José. Em todos estes lugares usa-se o plural para algo singular com o fim de expressar domínio, dignidade e grandeza. – Gênesis 39:20  

Proposição 8: O uso que Jesus fez do título divino “EU SOU” [ego eimi em grego] em João 8, versículos 24 e 58 prova sua divindade.  

Resposta: É interessante que outros além de Jesus usam precisamente esta mesma frase grega apenas dez versículos depois. Em João 9:9 um homem a quem Jesus curou também disse “Eu sou” [10] [ego eimi, em grego]. Devemos concluir então que este homem é parte de um Deus trino? Portanto, a simples declaração “Eu sou” não é realmente uma prova de divindade.  

Em João 8:58 Jesus diz: “Em verdade, em verdade eu vos digo: antes que Abraão existisse, EU SOU.” Os trinitaristas relacionam esta declaração com o relato de Êxodo 3:14, que diz: “Disse Deus a Moisés: EU SOU O QUE SOU. Disse mais: Assim dirás aos filhos de Israel: EU SOU me enviou a vós outros.” Observe-se que naquele contexto Deus não estava falando com Abraão, o único mencionado na declaração de Jesus, e sim com Moisés. Por dizer “eu sou” Jesus estava simplesmente expressando a continuidade da utilidade dele no plano de Deus. Tirar qualquer conclusão além desta é injustificado. Por que, então, os judeus quiseram apedrejálo pelo que ele disse? A declaração de Jesus equivalia a uma alegação de que ele tinha mais importância no plano de Deus do que Abraão. Para os judeus, esta autoexaltação por parte de uma pessoa que eles consideravam como um ninguém era uma blasfemante degradação de Abraão como profeta, e era por isso que eles queriam apedrejá-lo.

[Compare com a situação descrita em Atos 6:11.]   

Em João 8:24 Jesus proclamou: “Se não crerdes que EU SOU, morrereis nos vossos pecados.” Estava ele fazendo uma alusão ao título divino? Não, pois doze versículos antes ele dissera: “Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará nas trevas; pelo contrário, terá a luz da vida.” Portanto, o que Jesus quis dizer no versículo 24 foi simplesmente: “Se não crerdes que EU SOU [quem digo que sou, a saber, a luz do mundo], morrereis nos vossos pecados.”  

Proposição 9: João 18:3-6 relata que quando vieram prender Jesus, ele lhes perguntou a quem estavam procurando. Eles responderam, “A Jesus, o Nazareno.” O versículo 6 diz que quando Jesus respondeu “EU SOU [ele]” eles recuaram e caíram por terra. Isto mostra que Jesus estava usando o título divino, o EU SOU das Escrituras Hebraicas; caso contrário por que razão aqueles homens teriam recuado e caído no chão?  

Resposta: Se este fosse um caso no qual o poder do título divino derrubou a turba que veio prendê-lo, por que será que nas outras ocasiões em que Jesus supostamente usou o título divino as pessoas não foram derrubadas? Será que essa turba entendeu que Jesus estava usando um título divino enquanto que outros, incluindo líderes religiosos, não conseguiram entender isso? E por que essa turba continuaria no seu mesmo intento após ter sido derrubada por algum poder invisível invocado pelo uso do título divino por Jesus? Não teria sido mais provável que eles se retirassem de lá, deixando Jesus em paz?  

Para entendermos porque a turba recuou e caiu no chão, devemos discernir que o que eles esperavam que poderia acontecer quando encontrassem Jesus. Em Mateus 16:13, 14 Jesus “perguntou a seus discípulos: Quem diz o povo ser o Filho do Homem? E eles responderam: Uns dizem: João Batista; outros: Elias; e outros: Jeremias ou algum dos profetas.” Note-se que os discípulos não disseram nada que indicasse sua crença de que ele era Deus encarnado, mas havia rumores de que ele poderia ser um dos profetas trazido de volta à vida! Quando os soldados vieram prender Elias, ele invocou fogo dos céu para matá-los. (2 Reis 1:9-12) Assim os que vieram prender Jesus esperavam isso, que se ele fosse realmente um profeta, especialmente Elias, ele poderia invocar fogo dos céu para consumi-los. Não é de admirar que eles se encolheram de medo quando ele respondeu “Eu sou [Jesus].”!

Sentindo-se, porém, livres de qualquer ameaça de morte, a turba se encorajou no seu intento, prendendo-o e entregando-o aos seus inimigos.  

Proposição 10: Jesus é chamado de Deus em Hebreus 1:8, onde lemos: “mas acerca do Filho: O teu trono, ó Deus, é para todo o sempre.”  

Resposta: Hebreus 1:8 é uma citação do Salmo 45:6. Com referência a este salmo, F. F. Bruce escreveu em seu comentário:  

“É impossível, porém, identificar o rei para quem esta canção de louvor específica foi composta originalmente – provavelmente por um poeta ou profeta da corte… A versão nestes termos ‘O teu trono, ó Deus’ é apoiada pelas versões antigas (cf. Heb. 1:8). Embora o rei judaico não fosse considerado como divino (como os reis egípcios eram considerados), é possível que as pessoas se referissem a ele como “Deus”, ou numa forma de expressão hiperbólica oriental ou como um representante de Deus.  

(Cf. Êxodo 21:6; 22:8, 9, 28; Sal 82:6).” [Ênfase acrescentada.]  

Em uma coluna e meia de comentário que Bruce dedica a este salmo, não se faz qualquer referência à trindade por este trinitarista!  

Muitas versões bíblicas modernas (em inglês) apresentam uma tradução alternativa para estes versículos em suas notas de rodapé: “O teu trono é Deus para todo o sempre.” De qualquer modo, como já declarado antes, Jesus pode ser chamado de Deus em sentido representativo.  

Proposição 11: Em João 20:28 Tomé, um dos doze apóstolos, chamou Jesus de “Deus”. Para um judeu isso seria blasfêmia, a menos que Jesus fosse realmente Deus. Resposta: Imagine que você fosse Tomé: você seguiu um homem que ensinara como ninguém jamais tinha ensinado; viu milagres ocorrerem em abundância, a cura dos doentes, a ressurreição de mortos, a expulsão de demônios, etc.; e chegou à conclusão de que este homem deveria ser o Messias prometido nas Escrituras, o qual se esperava que libertaria Israel da dominação dos gentios. Então, de repente, num período de 24 horas estes homem é preso pelas autoridades religiosas judaicas, entregue justamente às autoridades gentias de quem você esperava que ele libertasse o povo e então executado! Teria você sido iludido; era este só mais um falso messias?  

Tomé, cuja fé em Jesus havia sido abalada por essa reviravolta dos acontecimentos, começou a ter suas dúvidas sobre Deus! Depois de ver o ressuscitado Jesus, a fé de Tomé não só foi restaurada em seu Messias como também em seu Deus. (Considere  

João 14:1) É de se admirar que ele tenha exclamado “Meus Senhor e meu Deus!”?

[11]  

Em certa ocasião Jesus foi acusado de blasfêmia por ter chamado a si mesmo de Filho de Deus. Em resposta Jesus citou o Salmo 82:6 onde Deus se refere aos juízes israelitas como “deuses” (elohim, em hebraico). [12]Se Deus pode chamar juízes humanos, os quais se supunha que atuavam como Seus representantes de “deuses” sem estar falando isso em sentido literal, por que não poderia Tomé chamar de “Deus” a alguém que tinha sido designado como representante de Deus para julgar a terra, sem estar querendo dizer isso em sentido literal? [13] João 10:33-36 Proposição

12: As passagens de Tito 2:13 e 2 Pedro 1:1 chamam claramente Jesus de “Deus”.  

Resposta: Consideremos o trecho inteiro de Tito 2:11-13: “Porquanto a graça de Deus se manifestou salvadora a todos os homens, educando-nos para que, renegadas a impiedade e as paixões mundanas, vivamos, no presente século, sensata, justa e piedosamente, aguardando a bendita esperança e a manifestação da glória do nosso grande Deus e Salvador Cristo Jesus.”  

O que “se manifestou salvadora a todos os homens”? Não “Deus”, como muitos supõem, e sim a “graça [14] de Deus”, cuja personificação é Jesus Cristo. Além disso ele é chamado em seguida de “glória do nosso grande Deus e Salvador”. Em Tito 3:4 ele é chamado de “benignidade de Deus, nosso Salvador”. Em 2 Pedro 1:1 ele e chamado de “justiça do nosso Deus e Salvador”. Portanto, Jesus não está sendo chamado de Deus nestas passagens.  

Proposição 13: Filipenses 2:6 fala de Jesus “subsistindo em forma de Deus” e Colossenses 1:15 o chama de “a imagem do Deus invisível”.  

Resposta: Se Paulo quisesse dizer que Jesus era Deus em Filipenses 2:6, ele poderia ter escrito simplesmente que Jesus ‘era Deus’, e omitido a frase ‘subsistindo em forma de’. O que Paulo quis dizer com esta expressão?  

Em Êxodo 4:16 Deus disse a Moisés que Arão “te será por boca, e tu lhe serás por Deus” e em Êxodo 7:1: “Vê que te constituí como Deus sobre Faraó, e Arão, teu irmão, será teu profeta.” Deus até mesmo concedeu a Moisés poderes miraculosos para provar que Ele o tinha enviado. Jesus foi enviado por Deus como seu principal representante, sendo ele maior do que Moisés. A ele também foi concedido poderes miraculosos e autoridade para controlar o tempo e comandar legiões de anjos. Assim, ele estava “em forma de Deus” [15] enquanto estava na terra; ainda que tenha ‘se esvaziado’, isto é, deixado de usar estes poderes e autoridade para se salvar do tratamento degradante e duma morte horrível às mãos de pecadores. Tendo servido a Deus e se sacrificado pela humanidade, ele glorificou a seu Pai e comprou a salvação para nós, mesmo ao custo de si mesmo. – Mateus 8:26, 27; 26:53, 54;  

Filipenses 2:7, 8; Mateus 20:28  

Ser Jesus a imagem do Deus invisível não o torna uma pessoa duma trindade assim como Adão ter sido criado à imagem e semelhança de Deus não o tornou parte de um Deus trino. Quando nos olhamos nossa imagem num espelho, estamos vendo realmente nosso corpo ou estamos vendo simplesmente um reflexo de nosso corpo? Colossenses 3:10-15 mostra que a ‘imagem de Deus’ se refere a certas qualidades entre as quais estão compaixão, bondade, humildade, mansidão, paciência, leniência, disposição de perdoar e “acima de tudo… o amor, que é o vínculo da perfeição.” Jesus refletiu perfeitamente estas qualidades de Deus.  

Proposição 14: Jesus compartilha títulos com Deus. Entre tais estão “Rei dos reis e  

Senhor dos senhores” e “O Alfa e o Ômega, o Primeiro e o Último.” A Bíblia chama  

Jesus de nosso Salvador e diz que além de Deus não há Salvador. (Atos 5:31; Isaías  

43:11) Há também passagens bíblicas que são aplicadas a Deus nas Escrituras Hebraicas, mas são aplicadas a Cristo no Testamento Cristão.  

Resposta: Daniel, um profeta de Deus, chamou Nabucodonosor de “rei de reis”. (Daniel 2:37) Será que isto faz com que Nabucodonosor seja uma pessoa dum Deus trino? Nos impérios da antiguidade era comum que um imperador tivesse reis vassalos sob ele. Herodes o Grande era um dos reis vassalos sob César. Desta forma, César era um rei de reis. Revelação 20:4 fala daqueles que ‘reinam com Cristo’. Não é ele então um Rei de reis? O rei Davi de Israel chamou a Deus de seu rei. Não é também Deus um Rei de reis? Na verdade Deus era o Rei sobre todos os reis de Israel e Judá, incluindo o descendente de Davi, o Rei Jesus Cristo. – Salmo 5:2  

O que dizer da expressão “Senhor dos senhores”? Em inglês americano a palavra “senhor” veio a ter uma quase exclusiva conotação religiosa que outros idiomas não têm. [16] Sara referiu-se a Abraão, seu marido, como “senhor” e em Revelação o apóstolo João chamou um dos anciãos de “meu senhor”. [17] Jesus é o único a quem Deus fez senhor sobre todos os demais, mas Deus é Senhor acima dele. – 1 Pedro  

3:6; Revelação 7:14; Atos 2:36; 1 Coríntios 11:3; 15:27  

Com relação ao uso do título “O Alfa e o Ômega, o Primeiro e o Último”, Deus se comparou com a primeira e a última letra do alfabeto grego, enfatizando desta forma que ‘antes dele deus nenhum se formou, e depois dele nenhum haverá’, um Deus que é capaz de ‘desde o princípio anunciar o que há de acontecer e desde a antiguidade, as coisas que ainda não sucederam’. Ele tem a primeira e a última palavra – sendo as palavras compostas por letras – acerca do que vai acontecer. Consequentemente, o Pai é Deus que ‘é’ e que ‘era’ – ou seja, sempre foi – Deus e que ‘há de vir’ para executar o julgamento contra todos os falsos deuses e seus seguidores. – Isaías 43:10; 46:10; Revelação 1:8  

É apropriado que Jesus se refira a si mesmo pelas letras gregas Alfa e Ômega porque ele é ‘o Verbo que se fez carne’, a personificação da Palavra profética e o principal porta-voz de Deus, representando-o completamente perante o mundo. – Revelação  

22:13; João 1:14,18; Revelação 19:13  

Jesus foi o ‘primeiro’ a ser ressuscitado da morte para a vida imortal e o ‘último’ a ser ressuscitado pelo próprio Deus; todos os outros são ressuscitados por meio dele. Jesus foi o ‘princípio’ das promessas de Deus para o mundo, a Semente destinada a esmagar a cabeça da velha serpente. E ele é o ‘fim’ de todas as promessas de Deus,  pois é através dele que todas elas se cumprem. – João 11:25; Gênesis 3:15;  

2 Coríntios 1:19, 20  

Quanto ao título Salvador, consideremos Neemias 9:27: “Pelo que os entregaste nas mãos dos seus opressores, que os angustiaram; mas no tempo de sua angústia, clamando eles a ti, dos céus tu os ouviste; e, segundo a tua grande misericórdia, lhes deste libertadores que os salvaram das mãos dos que os oprimiam.” Será que devemos concluir que estes salvadores eram pessoas dum Deus múltiplo? Ou será que devemos entender que Deus proveu liberdade por meio destas pessoas? Da mesma forma, Judas 25 fala do “único Deus, nosso Salvador, mediante Jesus Cristo,  Senhor nosso.”  

Os trinitaristas cruzam referências tais como 1 Pedro 2:4,7,8 com Isaías 8:13,14.  

Isaías fala de Deus como uma “pedra de tropeço e rocha de ofensa” e Pedro fala de Cristo como uma “pedra que vive, rejeitada pelos homens” e uma “pedra de tropeço e rocha de ofensa”. Os judeus tropeçaram em coisas que Cristo ensinou e em coisas que ele fez. Mas observemos as palavras de Jesus em João 12:49: “Porque eu não tenho falado por mim mesmo, mas o Pai, que me enviou, esse me tem prescrito o que dizer e o que anunciar.” e em João 5:19: “Em verdade, em verdade vos digo que o Filho nada pode fazer de si mesmo, senão somente aquilo que vir fazer o Pai; porque tudo o que este fizer, o Filho também semelhantemente o faz.” Então, será que os judeus estavam tropeçando nas palavras e nas obras de Cristo ou estavam na verdade tropeçando nas palavras e obras do Pai? (Contudo, os trinitaristas não deduzem que o Filho é o Pai, à base disso.)  

Na verdade existem diversas passagens nas Escrituras Hebraicas que falam de Iavé Deus, embora a passagem seja reconhecida como messiânica. Os trinitaristas tiram a conclusão de que Jesus é Iavé porque falharam em compreender o modo de pensar dos hebreus, particularmente o conceito de “agência”, já mencionado. Mas, para provar o ponto, examinemos três outras passagens das Escrituras:  

“Eu sou o SENHOR, e não há outro; além de mim não há Deus… Eu formo a luz e crio as trevas; faço a paz e crio o mal; eu, o SENHOR, faço todas estas coisas.” (Isaías 45:5-7) Com estes versículos em mente, comparemos 2 Samuel 24:1: “Tornou a ira do SENHOR a acender-se contra os israelitas, e ele incitou a Davi contra eles, dizendo: Vai, levanta o censo de Israel e de Judá.” com a passagem paralela em 1 Crônicas 21:1: “Então, Satanás se levantou contra Israel e incitou a Davi a levantar o censo de Israel.”  

Nestas três passagens vemos que o SENHOR cria o mal, e se afirma que tanto o SENHOR como Satanás incitaram Davi a recensear Israel. Será que os trinitaristas concluem à base disso que Satanás é uma das pessoas do SENHOR multi-pessoal?  

Proposição 15: Mateus 1:22,23 aplica a Jesus o termo Emanuel, que significa “Deus conosco”. Compare com Isaías 7:14.  

Resposta: Os judeus tinham esperado muito tempo pelo aparecimento do Messias, o qual, segundo eles pensavam, libertaria a nação da dominação pelos gentios. Quase seiscentos anos antes de Cristo os judeus havia perdido seu reino davídico, quando foram  conquistados por Babilônia. Eles puderam retornar à sua terra depois da queda de Babilônia, mas o trono de Davi não foi restaurado e nem foram eles libertados de seus senhores gentios. Aproximadamente 160 anos antes de Cristo, eles estabeleceram temporariamente sua liberdade, mas o trono davídico não foi restaurado nessa ocasião também. Para piorar as coisas, até o tempo de João Batista não tinha aparecido nenhum profeta verdadeiro de Deus desde Malaquias, um período de aproximadamente 400 anos. Será que Deus tinha esquecido os judeus? Tinha Deus esquecido todas as promessas messiânicas? Com o aparecimento de Jesus Cristo a resposta a estas perguntas tornou-se evidente por si mesma, Deus ainda estava com eles! Compare isso com Lucas 7:16, onde o surgimento de um grande profeta é igualado a uma visita de Deus ao povo.  

Proposição 16: A Bíblia fala de orações sendo dirigidas a Jesus e até mesmo de Jesus sendo adorado. Isto prova que ele é Deus.  

Resposta: Quando os discípulos de Jesus lhe pediram para ensiná-los a orar, ele instruiu: “Quando orardes, dizei: Pai…” (Lucas 11:2) Assim, normalmente as orações devem ser dirigidas ao Pai. Em Atos 7:59, a Nova Versão Rei Jaime (em inglês) diz que “apedrejavam Estêvão, enquanto ele invocava a Deus e dizia: Senhor Jesus, …”. Em primeiro lugar deve-se notar que a palavra “Deus” não se encontra no texto grego, mas foi inserida pelos tradutores.* Temos aqui realmente um caso de oração? É uma oração quando alguém pode ver a pessoa com quem ela está falando? Os versículos 55 e 56 mostram que Estevão pôde ver Jesus até o ponto que, no que lhe dizia respeito, Jesus estava pessoalmente presente.  

Em 2 Coríntios 12:8 Paulo escreveu: “três vezes pedi ao Senhor que o afastasse de mim [ou seja, seu espinho na carne, conforme o versículo 7]. Paulo pode ter querido dizer Deus, usando a palavra “Senhor”; e Cristo, como o mediador entre Deus e o homem, deu a resposta registrada no versículo 9. Mas já que Paulo teve a experiência pessoal com Cristo na estrada de Damasco, além de outras revelações nas quais Jesus pode ter aparecido pessoalmente a ele, pode também ter sido o caso de ele sentir a presença de Jesus de um modo muito pessoal. Ou ainda seus pedidos podem ter sido feitos durante estes encontros pessoais. Nestas situações, o caso dele é similar ao de Estevão. – 1 Timóteo 2:5  

Sahah [Concordância de Strong (em inglês) # 7812] é a palavra hebraica mais comumente traduzida como “adorar”. Mas este não é o único modo de verter essa palavra em português. A palavra também significa ‘curvar-se’ e é usada em referência a reis e outros em posição de autoridade superior. (Veja 1 Samuel 24:8; 25:23, 41.) Proskuneo [Concordância de Strong # 4352] é a palavra grega usada para sahah na Versão Septuaginta, uma tradução grega das Escrituras Hebraicas feita antes da época de Cristo. Assim, ela também tem um significado mais abrangente do que adorar, muito embora a maioria das versões use apenas esta palavra onde o termo grego aparece no Testamento Cristão. [18]  

Jesus disse: “Ninguém vem ao Pai senão por mim.” Assim, não podemos render adoração a Deus se não reconhecermos o lugar que o Filho ocupa em seu arranjo de coisas. Além disso, João 5:23 diz “a fim de que todos honrem o Filho do modo por que honram o Pai. Quem não honra o Filho não honra o Pai que o enviou.” Portanto, aqueles que transformam esse assunto numa questão de o Filho ser adorado – porque ele deve ser Deus – ou o Filho não ser adorado – por ele não ser Deus – não entendem bem o que diz sua Bíblia.  

Proposição 17: Ao citar Joel 2:32, Paulo escreveu em Romanos 10:13 sobre Jesus: “Todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo.” Mas Joel estava falando sobre Iavé Deus. Isto prova que Jesus é Deus.  

Resposta: Em Atos 2:21 Pedro também citou Joel 2:32 num sermão aos judeus que não tinham aceitado Jesus como o Cristo (Messias). Neste ponto de seu sermão ele ainda não tinha mencionado Jesus; assim sua assistência teria entendido “o Senhor” como Iavé Deus. Em sua primeira referência a Jesus no versículo 22, Pedro o chamou de “varão aprovado por Deus diante de vós com milagres, prodígios e sinais, os quais o próprio Deus realizou por intermédio dele entre vós, como vós mesmos sabeis”. Em seguida Pedro os acusou dizendo: “vós o matastes [a Jesus], crucificando-o por mãos de iníquos”. A assistência de Pedro teria entendido que sua ação de crucificar um profeta de Deus era o mesmo que rejeitar Deus, o contrário de invocar o seu nome. Aqueles que foram convencidos pelas palavras de Pedro entenderam que estavam em perigo de julgamento e se arrependeram de suas más ações, aceitando a Jesus como Senhor e Cristo. – Atos 2:14-36  

Diferente de Pedro, o apóstolo Paulo não estava se dirigindo a descrentes, e sim a cristãos romanos. Estes já compreendiam que ‘invocar o nome do Senhor’ Deus incluía aceitar a Jesus como Senhor e Cristo. Jesus havia dito que “ninguém vem ao Pai senão por mim.” [19] Desta forma, as pessoas teriam de invocar Jesus (cujo nome significa Iavé Salva) para invocarem a Iavé Deus. Assim, embora seja verdade que parece haver uma aplicação confusa da passagem bíblica de Romanos 10:13, ela não dá qualquer base para as conclusões trinitaristas. – João 14:6  

Proposição 18: 1 João 5:20 diz: “Também sabemos que o Filho de Deus é vindo e nos tem dado entendimento para reconhecermos o verdadeiro; e estamos no verdadeiro, em seu Filho, Jesus Cristo. Este é o verdadeiro Deus e a vida eterna.” Com respeito a este versículo, o renomado comentarista bíblico Albert Barnes escreveu:  

“Tem havido muita divergência de opinião com relação a esta importante passagem, se ela se refere ao Senhor Jesus Cristo, o antecedente imediato, ou a um antecedente mais remoto – referindo-se a Deus, como tal… Sem entrar num extensivo exame da passagem, as seguintes considerações parecem-me tornar moralmente correto que com a frase “este é o verdadeiro Deus”, etc. ele se referiu ao Senhor Jesus Cristo. (1.) A construção gramatical favorece isso. Cristo é o antecedente imediato do pronome “este”. Isto seria considerado como a construção óbvia e certa do ponto de vista gramatical, a menos que houvesse algo nas declarações feitas que nos movesse a procurar algum antecedente mais remoto e menos óbvio… Não há qualquer exemplo nos escritos de João, no qual o título “vida”, e “vida eterna” sejam aplicados ao Pai, para designá-lo como o autor da vida espiritual e eterna; e uma vez que isto é aplicado a Cristo com tanta frequência nos escritos de João, as normas da exegese requerem que tanto a frase “o verdadeiro Deus” como “a vida eterna” sejam aplicadas a ele.” (Notas Sobre o Novo Testamento de Barnes, Volume 1, pág. 1497 em inglês) [A ênfase é dele].  

Isto prova que Jesus “é o verdadeiro Deus”.  

Resposta: Barnes está errado. Existe algo que nos moveria a “procurar um antecedente mais remoto e menos óbvio”? Sim, existe. 1 João 5:20 diz que o “o Filho de Deus… nos tem dado entendimento para reconhecermos o verdadeiro…” A quem este versículo se refere como “o verdadeiro”? Mateus 11:27; Lucas 10:22; e João 1:18; 17:4, 6, 25, 26 mostram que Jesus veio para tornar o Pai conhecido. As normas de exegese requerem que apliquemos ao Pai esta expressão.*  

As regras gramaticais permitem que um pronome seja substituído pelo nome ao qual ele se refere sem mudar o sentido. Façamos isso com

1 João 5:20: “Também sabemos que o Filho de Deus é vindo e nos tem dado entendimento para reconhecermos o Pai; e estamos no Pai, em seu Filho, Jesus Cristo. Este é o verdadeiro Deus e a vida eterna.” Por meio desta substituição, podemos ver que o antecedente correto da frase “Este é o verdadeiro Deus e a vida eterna” não é tão remoto ou menos óbvio ao ponto de sermos obrigados a concluir que Jesus é a pessoa a quem João está se referindo. O que dizer da alegação de que “não há qualquer exemplo nos escritos de João, no qual o título “vida”, e “vida eterna” sejam aplicados ao Pai”? Mais uma vez Barnes está errado. Em João 17:3 Jesus orou, “Pai… a vida eterna é esta: que te conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste.” Claramente, este erudito bíblico está errado em seu comentário sobre este versículo.  

Proposição 19: João 12:41 diz que Isaías viu a glória de Jesus e falou a respeito dele. Isto nos remete a Isaías 6, que começa dizendo: “No ano da morte do rei Uzias, eu vi o Senhor assentado sobre um alto e sublime trono, e as abas de suas vestes enchiam o templo.”. E no versículo 5 Isaías diz: “os meus olhos viram o Rei, o SENHOR dos Exércitos!”. Isto prova que Jesus é Deus.  

Resposta: Uma vez que ninguém pode ver Deus literalmente, esta visão deve ter sido em sentido não literal. (João 1:18) No momento em que viu Deus, Isaías sentiu-se amedrontado, já que ele era de “homem de lábios impuros”. Um dos serafins purificou os lábios de Isaías com uma brasa viva do altar. Daí Deus perguntou: “A quem enviarei, e quem há de ir por nós?” Tendo sido purificado, Isaías qualificou-se para responder ao chamado de Deus. (Os versículos restantes de Isaías capítulo 6 falam sobre a convocação de Isaías para o ministério e, conforme João mostra, aplicando-se isto profeticamente ao ministério de Jesus Cristo.) – Isaías 6:1-8  

O que isso tem que ver com Isaías ver a glória de Jesus? Hebreus 2:14, 17 mostra que Jesus teve de nascer dentro duma família humana para cumprir seu ministério. Contudo, a fim de responder ao chamado de Deus para ser seu representante incomparável e nosso Salvador, ele teve de nascer sem pecado. Isto é o que se retrata pela purificação dos lábios de Isaías: por um ato especial de Deus, a pecadora Maria

(Romanos 3:23) foi capaz de conceber [20] um filho sem pecados,  

Jesus, ‘o Verbo que se fez carne’. – Hebreus 4:15; João 1:14  

Proposição 20: Colossenses 1:16, 17 diz que Jesus criou o universo, porém em Isaías 44:24 Deus diz que criou tudo “sozinho” e “por mim mesmo” (Almeida Revista e Corrigida).  

Resposta: O apóstolo Paulo, o escritor de Colossenses 1:16, 17, certamente não tinha o entendimento de que Jesus era o Criador. Em seu discurso no Areópago ele falou do “Deus que fez o mundo e tudo o que nele existe”. No fechamento desse discurso ele disse: “não levou Deus em conta os tempos da ignorância; agora, porém, notifica aos homens que todos, em toda parte, se arrependam; porquanto estabeleceu um dia em que há de julgar o mundo com justiça, por meio de um varão que destinou e acreditou diante de todos, ressuscitandoo dentre os mortos.” É evidente à base desta passagem que Paulo acreditava que o Deus que fez tudo o que existe é alguém distinto do homem a quem Ele ressuscitou dos mortos e destinou. – Atos 17:24,  

30, 31  

Colossenses 1:16, 17 diz que “nele [o Filho], foram criadas todas as coisas, nos céus e sobre a terra… Tudo foi criado por meio dele e para ele. Ele é antes de todas as coisas. Nele, tudo subsiste.” Porém, conforme mencionado acima, Deus (o Pai) diz claramente na Bíblia que criou tudo “sozinho” e “por mim mesmo.” – Isaías 44:24; veja também  

Jó 9:8  

Qual é o sentido do texto, quando diz que todas as coisas foram criadas “em”, “por meio de” ou “para” [21]Jesus? E qual é o sentido deste contexto ao dizer que ele é “antes de todas as coisas”? Deus criou outras formas de vida inteligentes, como agentes dotados de liberdade moral; isto é, que podem pensar de maneira independente dos Seus caminhos, caso desejem. Que em algum momento esses seres inteligentes e livre-pensantes poderiam agir de forma contrária aos Seus padrões de moral era altamente provável. Sabendo que uma queda provavelmente ocorreria dentro da ordem criada, Deus estabeleceu um modo de restaurá-la à qualidade de Seus padrões corretos. Este meio de restauração, ou plano de salvação, tem ao Salvador Jesus Cristo como fundação. Desse modo, ele existia dentro do plano de Deus “antes” da criação, e o plano de criação existia “nele”, e veio à existência “por meio” [por causa] dele, embora ele não tenha “criado” o universo pessoalmente. Como recompensa pela fidelidade dele, Deus planejou dar a ele o controle completo sobre a criação, sendo neste sentido que tudo foi criado “para” ele. – 1 Coríntios 3:11;  

1 Pedro 1:19, 20   

Proposição 21: João 1:1 diz que o Verbo é Deus. Revelação 19:13 identifica Jesus Cristo como o Verbo de Deus; então Jesus é Deus. Resposta: Devido ao que diz Revelação 19:13, muitos identificam o Verbo como sendo Jesus Cristo. Todavia, Revelação 20:4 fala daqueles que foram decapitados “por causa do testemunho de Jesus, bem como por causa da palavra [grego: logos] de Deus.” De modo que, embora devamos reconhecer alguma conexão entre a Palavra e Jesus, devemos reconhecer também que existe alguma distinção.  

O Salmo 33:6, 9 diz: “Os céus por sua palavra se fizeram, e, pelo sopro de sua boca. / Pois ele falou, e tudo se fez; ele ordenou, e tudo passou a existir.” Vemos aqui que foi por meio da palavra dita por Deus que a criação ocorreu. Em Isaías 55:11 Deus acrescentou: “assim será a palavra que sair da minha boca: não voltará para mim vazia, mas fará o que me apraz e prosperará naquilo para que a designei.” Deste modo, a palavra falado por Deus reflete Seus planos e propósitos, os quais se tornam então Sua vontade expressa. Assim, a Palavra (ou Verbo) de João 1:1 refere-se à sua palavra falada, vontade expressa, planos e propósitos. [22]  

Então o que o texto quer dizer com a frase “o Verbo era Deus”? Notese que a frase em grego literal não diz “o Verbo era o Deus”, ainda que a frase anterior e a frase posterior contenham realmente o artigo definido (o) antes da palavra “Deus”. Sem o artigo definido, o predicado nominal [Deus, neste caso] assume uma função descritiva. [23] De que maneira a Palavra descrevia Deus? É unicamente por meio de revelação divina que podemos ter algum conhecimento detalhado a respeito de Deus de maneira segura. Além disso, o cumprimento de Sua Palavra em nosso mundo decaído tem permitido a Ele demonstrar as muitas facetas de Sua personalidade. De que outra maneira poderíamos ter vindo a conhecer a profundidade de Seu amor, misericórdia, paciência, retidão, justiça e sabedoria?  

Será que João 1:14 prova que o Verbo é Jesus Cristo pessoalmente? Este versículo diz: “E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai.” O Verbo mencionado em Gênesis 3:15 e em outros textos messiânicos da Bíblia “se fez carne” com a concepção miraculosa de Jesus Cristo, e viveu temporariamente [“habitou”] entre a humanidade pecadora com o fim de cumprir a ‘gloriosa’ missão de reconciliação, que recebeu ‘de seu Pai’ e que somente ele poderia efetuar. [24]  

Proposição 22: Atos 5:3 diz que Ananias mentiu para o Espírito Santo e o versículo 5 diz que ele mentiu para Deus. Assim o Espírito Santo deve ser uma Pessoa no Deus Supremo.  

Resposta: Jesus chamou o espírito santo de “dedo de Deus” [25] ; assim o espírito santo é o instrumento da atividade de Deus, e a Bíblia associa o espírito de Deus com Seu poder. [26] De modo que o espírito santo não deve ser considerado como uma pessoa, seja essa pessoa parte duma trindade ou uma pessoa totalmente à parte; e sim como um reflexo da Personalidade, e essa Personalidade é Deus (o Pai). Existe um ponto expresso no Credo Atanasiano, a declaração da crença trinitarista, com o qual os paterteístas [27] podem concordar: “O Espírito Santo é do Pai… nem feito, nem criado, nem gerado, e sim procedente….” Uma vez que o espírito santo é uma parte de Deus, mentir a ele é o mesmo que mentir a Deus. [28]  

Ademais, tendo Jesus recebido de seu Pai toda a autoridade no céu e na terra, foi-lhe concedido exercício sobre o espírito santo. Jesus pode usá-lo, dirigi-lo, distribui-lo, e comunicar o que deseja por meio dele. De modo que o espírito santo pode ser um reflexo da personalidade de Jesus também.  

Proposição 23: Em Atos 13:1-5, o Espírito Santo age como uma Pessoa. Ele fala aos lideres da igreja em Antioquia. Ele os instrui dizendo: “Separai-me, agora, Barnabé e Saulo para a obra a que os tenho chamado.” (versículo 2). Observem-se as referências pessoais “me” e “[eu]”. O Espírito Santo, juntamente com os líderes em Antioquia, enviaram os missionários. (versículos 3 e 4) Há muitos outros contextos nos quais se apresenta o Espírito Santo como uma Pessoa.  

Resposta: Aqui o espírito santo está sendo usado pelo Senhor como um meio de comunicação. Poderíamos dizer: “O rádio anunciou que vai chover hoje.” Será que alguém concluiria que o rádio é uma pessoa? Ou foi uma pessoa que fez uso deste meio de comunicação?  

No incidente do espinheiro ardente, o texto diz em Êxodo 3:2, 4, 6: “Apareceu-lhe o Anjo do SENHOR numa chama de fogo, no meio de uma sarça… Deus, do meio da sarça, o chamou e disse:… Eu sou o Deus de teu pai, o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó.” Aqui o anjo está pronunciando as palavras “Eu sou o Deus”, etc. como representante de Deus, não é que ele seja pessoalmente Deus. Consideremos também o relato de Moisés recebendo a Lei. (Êxodo 20) Aparentemente era Deus quem estava falando pessoalmente com ele. Todavia, Atos 7:53 diz que a Lei foi transmitida pelos anjos. De modo que retratar o espírito santo falando na primeira pessoa em nome do Senhor é consistente com o uso bíblico.  

Os trinitaristas podem argumentar que se os anjos que falaram em nome de Deus são pessoas, então o espírito santo também deve ser uma pessoa. Mas será que os trinitaristas acham que os anjos constituem um Deus multi-pessoal? Com relação à tentativa de provar a personalidade do espírito santo devido à sua capacidade de falar e o seu uso do pronome pessoal, consideremos Lucas 11:49: “Por isso, também disse a sabedoria de Deus: Enviar-lhes-ei profetas e apóstolos, e a alguns deles matarão e a outros perseguirão.” A sabedoria de Deus é aqui retratada como falando e usando o pronome “[Eu]”. Devemos concluir então que há uma quarta pessoa no Deus Supremo, a saber, Deus a Sabedoria?  

Proposição 24: Um relacionamento essencial é indicado pelo fato de que o Pai, o Filho e o Espírito Santo são mencionados juntos no mandado do batismo, dado por Jesus em Mateus 28:19, à maneira de e sob a mesma designação singular de autoridade. Há também outras passagens da Bíblia onde o Pai, o Filho e o Espírito Santo são mencionados juntos.  

Resposta: Que existe um Pai, um Filho e o espírito santo, não contestamos. Que existe um importante relacionamento entre eles, não contestamos também. Mas que este relacionamento é trinitário, contestamos. 1 João 5:8 diz: “E três são os que testificam na terra: o Espírito, a água e o sangue, e os três são unânimes num só propósito.” Será que os trinitaristas concluem que há uma entidade triúnica aqui, composta pelo espírito, água e sangue? Ou os três são mencionados aqui porque estão unidos num só propósito?  

Com relação aos três serem mencionados juntos em algumas passagens, consideremos Mateus 24:36 e 25:31-45, dos quais só uma pequena parte é citada aqui:  

(24:36): “Mas a respeito daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos dos céus, nem o Filho, senão o Pai.” /  (25:31): “Quando vier o Filho do Homem na sua majestade e todos os anjos com ele, então, se assentará no trono da sua glória… (34) então, dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu Pai! Entrai na posse do reino que vos está preparado desde a fundação do mundo…”  Aqui se menciona o Filho, os anjos, o Pai, e até mesmo os crentes. Por que o espírito santo nunca é mencionado nestes versículos, se ele é uma co-igual e co-eterna pessoa da Trindade?  

Note-se também João 5:23, que diz: “a fim de que todos honrem o Filho do modo por que honram o Pai. Quem não honra o Filho não honra o Pai que o enviou.” Se o espírito santo é uma pessoa da trindade divina, co-igual e co-eterna, porque é deixado de fora? Em Revelação 7:10 a grande multidão clama: “Ao nosso Deus, que se assenta no trono, e ao Cordeiro, pertence a salvação.” Por que eles não atribuem salvação ao espírito santo se ele também é uma pessoa da trindade? Nos versículo 15 a 17 deste mesmo capítulo, fala-se tanto de Deus como do Cordeiro [Jesus Cristo], mas o espírito santo não é mencionado. Em Revelação 14:1 os “cento e quarenta e quatro mil” têm “na fronte escrito o seu nome [do Cordeiro] e o nome de seu Pai.” Por que ele não têm o nome do espírito santo escrito nas suas frontes? Em Revelação 21:22, 23 Deus e o Cordeiro são mencionados duas vezes, mas não se fala no espirito santo. Por que não, se ele é uma pessoa do Deus Supremo?  

Proposição 25: 1 Coríntios 12:11 diz que o Espírito Santo distribui dádivas espirituais a todos os cristãos “como lhe apraz”.  

Resposta: Considere-se o versículo 6, em conjunto com o versículo 11: “E há diversidade nas realizações, mas o mesmo Deus é quem opera tudo em todos. / Mas um só e o mesmo Espírito realiza todas estas coisas [mencionadas nos versículos 7 a 10], distribuindo-as, como lhe apraz, a cada um, individualmente.” O “lhe” refere-se a Deus, mencionado no versículo 6, não ao espírito santo.  

Conforme já foi declarado, o espírito santo é o reflexo duma  

Personalidade, e essa Personalidade pode tanto ser a do Pai como a do Filho. Esse princípio se aplica em todo e qualquer contexto usado para provar a personalidade do espírito santo. Uma vez que o espírito santo é o meio de comunicação e inspiração de Deus, nós podemos contristálo ou insultá-lo quando agimos contrário à sua liderança. Mateus 14:24 diz que o barco dos discípulos estava sendo “açoitado pelas ondas”. A palavra grega usada aqui é basanizo e é traduzida em outros versículos por atormentado, vexado ou castigado. (Mateus 8:6;

2 Pedro 2:8; Revelação 12:2) Se poderíamos dizer que um barco pode ser atormentado, vexado ou castigado, deveríamos concluir que o barco é uma pessoa? Se não, por que então somos obrigados a concluir que o espírito santo é uma pessoa por ele poder ser contristado?   

Proposição 26: Jesus fez referência ao Espírito Santo como “outro  

[grego: allos] Consolador”. (João 14:16) O erudito em grego Joseph Thayer declara: “Em geral, allos denota simplesmente uma distinção de indivíduos.” / “Heteros” envolve a idéia secundária de diferença de tipo.” Assim, uma vez que Jesus é uma Pessoa, o Espírito Santo deve ser Uma também, senão em João 14:16 Jesus teria usado heteros, em vez de allos. [29]  

Resposta: Note-se que em João 14:16, 18 Jesus disse: “E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro [allos] Consolador, a fim de que esteja para sempre convosco / Não vos deixarei órfãos, voltarei para vós outros.” Em Mateus 28:20, Jesus disse: “E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século.” É por meio da vinda deste prometido consolador (ou ajudador), o espírito santo, que Jesus vem a eles e permanece com eles (embora esteja ausente fisicamente), daí o uso do termo allos. Conforme já foi dito, o espírito santo é o reflexo duma Personalidade, neste caso, a de Jesus Cristo.  

Proposição 27: Pronomes masculinos são usados em referência ao

Espírito Santo, apesar do fato de que a palavra “espírito”  

[grego: pneuma] é neutra. Isto prova a personalidade do Espírito  

Santo. – João 14:26; 15:26; 16:8, 13  

Resposta: Algumas línguas têm o que é chamado de gênero gramatical, o qual não tem nada que ver com personalidade ou gênero sexual. Por exemplo, em português a palavra “mesa” é uma palavra feminina. Mas isto não quer dizer que eles a considerem como uma pessoa ou como fêmea. O mesmo vale para o hebraico e o grego bíblicos. Estas línguas têm três gêneros: masculino, feminino e neutro. A palavra grega paracletos(ajudador, advogado ou confortador) é masculina. Nos versículos citados acima, o pronome masculino remete ao seu substantivo masculino. – João 14:26; 15:26; 16:7  

Na Versão Rei Jaime (em inglês), Romanos 8:16 usa o pronome neutro, em referência ao espírito santo. O texto diz: “O próprio Espírito testifica com o nosso espírito.”# Tratando de versículos tais como este, um documento trinitarista diz: “E em grego um pronome deve concordar com seu antecedente em gênero e número. De modo que isto é só uma questão de gramática grega, não de teologia. Se os trinitaristas podem entender este argumento, quando usado para se referir ao espírito santo, por que eles não podem entendê-lo quando a palavra “ele” é usada em referência ao paracletos?  

CONCLUSÃO  

Não negamos a tríplice revelação de Deus, o Pai por meio da criação  

(Salmos 19:1-6; Romanos 1:19, 20), por meio da inspiração (1  Coríntios 2:10; 2 Timóteo 3:15-17), e por meio de seu Filho unigênito (Hebreus 1:1, 2; João 1:14, 18). Porém, com base em toda a Escritura, nós negamos convictamente que Deus seja uma trindade! Jesus proclamou-se como o Filho ímpar de Deus e Seu representante mais especial; mas ele nunca alegou ser Deus, pessoalmente. A questão vital que Jesus propõe a toda pessoa é: “Mas vós, quem dizeis que eu sou?” Nossa resposta deve estar de acordo com a de Pedro, que disse: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo.” Jesus respondeu: “Bemaventurado és, Simão Barjonas, porque não foi carne e sangue que to revelaram, mas meu Pai, que está nos céus.” – Mateus 16:15-17  

Que por meio de Seu espírito santo, o único Deus verdadeiro, o Pai de Jesus Cristo, revele aos que buscam a verdade em toda parte, que Jesus é verdadeiramente o Cristo, Seu Filho. Que todas estas pessoas possam, por acreditar nessa verdade, ter vida por meio de seu nome! – João 20:31  

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